O grande tema do momento na Fórmula 1 gira em torno da suposta preferência da McLaren por Lando Norris na disputa pelo título de 2025. Algumas decisões recentes da equipe favoreceram o britânico, alimentando a polêmica. O ponto mais tenso aconteceu na largada do GP de Singapura, quando Norris e Oscar Piastri se tocaram, quebrando as chamadas “Regras Papayas”. Apesar das queixas do australiano, a equipe manteve as posições em pista. Diante do clima interno, o chefe Andrea Stella foi direto ao ponto: “que vença o melhor”.
Na corrida em questão, Piastri até questionou a equipe: “Tudo bem para nós com o Lando me tirando do caminho”, Norris tinha se chocado com o companheiro de equipe para ganhar a terceira posição e também bateu em Max Verstappen. Piastri, por sua vez, foi apenas orientado para continuar correndo.
“As conversas depois de Singapura foram muito positivas e muito construtivas”, comentou Stella, chefe de equipe da McLaren. O time entende que não existiu maldade por parte de Norris na manobra para ultrapassar Piastri, embora ele seja culpado pela batida.
“Tivemos uma situação em que houve o contato entre nossos carros, então isso precisou ser revisto dentro da estrutura de corrida que usamos para correr juntos como uma equipe, com Lando e Oscar.”
“É uma estrutura que Lando, Oscar e a equipe elaboraram e, em última análise, é minha responsabilidade e de Zak [Brown, CEO da McLaren Racing] garantir que ela seja aplicada de forma consistente durante a temporada. Analisamos o caso e identificamos que Lando foi o responsável pelo contato porque ele estava um pouco além na curva 3, tocou em Verstappen e depois saiu de traseira em direção a Oscar.”
“Obviamente não houve malícia nessa atitude, mas ambos os pilotos aceitaram a revisão e agora vamos para o resto da temporada como depois do Canadá, ainda mais unidos e fortes como equipe.”
A McLaren garantiu o Mundial de Construtores em Singapura, dando ao time o título que eles mais desejavam e trabalharam por ele ao longo da temporada. No entanto, com seis corridas pela frente e três Sprints, o papel da equipe agora é tornar um dos seus pilotos campeões.
Norris reduziu a diferença para Piastri, separados nesta reta final por menos de uma vitória – 22 pontos. Do lado da McLaren, o time precisa evitar erros, já são três corridas sem os seus pilotos conquistarem uma vitória. A aproximação de Max Verstappen também é um ponto de atenção neste momento do campeonato.
“Max é Max”, disse Stella. “Red Bull é Red Bull. Estamos falando de um supercampeão, o atual campeão mundial nas últimas quatro temporadas, então, para ser justo, nunca fomos ingênuos ao dizer que Verstappen não estava em busca de se tornar campeão mundial de pilotos.”
“Isso sempre foi algo claro para nós, mas, nos concentramos apenas em nós mesmos e estou realmente impressionado com o quanto Lando e Oscar conseguem reduzir o ruído e se concentrar apenas em si mesmos.”
“Eles sabem que se conseguirem extrair o melhor do seu potencial, poderão ter fins de semana muito fortes e poderão estar no controle do seu próprio destino nessa busca para se tornarem campeões.”
O time mencionou que após Singapura precisou realizar uma revisão nas regras e com isso, estabelecer o que querem até o final da temporada, maximizando o desempenho do carro em busca de um ‘caminho vitorioso’ até o final da temporada. Além disso, haverá consequências para Norris nos próximos eventos.
Para Piastri o assunto foi resolvido e para os próximos eventos “não há razão” para que a estrutura que eles têm, mude a forma como vão correr.
“Para nós, como equipe, só queremos garantir que ficaremos em primeiro e segundo lugares no campeonato e que o melhor vença. Estou bastante impressionado com a maturidade que Oscar e Lando demonstraram durante essa jornada.”
“Nas muitas conversas que tivemos juntos, eles sempre conseguiram entender onde o nível de estresse estava ficando um pouco alto demais, eles entenderam que era hora de recuar um pouco, tirar alguns dias de folga.
Obviamente, trabalhamos juntos para garantir que os pilotos mantenham esse autocontrole e sempre operem em um estado, em uma situação na qual possam expressar o seu melhor.”
“Acho que para eles é importante que, ao final dessas 24 corridas, possam dizer a si mesmos: dei o meu melhor. É uma jornada, uma busca que enfrentamos todos juntos e, devo dizer, também é bastante agradável. Pode ser pressão, pode ser estresse. Ainda hoje, nas conversas que tive pessoalmente com Oscar e Lando, vi dois pilotos que estão gostando do que estão fazendo.”
Com o foco nos pilotos, Stella afirma que a intenção da McLaren é terminar o final do ano com um dos pilotos da McLaren conquistando o título, além de manter uma dobradinha.
“Esperamos que, como equipe, sejamos capazes, do ponto de vista da confiabilidade e do ponto de vista operacional, de oferecer a Lando e Oscar a melhor oportunidade para que a jornada fique inteiramente em suas mãos — dependendo do talento deles, da habilidade de corrida, da determinação deles, do quanto eles conseguirão expressar o melhor de si mesmos nessas seis corridas finais”, disse ele.
A McLaren espera conseguir entregar um carro que tenha confiabilidade até o final do ano, mas que seja muito competitivo para que os dois competidores possam disputar o título.
“Para mim, o importante é que tudo isso aconteça dentro da justiça, do espírito esportivo, de todos os valores que caracterizam a maneira como corremos na McLaren e que então vença o melhor.”
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