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Preview para o GP da Hungria – Informações sobre o Hungaroring e a última etapa antes das férias

A Hungria receberá neste fim de semana a Fórmula 1 e suas categorias de base. Os pilotos buscam o melhor resultado antes das férias

Neste fim de semana a Fórmula 1 segue para a Hungria, disputando o último GP antes das férias de verão. O GP da França marcou o início da segunda metade do campeonato, prova que foi vencida por Max Verstappen e contou com um novo abandono de Charles Leclerc.

E enquanto não sabemos se a Ferrari enfrentará novos problemas de confiabilidade ou outra onda de erros, Verstappen lidera o Campeonato com folga, contando atualmente com 233 pontos, contra 170 conquistados por Charles Leclerc. O time italiano ainda não se deu por vencido e acredita que pode vencer as próximas dez provas.

A Mercedes não entra nessa disputa direta com Red Bull ou Ferrari, mas o time alemão evoluiu muito o seu carro até o momento. Os novos pacotes surtiram efeito, mas o mais importante é que os seus pilotos estão conseguindo abocanhar pódios, principalmente por conta das falhas dos seus adversários.

A Hungria é campo muito forte para a Mercedes e principalmente para Lewis Hamilton, o inglês conta com oito vitórias no circuito, além de ter conquistado oito poles. Após o pódio duplo conquistado na França, certamente a dupla vai com ainda mais garra para um circuito que eles contam com bons resultados.

Essa próxima é uma chave importante no jogo psicológico, obter um bom resultado na Hungria significa seguir para as férias como uma marca que será lembrada até o retorno da categoria. A prova também representa a última oportunidade antes da pausa de verificar os carros e coletar novos dados.

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A Haas usará a Hungria para introduzir o seu novo pacote de atualizações, mas que neste primeiro momento será apenas avaliado por Kevin Magnussen, pois o time norte-americano não conseguiu produzir dois kits para atualização.

Correr na Hungria não é uma tarefa muito fácil, os carros são expostos a um traçado sinuoso e acidentado. Ter uma boa classificação na Hungria já é um caminho importante para conquistar um bom resultado.

Sebastian Vettel aproveitou a última prova antes das férias para anunciar a sua aposentadoria, o tetracampeão mundial estava em negociação com a Aston Martin, mas vai aproveitar o momento para curtir a família e pensar nos seus planos futuros.

Características do Hungaroring

A pista conta com 4.381 km, onde os pilotos vão completar 70 voltas. As duas zonas de ativação do DRS estão no início da pista, a zona de detecção está na curva 14, a primeira ativação ocorre na reta dos boxes, depois os pilotos vão acionar mais uma vez entre as curvas 01 e 02. Uma particularidade do Hungaroring é que existe apenas uma zona de detecção do DRS. O traçado que conta com 14 curvas, seis são para a esquerda e oito à direita.

A melhor chance de ultrapassagem está na curva 01 e 02, depois que os pilotos enfrentarem uma reta de 800m. O circuito conta com curvas de baixa e média velocidade. As configurações aerodinâmicas são bem diferentes do que os times acabam utilizando em Silverstone.

O circuito da Hungria – Foto: reprodução F1

O nível de exigência dos freios é alto, a baixa velocidade média no Hungaroring também contribui para a limitação do fluxo de ar e dificulta o resfriamento dos freios. O circuito é travado, desta forma é muito comum os pilotos ficarem presos no tráfego, algo que também acende um ponto de alerta para o superaquecimento.

As retas no traçado da Hungria são relativamente curtas, mas chegar nas curvas com a velocidade certa é importante. Os times costumam apostar em uma configuração com alta carga aerodinâmica, para contar com o melhor desempenho. Cerca de 65% da volta no Hungaroring é realizada com o pé em baixo.

Geralmente quando os times chegam à Hungria, eles costumam lidar com as altas temperaturas, algo que acaba mudando a dinâmica da prova. O fim de semana deve começar quente, mas para o sábado e o domingo existe a previsão de chuva, algo que pode embaralhar o grid e mudar a dinâmica das estratégias.

Pneus

E falando sobre as estratégias, a Pirelli escolheu os pneus da sua gama intermediária: C2 (faixa branca – dura), C3 (faixa amarela – médio) e C4 (faixa vermelha – macio), combinação que foi adotada na temporada 2019, 2020 e 2021. Para a temporada atual, mesmo com a introdução dos compostos de 18 polegadas, a fornecedora de pneus se manteve na segurança e disponibilizará os compostos da sua gama intermediária aos pilotos.

Pneus escolhidos para o GP da Hungria – Foto: Ale Ranieri

Levando em consideração as características do ano passado, os times enfrentaram um tempo quente e seco. Durante os treinos livres as temperaturas chegaram aos 60°C, algo semelhante com o que foi observado na França no último final de semana.

Antes do início da corrida, choveu no traçado e logo após a largada Valtteri Bottas e outros pilotos se envolveram em um acidente, provocando uma reviravolta na prova. A corrida entrou em bandeira vermelha e todos os pilotos se dirigiram ao pit-lane.

Após a prova ser reestabelecida tivemos um dos lances mais icônicos da corrida, Hamilton se dirigiu sozinho para o grid de largada, enquanto todos os outros pilotos entraram nos boxes para trocar os seus pneus, pois comprovaram que os pneus de pista molhada não seriam eficientes, já que a pista tinha secado. Hamilton então fez a largada sozinho, enquanto a movimentação acontecia no pit-lane. Na volta seguinte Hamilton seguiu para os boxes, retornando na última posição para fazer uma prova de recuperação.

Na temporada passada Hamilton largou após a corrida ser reestabelecida – Foto: reprodução

Sebastian Vettel que tinha terminado a prova no pódio, foi desclassificado pois a equipe não tinha a quantidade de combustível necessária para análise da FIA.

A estratégia na Hungria pode ser tanto focada em apenas uma parada, como uma prova para duas paradas, tudo depende da condução da prova. Conforme os pneus vão se degradando, os competidores também perdem performance, desta forma os times podem optar por uma segunda troca e permitir que os seus pilotos não precisem trabalhar de forma mais conservadora na pista.

Programação para o GP da Hungria – Foto: Ale Ranieri – BP

FÓRMULA 2 

A Fórmula 2 está seguindo para correr na Hungria, realizando a décima etapa da temporada 2022. Felipe Drugovich permanece na liderança agora com 173 pontos, o brasileiro conquistou um pódio na França durante a corrida Sprint.

Théo Pourchaire recuperou a segunda posição do Campeonato, depois de somar 134 pontos, o piloto francês conquistou o segundo lugar na corrida principal, após ser punido na Sprint e cair para o sétimo lugar. Logan Sargeant que tinha chegado à França como vice-líder do campeonato, fechou o fim de semana faturando apenas um ponto, desta forma o piloto segue para a próxima rodada com 118 pontos.

Para essa prova a Pirelli fornecerá os pneus médios e macios, sendo a segunda vez na temporada que os pilotos vão trabalhar com essa combinação, a última vez aconteceu na rodada disputada em Jeddah. Cada piloto recebe cinco conjuntos de pneus slick (três médios e dois macios) para usar ao longo do fim de semana.

A prova Sprint da Fórmula 2 contará com 28 voltas, enquanto a prova do domingo será disputada em 37 voltas.

A Fórmula 3 também estará na Hungria para realizar a sua próxima corrida, após a última prova da categoria ser disputada em Ímola. Os pilotos da categoria vão usar os pneus médios e recebem três novos conjuntos.

Programação para a Fórmula 2 na Hungria – Foto: Ale Ranieri / BP

W SERIES

A W Series vai dividir mais uma vez as pistas com a Fórmula 1, a categoria feminina segue sendo dominada por Jamie Chadwick. A pilota britânica conquistou a quinta vitória da temporada, com 100% de aproveitamento.

Durante a prova da França, Chadwick tinha conquistado a pole, mas foi punida, começando então a corrida da terceira posição. A pilota logo assumiu a liderança da prova e dominou em Paul Ricard. A presença do Safety Car prejudicou um pouco a dinâmica das pilotas, mas o final foi extremamente eletrizante com várias disputas.

Jamie segue para a Hungria em busca de mais uma vitória. A pista já é conhecida por várias competidoras, mas da última vez que Jamie esteve por lá, a pilota conquistou a pole, vitória e cravou a volta mais rápida da prova.

Programação para a W Series na Hungria – Foto: Ale Ranieri / BP
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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