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O Dia em que o Campeão da temporada não apareceu

28 de Julho – GP da Alemanha de 1991 – O Dia em que o Campeão da temporada não apareceu - Dia 68 de 365 dias dos mais importantes da história do automobilismo

Contextualizando

Vamos voltar em 1991. Eu NASCI em 1991, fazem 26 longos anos.
Naquela época, a pontuação era diferente de hoje: O primeiro lugar valia 10 pontos, o segundo 6, o terceiro 4, o quarto 3 e assim por diante, e apenas os 6 primeiros colocados de uma corrida pontuavam.

Em 1991, Williams, McLaren e Ferrari eram as equipes dominantes. E não era qualquer McLaren e nem a MERCEDES McLaren. ERA A MCLAREN HONDA! Que anos gloriosos.

A 26 anos atrás, a Ford e Lamborghini forneciam motores para a Fórmula 1.

Nicola Larini, equipe Modena Team SpA, motor Lamborghini 291 – motor Lamborghini 3512 V12 3.5, pneus Goodyear. Fonte: HAL 9000

Falando sobre a concorrência pelo título, a mesma ficava entre Ayrton Senna e Nigel Mansell. Isso equivaleria a uma rivalidade de Hamilton e Vettel hoje em dia, mas era a F1 raiz, e vocês vão ver neste post que as coisas eram MUITO vida loka essa época.

As fornecedoras de Pneus eram a Goodyear e a Pirelli, e a variedade de componentes dos pneus eram muito menores.

Para quem ainda não tem noção de quanto tempo faz 1991, a música TOP 1 nas rádios era essa:

Agora que já temos até um plano de fundo musical, vamos falar da corrida.

l A Corrida

Quem saía na frente era Mansell, seguido por Senna, Berger (que estava em quinto no campeonato de pilotos) e Patrese, que estava na cola dos dois primeiros na briga pelo título. E tudo podia mudar a qualquer momento, já que os 5 concorrentes ao título ainda tinham condições de pontuar para vencer o campeonato.

Na Largada, Nicola Larini rodou e já saiu da corrida com sua Lamborghini, num acidente que na verdade foi causado por Mark Blundell da Brabham, que permaneceu na corrida. Ayrton largou mal e foi ultrapassado por Berger, o qual, se Senna precisasse, cederia sua posição.

Nelson Piquet, que largara em oitavo, já estava em sétimo na segunda volta. Mansell não tomava distância considerável de Berger e a corrida seguia.

Algumas voltas depois, e vocês vão entender o porquê eu não estou citando a volta exata: Em 1991, a transmissão era muito estranha. Não aparecia quase o número de voltas que já havia se passado e nem a colocação dos pilotos, então se vocês se sentirem perdidos no meio do post, eu já peço sinceras desculpas.

Voltando então…Algumas voltas depois, pelos meus cálculos, após umas cinco voltas, Mansell começou a se distanciar, e atrás dele, formava-se um pequeno “casamento” Berger puxando, Senna atrás sendo pressionado por Prost, que era pressionado por Patrese e assim seguiam…

A treta feia dessa corrida era entre a Ferrari e a McLaren, Mansell e Patrese estavam perdidos, só deixando a vida levar. O motivo é que as Williams eram tipo a Mercedes, a Ferrari e a McLaren tipo a Ferrari e a RBR e o resto…bem, era o resto do pelotão.

Na décima volta, Mansell começava a se isolar com 6 segundos de diferença, o mini-casamento atrás dele permanecia, e Piquet estava em oitavo, foi ultrapassado por De Cesaris.

Na volta 14, Piquet é o primeiro a entrar para trocar pneus. Da volta 14 até a 20 estavam previstas as trocas, dando as primeiras trocas de posição no grid.

Um trem engraçado, que me sinto obrigada a comentar, é que: as corridas de 1991 parecem bastante as de hoje em dia. Ou seja, a patrulha da corrida chata na verdade é um bando de gente chata desde sempre.

O primeiro piloto da ponta a parar para troca de pneus foi Berger, que passou de segundo para décimo primeiro, pois a equipe errou em sua parada e lhe fez perder 10 segundos (DEZ SEGUNDOS).

Na volta 16, Morbidelli saiu com sua Minardi por problemas no motor, lembrando que na volta 9, a outra Minardi, a de Martini já havia saído pois rodou sozinho e foi parar na grama.

O clima esquentou na parada de Senna e Prost. Os dois entraram juntos no box, e Senna saiu correndo, quase atropelando o pessoal, para sair na frente de Prost, que também saiu no desespero para não perder sua posição colada em Senna. Na volta seguinte, Mansell também entrou para trocar seus pneus. Mansell voltou em terceiro, porém o segundo era Alesi e o primeiro Patrese, que não haviam parado ainda.

Alesi começa a ver Mansell em seu retrovisor. Fonte: Verdana

Na vigésima volta, Alesi estava em primeiro, Mansell em segundo, Senna em terceiro e Prost COLADO no brasileiro, e Patrese esperando para ver se Prost passava Senna ou se ele passaria o Prost caso perdesse a paciência. Berger vinha em Sexto, pois depois de sua parada já havia ganho 5 posições com a parada dos demais pilotos.

Patrese finalmente perdeu a paciência e ultrapassou Prost. Aparentemente, o plano era ultrapassar o brasileiro também, mas acabou apenas se colocando entre os dois, fazendo Prost frear para que não batesse nele. Enquanto a treta acontecia, Mansell já havia passado Alesi, e agora apenas o Francês separava o Leão inglês do brasileiro. Na mesma volta, Patrese acabou ultrapassando Senna também.
Depois dessa salada, os primeiros ficaram em: Mansell, Alesi, Patrese, Senna, Prost e Berger.

Mais atrás no pelotão, Ricardo Moreno botava pressão em Piquet pela posição, e víamos uma briga de equipe de dois brasileiros. PORÉM na volta 29, Piquet abandonou por problemas em seu carro. Não era o domingo dele.

Na volta 35, Alesi começava a receber a pressão de Patrese, que tirou a diferença de tempo entre os dois e agora só precisava ultrapassa-lo para cumprir a dobradinha da Williams, e depois de uma volta, conseguiu, e assumiu a segunda posição, deixando Alesi para trás.

Três voltas depois, Prost tentou ultrapassar Senna e errou

E foi para o escape, travando os pneus, atropelando o cone, zuando a p… toda e deixando o brasileiro seguir livre em sua posição, e acabou saindo da corrida.

Prost em sua tentativa frustada de ultrapassar Senna. Fonte: Crystal

A quatro voltas do final, Senna lutava em vão para chegar mais próximo de Alesi, ao mesmo tempo que era pressionado por seu companheiro de equipe, Berger… mas aí… na última volta, Ayrton Senna PAROU! Seu carro teve uma pane seca e era fim da linha para o brasileiro, a poucos segundos da chegada.

E foi com essa tranquilidade, que o Leão Inglês venceu o GP da Alemanha de 1991, sua terceira vitória consecutiva na temporada, e encostava em Senna no campeonato, diminuindo a diferença para apenas 8 pontos.

Mansell, Patrese e Alesi sobre com o banho de champagne de Balestre. Fonte: Twitter
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