O GP de Miami estreou neste fim de semana, com uma grande ação para promover a segunda prova nos Estados Unidos. Vários eventos, atrações, tudo para colocar Miami de vez no calendário, só que a pista deveu um pouco. Rapidamente a prova ficou mais travada, até tivemos mais ultrapassagens do que era esperado, mas com as últimas provas que tivemos no calendário, Miami deixou um pouco a desejar.
Algumas estratégias funcionaram, mas para outros times não vimos saída de uma prova melhor ou algo diferente que eles fossem capazes de apostar. A disputa Haas – Aston Martin – Alpine foi o que vimos, pois com o desenrolar da prova, os conflitos foram se espalhando.
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Mesmo com três zonas de DRS, os pilotos não conseguiam trabalhar para ter um resultado mais positivo e a sua eficiência pouco foi vista. Certamente o circuito de Miami precisa de uma revisão, assim como foi necessário para Jeddah.
Charles Leclerc foi o pole do sábado, mas Max Verstappen passou por cima da Ferrari para conquistar a terceira vitória do ano. Confira agora o Raio-X do GP de Miami, comentários sobre os times e o saldo do fim de semana.
Red Bull move to within six points of leaders Ferrari 👀#MiamiGP #F1 pic.twitter.com/jmCNDiPmWY
— Formula 1 (@F1) May 9, 2022
Ferrari
Certamente a Ferrari tinha um carro espetacular no Bahrein e Jeddah, o F1-75 passou uma grande confiança para o time italiano no início da temporada, mas eles foram adiando a instalação de novos pacotes de atualização, pois estavam de certa forma confortáveis em pista. Por conta de alguns erros e até mesmo o crescimento da Red Bull, chegou o momento que a Ferrari precisa começar as atualizações se quiser conservar a liderança do campeonato e brigar até o final da temporada.
A Ferrari teve um fim de semana sólido em Miami, mas ainda com algumas questões que precisam ser resolvidas. Eles foram fortes nas sessões de treinos livres e na última volta rápida na disputa pela pole, a briga ficou concentrada entre Charles Leclerc e Carlos Sainz. Mesmo a batida do espanhol durante o segundo treino livre não foi capaz de apagar a sua garra no restante do fim de semana. Leclerc conquistou a pole, mas não conseguiu reverter ela em vitória, a dupla teve um problema de desempenho com o uso dos pneus médios, algo que não aconteceu com os compostos duros.
O Safety Car provocado pela batida de Pierre Gasly em Lando Norris ajudou na aproximação do grid. Red Bull e Ferrari não realizaram uma nova parada – a Ferrari provavelmente ficou com medo de voltar aos pneus médios e não ter o desempenho esperado, por outro lado, os pneus macios contra os duros da Red Bull, acabariam rapidamente em um confronto direto. Leclerc persistiu na disputa para buscar a liderança, mas foi obrigado a recuar nas últimas voltas. O segundo lugar não é um resultado ruim para o monegasco, mas certamente a Ferrari precisa reagir rapidamente.
Carlos Sainz travou uma disputa nas últimas voltas com Sergio Pérez, o espanhol foi duramente atacado pelo piloto da Red Bull que estava com pneus médios mais novos. Sainz fez bem a defesa da posição e depois Pérez cometeu um erro que custou a terceira posição. Depois de dois finais de semana de azar, Sainz vai ao pódio e ajuda a Ferrari com uma dobradinha.
Red Bull
A Red Bull desembarcou em Miami e várias expectativas foram depositadas sobre o time. O foco do campeonato está justamente na batalha do time austríaco e do italiano pelo campeonato.
Max Verstappen começou o fim de semana em Miami com alguns problemas, perdendo muito tempo nos boxes com problemas. O piloto precisava aprender o circuito como todos os outros competidores, mas não conseguiu completar muitas voltas na sexta-feira. No sábado ele entrou em pista mais uma vez, brigou pela pole, mas teve que se contentar com o terceiro lugar, pois cometeu um erro durante a sua volta.
O carro se comportou bem na corrida mesmo com as altas temperaturas. Os problemas com o surperaquecimento foram superadas durante o fim de semana, mas ainda é um ponto de atenção para a Red Bull. Verstappen teve uma boa reação na largada, usou a parte limpa da pista para superar Sainz e depois foi buscar Leclerc. Na décima volta os pneus de Leclerc já estavam comprometidos, assim o holandês assumiu a ponta e administrou a prova para vencer.
Sergio Pérez tentou brigar com a dupla da Ferrari, mas o seu carro começou a apresentar falta de potência. O mexicano foi instruído para tentar recuperar a unidade de potência, mas perdeu um tempo tentando resolver a questão na pista e sua distância foi ampliada para Sainz. O Safety Car ajudou na reaproximação, a Red Bull até realizou uma segunda parada com ele, Pérez entrou na briga de novo, mas Sainz fez um bom uso da pista para não permitir a ultrapassagem. Pérez encerrou a prova na mesma posição que conquistou com a classificação.
Durante o fim de semana Pérez ajudou o time com a coleta de dados, em decorrência dos problemas enfrentados pelo companheiro de equipe.
Mercedes
A equipe alemã realizou algumas modificações no W13 para o GP de Miami, mas nessa prova eles estavam mais uma vez coletando dados, tudo para tentar melhorar a performance desse carro. Começaram a sexta-feira bem otimistas por andar dentro do top-10; George Russell liderou até mesmo o TL2, mas no sábado as coisas mudaram um pouco. O time usou o TL3 para dar algumas voltas rápidas no início da atividade, para nós últimos minutos trabalhar as voltas em modo de simulação de corrida, portanto ficaram abaixo do top-10 pois os treinos ocorreram em uma pista em condições um pouco piores.
Lewis Hamilton conseguiu avançar para o Q3 e conquistou o sexto lugar para a largada. O piloto teve uma boa reação na largada, foi até atacar Pérez, mas com a defesa do mexicano e a freada de Bottas, Hamilton foi ultrapassado por Pierre Gasly e ainda foi tocado por Fernando Alonso. Depois Hamilton precisou trabalhar o aquecimento dos pneus e partir para o ataque, recuperando posições.
Por outro lado, George Russell começou a prova do décimo segundo lugar, mas com os pneus duros, perdeu um pouco de rendimento na largada e foi ultrapassado. O piloto foi fazendo algumas ultrapassagens e permaneceu na pista por mais tempo, herdando posições conforme os adversários seguiam para os boxes.
O ponto na verdade não é esse, a questão realmente é o fato de a Mercedes ter colocado os seus pilotos mais uma vez em uma situação difícil. Lewis Hamilton parou dentro da janela de paradas previstas, pois começou a prova com os pneus médios. O virtual Safety Car ajudou na parada de Russell, que pode fazer a fase final da corrida com os pneus médios, mas o time não teve uma boa reação com Hamilton. O dono do carro #44 tinha mais de 25 segundos de vantagem para o Ocon, podendo parar sem perder posições se o time alemão tivesse ariscado um pit-stop duplo. Os estrategistas chamaram Hamilton no rádio, mas o Safety Car já tinha entrado em pista, reaproximando o pelotão, se parasse nesse momento, retornaria em último. Ainda quiseram jogar a decisão no colo de Hamilton, mas ele não tinha o que fazer.
Russell com os pneus médios travou uma disputa respeitosa com Hamilton, realizou o ataque e assumiu a quinta posição. Com os compostos mais novos, restou para Hamilton aceitar a ultrapassagem. Russell também está contanto com um pouco de sorte, para poder superar Hamilton em algumas ocasiões e o máximo que ele pode fazer é se aproveitar destes momentos.
McLaren
A McLaren não tinha muitas perspectivas de ter um bom fim de semana nesta pista, com as suas longas retas e curvas de baixa velocidade, o desempenho dos carros da McLaren foi comprometido. Nos treinos livres o time já estava andando abaixo do top-10. O time espera que em Barcelona possa realizar uma nova verificação do carro e melhorar a sua performance.
Daniel Ricciardo encontrou muito trânsito e teve a sua volta prejudicada na classificação, ficando preso no Q2. Lando Norris foi para o Q3, conseguiu a oitava posição, mas isso não garantiu ao inglês uma corrida melhor.
O australiano fez uma boa largada, mas quando tiveram que realizar a troca dos pneus, ficaram abaixo do top-10 e não se recuperaram. Os carros não conseguiram responder com a utilização dos pneus duros, mesmo em uma pista quente.
Norris não completou a prova, pois foi acertado por Pierre Gasly, o piloto da McLaren sente que poderia ter deixado um pouco mais de espaço, mas foi uma fatalidade o que aconteceu. Agora eles vão se preparar para Barcelona e para a implementação de um novo pacote de atualizações. Infelizmente provavelmente será um ano onde a McLaren terá boas performances, mas alguns desempenhos ruins também vão fazer parte da sua jornada, deixando-os na quarta posição do Campeonato de Construtores.
Alfa Romeo
A Alfa Romeo está ainda lidando com o mesmo dilema da pré-temporada, a equipe conta com um carro em evolução, na maioria das vezes é rápido e competitivo, mas a falta de confiabilidade acaba tirando alguns pontos preciosos da equipe. Zhou estava andando tão forte quando Schumacher neste circuito e poderia ser mais uma carro do time nos pontos.
Com Valtteri Bottas sendo o piloto principal da equipe, é de suma importância que ele participe dos testes e avaliações. A sexta-feira não começou bem para o finlandês que bateu o carro no TL1 e ficou impossibilitado de andar no TL2. Por sorte Guanyu Zhou fez as voltas e avaliações necessárias do carro.
Vemos que os carros estão competitivos, mas que ainda existem algumas questões que precisam ser resolvidas. Como foi o caso de Zhou que foi forçado a abandonar depois de um vazamento de água. O piloto chinês teve a sua volta prejudicada na classificação, o que forçaria ele a realizar uma corrida praticamente de recuperação, mas como o carro teve problemas precisou abandonar.
Valtteri Bottas também passou por alguns problemas com o carro em outras etapas, mas conseguiu um P5 para a largada e fez uma prova muito boa. O piloto conservou o quinto lugar e foi administrando-o ao longo da prova – não atacou Pérez, mas também não foi ameaçado até o Safety Car. Com a reaproximação do grid, o finlandês precisou lidar com Russell que estava com pneus mais novos, cometeu um erro ao frear tarde e ultrapassou os limites dando um toque no muro. Bottas foi ultrapassado por Russell e Hamilton, ficando então com a sétima posição. Com o resultado a Alfa Romeo segue na quinta posição dos Construtores.
Alpine
A Alpine está metida no bolo, nem sempre o seu resultado condiz com o real desempenho do carro, pois existem muitas variáveis em um fim de semana de corrida. Esteban Ocon bateu o carro no TL3, em uma pancada que foi mais forte do que a protagonizada por Carlos Sainz. O francês não participou da classificação, mas ao começar a prova em P20, foi escalando o grid e fechou o GP de Miami na zona de pontuação. O abandono de Mick Schumacher e Sebastian Vettel também ajudaram no resultado da Alpine. As estratégias com Ocon tem funcionado bem, portanto o piloto está conseguindo capitalizar pontos com a equipe.
Até agora Fernando Alonso pontuou apenas em duas corridas, neste GP o piloto entrou na zona de pontuação, mas lidou com duas punições que derrubaram ele para a décima primeira posição. Alonso tinha um carro para se classificar melhor, mas por conta do tráfego na pista teve a sua volta rápida prejudicada. Durante a prova ele travou disputas importantes, mas o Safety Car não auxiliou a sua prova. O espanhol ainda obliterou Pierre Gasly, prejudicando a corrida do piloto francês, a punição foi justa e bem aplicada, mas tirou Alonso mais uma vez da zona de pontuação.
Assim como na Mercedes, vemos que Alonso está encabeçando os testes do time, enquanto a Alpine direciona uma estratégia mais conservadora para Ocon, algo que está rendendo mais pontos para o francês.
AlphaTauri
Como mencionei no texto da Alpine, esses times estão mais uma vez embolados, com desempenhos e problemas semelhantes ao longo do fim de semana, são equipes que estão sempre misturadas. Fica difícil fazer uma leitura individual sobre as suas performances.
A AlphaTauri fez uma boa classificação, colocou os dois carros no top-10, algo que já é um caminho para ficar mais próximo dos pontos. Enquanto Yuki Tsunoda lidou com falta de ritmo no começo da prova, Pierre Gasly tentou se manter na zona de pontuação. Com a proximidade do grid e as disputas que aconteciam na pista, trocar os pneus significou muitas vezes retornar para a pista no meio de um duelo.
Gasly foi acertado por Alonso, algo que comprometeu a sua prova e tirou ele da zona de pontuação. Por fim o francês abandonou depois de acertar Lando Norris. Norris se sentiu parcialmente culpado pelo incidente, assim como Alonso que ficou chateado por ter prejudicado a corrida do rival.
Yuki Tsunoda não conseguiu um bom desempenho com os pneus médios e duros, a sua melhor performance foi com os macios, mas não era um composto muito fácil de trabalhar durante a prova. A AlphaTauri permaneceu com os seus 16 pontos.
Haas
A Haas não pontuou neste fim de semana, mas o seu ritmo foi extremamente competitivo em Miami. Mick Schumacher também demonstrou que estava mais seguro com o seu trabalho, mesmo em um traçado tão desafiador. Foi realmente por conta de detalhes que o alemão não conquistou os seus primeiros pontos na Fórmula 1. Schumacher encontrou o ritmo necessário para travar uma disputa com o seu companheiro de equipe, mas também para brigar com os pilotos da Aston Martin. Infelizmente em uma dessas disputas, Schumacher bateu em Sebastian Vettel, ambos estavam na zona de pontuação e são duas equipes que também necessitam de pontos – isso custou o resultado do fim de semana.
Kevin Magnussen começou de forma bem competitiva, mas ao longo da prova começou a sofrer com o calor e o desgaste provocado por conta dele. Sem dúvidas o resultado foi decepcionante, principalmente após várias oportunidades surgirem pelo meio do caminho.
A Haas provavelmente terá mais chances de pontuar neste ano, mas por precisar enfrentar Alfa Romeo, Alpine e AlphaTauri, precisa aproveitar todas as oportunidades que surgirem para conseguir os seus pontos.
Aston Martin
Após conquistar os seus primeiros pontos no GP da Emilia-Romagna, a dupla da Aston Martin estava pronta para fechar o GP de Miami mais uma vez na zona de pontuação. Os pilotos fizeram uma boa classificação, mas um problema com a temperatura do combustível dos dois carros, forçou a dupla a começar a corrida dos boxes. Tiveram que se esforçar para fazer um trabalho de escalada no grid. Sebastian Vettel e Lance Stroll encontraram Yuki Tsunoda, Fernando Alonso e a dupla da Haas, onde forneceram um duelo interessante e tornaram a corrida até mais agitada.
Vettel e Schumacher bateram quando os dois pilotos estavam no top-10, algo que tirou eles dos pontos e forçou o abandono do piloto da Aston Martin.
A proximidade dos carros também dificultou um pouco do trabalho da dupla, pois o DRS não era tão efetivo com vários pilotos usando ao mesmo tempo. Vettel evitou a batida de Gasly em Norris, para não ter a prova comprometida e realmente foi uma pena a corrida dele terminar desta forma.
Stroll teve um contato com Magnussen quando brigavam pelo top-10, mas o canadense conseguiu pontuar depois que Alonso foi punido. Talvez o saldo do time fosse mais positivo se não tivesse que lutar com o gap que tiveram no começo da prova para os últimos colocados. De certa forma eles também facilitaram o trabalho da Alpine, pois não estiveram presentes no grid de largada.
Williams
A Williams segue tentando melhorar o carro e retirar um pouco de peso do seu equipamento. Não é uma tarefa fácil para o time se mostrar competitivo, mas durante os treinos livres conseguimos observar Alexander Albon completando algumas voltas que deixou o tailandês dentro do top-10.
A classificação não colaborou com a equipe que mais uma vez ficou presa no Q3, mas durante a prova Alexander Albon também travou algumas disputas e se beneficiou da punição de Fernando Alonso para garantir a nona posição e mais dois pontos para a Williams.
Nicholas Latifi infelizmente não está dando sinal de reação e a sua performance está muito abaixo. Não existe uma perspectiva se sem algum momento da temporada 2022 ele pontuará, o piloto anda lutando muito com o carro e sempre manifestando os problemas com o gerenciamento dos pneus.
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