A Williams terminou a temporada 2021 ocupando a 8ª posição do Campeonato de Construtores somando 23 pontos, resultado que obteve um ano após encerrar a temporada completamente zerada e três anos após fechar na décima posição do Campeonato, conquistando pouquíssimos pontos.
O time começou a passar por uma fase de reconstrução, principalmente após ocorrer a venda da equipe para a Dorilton Capital e Jost Capito assumir a função de chefe de equipe, depois da saída de Simon Roberts.
A dupla que representa a equipe de Grove ainda esteve brigando pelas últimas posições do grid, principalmente com os pilotos da Alfa Romeo. Para eles também se depararam com a dificuldade para negociar um espaço entre os dez primeiros colocados, portanto era mais uma dupla que dependia dos fracassos dos pilotos das outras equipes que estavam tinham um desempenho mais competitivo.
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Os primeiros pontos na temporada apareceram durante o GP da Hungria, naquela prova marcada pelo caos da primeira volta – por conta da chuva – vários pilotos abandonaram, a Williams que não havia se classificado bem ganhou terreno, terminaram pela primeira vez no Top-10. Os dez pontos obtidos nesta prova colocaram a Williams na 8ª posição do Campeonato de Construtores, a desclassificação de Sebastian Vettel também ajudou neste saldo positivo.
A dupla se aproveitou mais uma vez das condições climáticas adversas para conquistar pontos. No verdadeiro caos que foi na Bélgica, George Russell conseguiu o segundo lugar na classificação, enquanto Nicholas Latifi era o décimo segundo colocado. A corrida na Bélgica não aconteceu de forma convencional, já que a chuva e a visibilidade eram críticas, mas a Direção de Prova deu a corrida como encerrada após apenas uma volta válida, desta forma metade dos pontos foram distribuídos, Russell foi ao pódio e pontuou como segundo colocado, enquanto Latifi foi parar no nono lugar e saiu com 1 ponto.
Estas conquistas já foram suficientes para a Williams se consolidar na 8ª posição, não deixando margem para que a Alfa Romeo conseguisse reverter o resultado. No GP da Itália Russell surpreendeu mais uma vez, no fim de semana em que a F1 testava a segunda Sprint, Russell terminou mais uma vez nos pontos.
A Williams não tinha carro para brigar pela sétima posição do campeonato, mesmo com a queda apresentada pela Aston Martin, a dupla formada por Sebastian Vettel e Lance Stroll também se deparou com classificações bem ruins.
O fato de a Williams conseguir terminar algumas corridas próximo ao top-10, também aumentou a confiança para que eles conseguissem pontos. Foram beneficiados pelo resultado na Bélgica? Sim, mas a temporada 2021 também foi marcada por algumas atitudes questionáveis do Diretor de Prova, fora a amostra perfeita de que o regulamento atual precisa de uma revisão.
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Por ainda estar passando por uma reestruturação, o foco da Williams é no desenvolvimento do equipamento de 2022, se o time conseguiu colher frutos esse ano, também podemos atrelar a responsabilidade a Jost Capito que conduziu a equipe muito bem, principalmente nestes momentos que necessitavam de uma resposta rápida e em uma forma de não perder pontos.
Acredito que a Williams deixou a falsa sensação de um ganho de terreno no grid após os pontos obtidos. Quando fizeram as mudanças no FW43B, a Williams utilizou um dos dois tokens disponíveis para evoluir o carro nesta temporada, a Alfa Romeo também aparentava ter um carro melhor, com desempenho mais consistente, mas uma falha enorme em lidar com o estabelecimento de estratégias. A evolução do desempenho dos pilotos também contribuiu muito para o resultado da Williams.
George Russell mostrou muito talento, na reta final do campeonato o britânico não impactava mais as pessoas com os seus feitos, pois ele tinha um desempenho natural, o piloto soube muito bem como dominar a máquina. Russell fez uma grande campanha e repito mais uma vez, ele foi o diferencial necessário para que a equipe conquistasse estes pontos. Russell precisa apenas melhorar o seu desempenho nas largadas, ter uma reação melhor.
Com a garra demonstrada e com a saída de Valtteri Bottas da Mercedes, George Russell assumirá em 2022 o assento ao lado de Lewis Hamilton, vaga essa que já era muito esperada. O incidente no GP da Emilia-Romagna com Valtteri Bottas foi apenas uma parte do aprendizado de Russell.
As últimas corridas de Russell na Williams foram um pouco complicadas, o piloto lidou com um furo de pneu no Catar, foi obliterado por Nikita Mazepin na Arábia Saudita e abandonou o GP de Abu Dhabi com um problema no câmbio. Russell voltou a superar o companheiro de equipe em diversas ocasiões durante este último ano com o time. O britânico deixa a Williams com a certeza de que poderá retornar um dia à casa se assim desejar, pois sempre foi muito querido por eles.
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Sinto que nesta segunda temporada com a Williams, Nicholas Latifi evoluiu, fez corridas melhores, batalhou no grid por posições, conquistou pontos, entretanto, é difícil comparar o canadense com um piloto fora de série como George Russell. O que Latifi sempre deixou claro, é que diferente de alguns pilotos pagantes do grid ele deseja melhorar a sua performance e também melhorar o equipamento. Na Hungria conseguiu demonstrar controle, fazendo parte da prova no terceiro lugar, depois fechou a corrida ainda dentro do top-10.
Latifi também estava bem-posicionado na pista quando a oportunidade de pontuar na Bélgica surgiu. Foi uma pena a forma como a temporada do piloto canadense acabou, Latifi também abandonou a última prova do ano, o piloto bateu no muro de contenção quando disputada uma posição com Mick Schumacher, ele gerou a entrada do Safety Car que mudou o rumo daquela prova, consagrando Max Verstappen como o campeão da temporada 2021.
Uma parcela do público usou as redes sociais para atacar Latifi, em algo que fugia completamente do controle do canadense. Além disso, mais uma vez a aplicação das regras foi a questão que deveria ser mais questionada, não a culpa que um piloto teve ao bater. Latifi se afastou das redes sociais depois de Abu Dhabi, pois recebeu péssimas mensagens.
A temporada da Williams também é marcada pelo adeus à Frank Williams, o ex-chefe de equipe faleceu aos 79 anos. Já tinha um tempo que ele tinha se desligado da função que Claire Williams foi responsável até o ano passado quando se desligou do time. Frank não foi apenas a pessoa que deu vida a Williams, mas também foi o último garagista e que marcou o automobilismo de várias formas.
Sob o comando da Dorilton Capital, a Williams está buscando ter outra era de ouro, ganhando espaço no campeonato. No próximo ano, Alexander Albon retorna ao grid, sendo o companheiro de Latifi na temporada. A Williams não participou dos testes de pneus da Pirelli por não ter orçamento para construir um carro mula, portanto eles contam apenas com os dados coletados por outros times para construir o carro do próximo ano.
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