Algumas disputas ocorreram pelo grid, como a batalha entre McLaren e Ferrari, as duas equipes contavam com equipamentos melhores do que aquelas equipes que batalharam pela 5ª posição do Campeonato, mas não tinham um carro adequado para disputar com a Mercedes ou Red Bull.
Fecharam o ano conquistando 275 pontos, contra os 202 obtidos em 2020, ainda que o time tenha caído uma posição no campeonato. O saldo é positivo!
Portanto tivemos uma disputa particular pelo 3º lugar do campeonato onde McLaren e Ferrari se isolaram. Até o GP da Grã-Bretanha, a McLaren seguia firme na terceira posição, com uma distância ‘confortável’ que eles estabeleceram para o time italiano, mas como o GP da Hungria foi um ponto de reviravoltas no campeonato, a Ferrari fechou a primeira metade da temporada superando os rivais. Os times partiram para a Bélgica com 163 pontos cada, mas como critério de desempate, como a Ferrari tinha mais pódios, assumiu o terceiro lugar.
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Com os problemas enfrentados por Alpine e Aston Martin, essas equipes não significavam uma ameaça para a McLaren, portanto era praticamente certo que eles encerrariam o ano na 3ª posição do Campeonato. A Ferrari também não demonstrava interesse nesta posição no início da temporada, afinal estavam na pista para fazer um trabalho diferente, focados na preparação do motor e já pensando no carro do próximo ano. A Ferrari também não apresentava uma ameaça, já que muitos times não acreditavam em sua recuperação, mas eles se reergueram.
A McLaren foi fazendo o possível para administrar o 3º lugar, reassumiram a posição na Bélgica, mas na Holanda foram superados mais uma vez. Uma nova inversão ocorreu no GP da Itália – a McLaren venceu na casa da Ferrari e como não era o bastante, fizeram uma dobradinha no pódio. A Ferrari só foi reassumir a terceira posição no GP do México, conseguindo superar a McLaren na fase final do campeonato.
Para a temporada 2021, a McLaren foi equipada com os motores da Mercedes, portanto a equipe foi obrigada a utilizar os tokens de desenvolvimento para adaptar a nova unidade de potência em sua carroceria. O desempenho do MCL35M não decaiu, mesmo com a equipe ficando impossibilitada de realizar atualizações em seu carro.
Outro ponto foi o motor Mercedes, a McLaren se saiu muito bem como recebimento da unidade de potência, além disso eles conseguiram fugir dos problemas relacionados ao motor que a Mercedes enfrentou em seus carros. Enquanto no carro de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas o motor de combustão interna se tornou um problema, a McLaren não precisou lidar com isso.
Na realidade se a McLaren deveria ter alguma preocupação com os pneus. Norris perdeu uma vitória no GP da Rússia por não escutar a equipe, o piloto não foi aos boxes no momento que a chuva começou a cair, o carro ficou incontrolável e ele perdeu um resultado que seria muito importante para ele e para a equipe. No Catar o inglês lidou com um furo no pneu que fez ele despencar no grid, enquanto em Abu Dhabi outro furo comprometeu a sua corrida.
Na disputa interna, as coisas foram um pouco diferentes nesta temporada, enquanto tivemos equilíbrio com Carlos Sainz e Lando Norris, com a dupla formada por Norris e Daniel Ricciardo, as coisas foram bem diferentes. O britânico cresceu muito, foi o responsável por 4 dos 6 pódios conquistados pela McLaren no ano.
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Norris surpreendeu com o amadurecimento apresentado neste ano, principalmente ao se dar conta que Daniel Ricciardo era o piloto mais badalado dentro do time. Lando foi ao pódio três vezes antes da metade da temporada (Emilia-Romagna, Mônaco e Áustria), depois o piloto repetiu o feito no GP da Itália conseguindo um 2º lugar.
Com a dificuldade do australiano para se adaptar ao carro, foi Norris que salvou o time na conquista por pontos em vários momentos do campeonato. Mas a McLaren não se livrou de uma queda de desempenho, o time também enfrentou um final de temporada bem complicado. A perda da vitória na Rússia e a escolha da McLaren por não inverter as posições de Norris e Ricciardo no GP da Itália, foram pontos que acenderam um alerta quando foram somados com a queda de desempenho de Norris.
Entretanto, na ocasião do GP da Itália, Norris não poderia ficar com aquela vitória, o resultado de Ricciardo também era importante. Por mais que o amadurecimento do britânico seja nítido, ele ainda está aprendendo a lidar com as situações na pista, na Rússia faltou orientação do time, mas também um pouco de conhecimento do piloto para que a substituição dos pneus fosse realizada. Muitos pilotos passam por essas frustrações na carreira, mas servem como fonte de aprendizado para decisões futuras na pista.
O foco da McLaren segue em seu futuro, desta forma fechar o ano sem o 3º lugar nos Construtores não é exatamente uma derrota. Além disso, na fase final da temporada, a atualização do motor da Ferrari também contribuiu muito para que o desempenho do time italiano fosse superior. A equipe está apostando no próximo ano, olhando para o desenvolvimento do próximo carro, onde com este projeto talvez seja possível acomodar Ricciardo de forma melhor na equipe, aproveitando o talento do australiano.
Para muitos Daniel Ricciardo entra na lista de decepções da temporada 2021, obviamente a chegada do australiano gerou muitas expectativas. Olhando para o que Carlos Sainz fez na McLaren, mas também nesta fase com a Ferrari, depositaram um desejo que Ricciardo também passasse tranquilamente pela fase de adaptação com a McLaren.
Outro detalhe sobre Ricciardo, é que geralmente ele leva uma temporada para se adaptar ao carro. O australiano gerou muita expectativa com a Renault, extraindo performances do equipamento que sempre gerou um ponto de atenção pela dificuldade.
Conforme as corridas foram passando o australiano precisou pedir mais tempo para se adaptar ao carro, precisou investigar com a equipe o que estava acontecendo, tentando mudar a sua forma de condução. O MCL35M não foi construído para Ricciardo, por isso a vantagem de Norris é compreensível, o piloto estava na equipe quando o modelo de 2020 foi construído. O carro de 2021 estava carregado do estilo de pilotagem de Sainz, outro ponto desfavorável para Ricciardo.
Ficou claro que o australiano não conseguia encontrar o ponto ideal da freada do carro. Descontente com esse comportamento e a falta de confiança para ir além, Ricciardo fez uma série de classificações ruins, ficando preso no Q2. Ao longo da corrida a McLaren precisava lidar com essa dificuldade para traçar estratégias que ajudassem a colocar o australiano no top-10. Ele conquistou pontos, mas muitas vezes abaixo do esperado e neste duelo particular com a dupla da Ferrari, ficou ainda mais evidente que o fato de Ricciardo não se encontrar com o carro, prejudicou o desempenho da equipe como um todo.
Uma parcela do que a McLaren viveu, é parecida com o que aconteceu com a AlphaTauri, onde Pierre Gasly conseguiu mais pontos que Yuki Tsunoda.
A dupla da McLaren para o próximo ano é uma forte concorrente no grid, Lando Norris deve recuperar aquele desempenho que apresentou no início da temporada 2021 se o carro for bem-nascido. Agora pegando um projeto do zero, a personalidade de Ricciardo também deve ser vista no próximo modelo, pois o time depende do bom desempenho dos dois pilotos para ter um bom resultado ao final da temporada. Acredita-se que a dupla deve ter mais equilíbrio no próximo ano se a McLaren entregar um carro que funcione para os seus dois pilotos.
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