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Sobre o dia em que Pierre Gasly competiu na Fórmula E

 A história de Pierre Gasly na Fórmula 1 é bem conhecida. Campeão da GP2 (hoje Fórmula 2) em 2017, o francês chegou à F1 no ano seguinte pela então Toro Rosso, foi promovido para a Red Bull em 2019 e voltou para a Toro Rosso na segunda metade daquele mesmo ano. 

A montanha russa em forma de carreira de Gasly teve um desvio de caminho que passou pela Fórmula E em julho de 2017. Na época, o francês havia conquistado o campeonato da GP2 e disputava a Super Fórmula Japonesa, além de ocupar o cargo de piloto de simulador da Red Bull.

A Renault precisava de um substituto para Sebastien Buemi, que se ausentaria da rodada dupla em Nova Iorque por causa de um conflito de datas com o WEC, onde competia com a Toyota. 

A equipe francesa então escolheu o jovem piloto francês. 

Após o anúncio, feito apenas cinco dias antes da corrida, Gasly revelou à Autosport.com que estava muito animado com Nova York: “Será uma experiência nova e um grande desafio entrar em um carro de Fórmula E por apenas um fim de semana de corrida”.

“Haverá muitas coisas para aprender em pouco tempo. Agradeço à e.dams & Renault pela oportunidade, e estou ansioso para conhecer o carro de Fórmula E no Brooklyn”, disse Gasly.

MARATONA GEOGRÁFICA

O desafio não foi nada fácil. Gasly saiu do Japão, voou para o Reino Unido e só depois foi para a metrópole americana. Isso porque ele ainda precisava cumprir suas horas de simulador com a Red Bull. 

“Eu vou chegar lá na sexta à noite às 23h30, pois preciso estar no simulador da Red Bull na sexta-feira”, Gasly continuou seu relato para a Autosport, “então provavelmente será a pior preparação que já tive para um fim de semana de corrida – e irei direto para o Japão logo após a corrida no domingo para um dia de testes na Super Fórmula.

Pierre Gasly no ePrix de Nova Iorque (2017). Imagem: FIA Formula E.

“Serão 48 horas bem cheias em Nova York; sem tempo para descansar, apenas seguindo em frente”, afirmou o piloto.

Chegar na última meia-hora da sexta-feira significou uma perda importante para Gasly. O piloto não pôde participar do Shakedown, uma rápida sessão de testes para que a equipe verifique se está tudo certo com o carro e o piloto se familiarize com a pista.

Pierre não teve essa chance. Então, com 21 anos e nenhuma experiência na Fórmula E, ele teve que ir direto para os treinos oficiais.

SÁBADO EM NOVA IORQUE

Com apenas duas sessões de treinos para se adaptar à nova experiência, Gasly enfrentou dificuldades com qualquer outro iniciante. Ficou em 17º na primeira sessão de treinos livres e em 15º na segunda. 

A situação no quali acabou piorando um pouco. Pierre marcou apenas o 19º tempo, penúltimo lugar.

Todavia, Gasly mostrou seu talento em uma ótima corrida de recuperação. Chegou em 7º, uma posição à frente de seu companheiro de equipe, Nicolas Prost (sim, o filho de Alain).

DOMINGO EM NOVA IORQUE

O segundo dia da rodada dupla parecia ser bem semelhante ao anterior. Apenas um treino livre na programação e 18º tempo para Pierre Gasly. 

Contudo, as coisas melhoraram no quali. O francês fez 1:02.080, o melhor tempo do fim de semana, e conquistou uma vaga na Super Pole. Um erro nessa fase tirou sua chance de largar da primeira posição, mesmo assim, o quarto lugar mostrou uma grande melhora do piloto.

Com uma performance impressionante, Gasly se manteve entre os primeiros colocados durante toda a corrida. Não deixou que os líderes se distanciassem e ainda acirrou a disputa pelo pódio com Nick Heidfeld nas voltas finais. 

Os dois chegaram a se tocar na última curva, mas Heidfeld levou a Mahindra ao pódio. Gasly acabou no muro logo após a bandeirada final. Mesmo assim, garantiu o quarto lugar e pontos importantes para que a Renault conquistasse o tricampeonato dos construtores naquele ano. 

E mais uma vez Gasly derrotaria Prost, Nicolas chegou na sexta posição.

Carro de Pierre Gasly no muro após batida no ePrix de Nova Iorque (2017). Imagem: FIA Formula E.

O QUE PIERRE GASLY ACHOU DA FÓRMULA E?

Após a corrida, Gasly revelou ao site oficial da Fórmula E que o fim de semana na categoria foi uma “experiência divertida”.

Com muitos holofotes apontados para ele, Pierre afirmou que competir na Fórmula E foi “Uma experiência nova para mim e acho que foi muito positiva. Havia muitas coisas para aprender desde sábado de manhã, então foi um tempo agitado com todos os procedimentos para aprender e se acostumar com este carro que é muito especial.

“No final conseguimos marcar alguns pontos muito bons para a equipe que era o principal alvo e eu até consegui entrar na Super pole no domingo, então estou muito satisfeito com o fim de semana e tem sido uma experiência divertida”, disse ele.

Os bons resultados conquistados não vieram com facilidade, mesmo assim, Gasly ressaltou o quanto foi positivo participar da competição: “Para mim não foi fácil me acostumar com este carro, pois é realmente diferente do que estou acostumado a pilotar. Foi muito divertido correr com todos esses caras, eles têm tanta experiência e eles são pilotos muito rápidos e há corridas próximas e, como piloto, é isso que você gosta.”

Há quatro anos, Gasly ainda tentava conquistar sua vaga na Fórmula 1, por isso o piloto deixou claro que “estava focado em conseguir um lugar na Toro Rosso, mas nunca se sabe”, quando foi perguntado sobre voltar à categoria.

Pierre Gasly pilotando pela Renault no ePrix de Nova Iorque (2017). Imagem: FIA Formula E.

O fim de semana em Nova Iorque foi o penúltimo do ano. Depois de lá, restaria apenas a rodada dupla de Montreal para que a Fórmula E conhecesse o campeão de sua terceira temporada.

O título de 2016/17 foi conquistado por Lucas di Grassi. Pierre Gasly provavelmente não voltará mais à Fórmula E, mas fica o registro dessa grande história. 

E se você quiser ver o desempenho de Pierre Gasly na Fórmula E, todas as sessões de treinos, qualis e corridas estão disponíveis por completo no Youtube da categoria. É só clicar aqui.

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