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Preview GP de Mônaco de Fórmula 1 – Novo Round para Vettel retomar a liderança

Primeiramente o Campeonato Mundial de Fórmula 1 teria o seu início em 1949, porém em decorrência da morte do príncipe Louis II  o Grande Prêmio de Mônaco daquele ano acabou sendo cancelado, assim em 1950, quando finalmente foi criado o Campeonato Mundial de Fórmula 1, o GP de Mônaco foi a segunda prova daquela temporada, mas somente depois de cinco anos (1955) ela entrou para o calendário regular da competição. Fora designada por duas vezes (1955 e 1963) com título honorífico de Grande Prêmio da Europa pela AIACR (antecessora da FIA). Às vezes o Grande Prêmio da Europa era escolhido como tapa buraco de um GP que ficaria fora naquele ano ou como forma de acrescentar mais uma disputa ao calendário e trazer mais verba para a categoria.

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O título de Rei de Mônaco ou Mr. Mônaco nas pistas, surgiu com a Era Graham Hill, depois do mesmo vencer cinco vezes a corrida monegasca nos anos 1960. Sua primeira vitória foi em 1963 e depois repetiu o feito nos dois anos subsequentes. O britânico voltou a vencer na pista em 1968 e 1969.

Todos os caminhos levam à Mônaco – à Mônaco da F1. Fonte: Pinterest

Na Era Senna e Prost, os dois pilotos dominaram as vitórias em Mônaco, merecendo um texto à parte para cada corrida deles no principado. Mas nessa época Alain Prost venceu três corridas seguidas de 1984 a 1986, Ayrton Senna que estava na McLaren em 1987 vinha para quebrar a sequência de vitórias do francês. A última vitória de Prost veio no ano seguinte 1988, depois disso Senna venceria por 5 anos seguidos, se tornando assim o Rei de Mônaco e o piloto com mais vitórias no circuito somando 6. Michael Schumacher se igualou ao recorde de Hill, mas o brasileiro permanece inabalável.

 

lll Características da Pista

Mônaco é um circuito com traçado de rua que passa por pontos estratégicos, contrastando com monumentos antigos da cidade tem a costa repleta de iates atracados e o Mar Mediterrâneo. A luz do dia com a penumbra ao entrar e sair do túnel são desafios não encontrados em outros lugares. A chicane logo depois do túnel é bem difícil de ser realizada por causa dessa mudança repentina de luz. As proximidades com as barreiras de contenção não abrem brecha para erros e com as suas ruas estreitas e repletas de curvas, as ultrapassagens se tornam muito complicadas e fazem várias “vitimas” ao longo dos anos. As 78 voltas no circuito não são fáceis e os pilotos encaram a pista como algo muito desafiador, já que possui mudanças de elevação e cantos estreitos. A prova não exige tanta velocidade e carros com a aerodinâmica bem construída tem a oportunidade de conquistar pontos valiosos, além disso a estratégia também conta muito para o resultado.

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Os dois treinos livres que tradicionalmente acontecem nas sextas-feiras nos outros GPs, são realizadas às quintas-feiras em Mônaco e às sextas o tráfego é liberado para permitir que as pessoas possam “retornar as suas atividades de final de semana”, mas também é uma boa manobra para que as equipes e seus pilotos possam participar de eventos dos patrocinadores e figurões das redondezas.

lll Pneus

No ano passado a escolha da Pirelli foi utilizar os compostos ultramacios (faixa roxa), supermacios (faixa vermelha) e macios (faixa amarela), sendo os mais lentos do final de semana. A famosa pista de rua é muito conhecida por ter os menores índices de velocidade média e de degradação dos pneus. Isso faz com que uma corrida com apenas uma parada seja o cenário mais provável, portanto em 2018, a fornecedora de pneus optou por trazer ao circuito o seu mais novo composto os hipermacios que vão ser apresentados definitivamente nesta prova.

Os hipermacios (faixa rosa), prometem ser mais velozes que os ultramacios e devem ter uma durabilidade inferior aos roxinhos. Portanto a combinação desta vez é hipermacios, ultramacios e supermacios.

lll Corrida 2017

A corrida disputada no principado de Mônaco em 2017 foi a sexta da temporada. Sebastian Vettel venceu com a Ferrari, fazendo bom proveito da corrida sem ter Lewis Hamilton grudado em seu cangote, já que o inglês acabou largando da décima quarta posição. Vale ressaltar que o alemão manteve o companheiro de equipe no seu campo de visão até a parada nos boxes quando as coisas ”desandaram” para o finlandês da Ferrari.

Para Raikkonen que também esteve presente no pódio, a cara era de poucos amigos, principalmente depois do erro que a equipe cometeu na sua parada e custou a sua vitória. Favorecimento? Essa afirmação é difícil de fazer, mas a Ferrari tem um histórico grande neste assunto.

Corrida atípica, sem a presença de Fernando Alonso que estava nos Estados Unidos para disputar as 500 milhas de Indianápolis, mas com o retorno de Jenson Button para substituir o espanhol na McLaren. Minutos antes da prova acontecer os dois conversaram via rádio e enquanto Alonso pedia para o inglês cuidar do seu carro, veio a hilária resposta ”Pode deixar, eu vou fazer xixi no banco”.

A largada ocorrera sem nenhum incidente. Hamilton conquistou a sua primeira posição, se tornando o décimo terceiro colocado. Wehrlein da Sauber e Button realizaram uma parada nos boxes no começo da prova e os dois quase se tocaram no pit-lane, o que rendeu uma punição de cinco segundos para o alemão.

Para Hamilton a corrida não estava sendo fácil e o inglês reclamava de falta de pressão aerodinâmica no seu carro e de como estava espalhando com a sua Mercedes pela pista, mas mesmo com as suas dificuldades o piloto inglês seguia escalando o pelotão, para terminar a prova na sétima posição.

Sebastian Vettel realizou a aproximação no companheiro de equipe apenas quando os dois encontraram os retardatários na pista e o finlandês começou a ter o seu ritmo prejudicado. Neste mesmo momento Bottas se aproximou da dupla da Ferrari.

Logo a janela de pit-stops se iniciou na volta 33 com Max Verstappen e Bottas sendo os primeiros a se encaminhar para os boxes. Raikkonen parou duas voltas depois, mas a equipe teve dificuldades para realizar a troca do seu pneu traseiro e segurou ele mais tempo que devia nos boxes. Vettel que ficava de cara para o vento aproveitou a oportunidade para abrir distância entre ele e o companheiro de equipe, para ter tempo suficiente de realizar a sua troca de pneus na volta 39 e ainda conseguir se manter na frente do finlandês. Ricciardo era mais um dos pilotos que conseguia realizar uma boa parada, saindo da quinta posição para se tornar o terceiro.

Na volta 61 acontecia uma das batidas que mais chamaram a atenção na corrida, Button e Wehrlein se encontraram e o alemão ficou virado em um angulo de 90°. O piloto da Sauber não ficou ferido, mas foi muita sorte. Já Button acabou com a suspensão quebrada.

O Safety Car entrou na pista e recuperou a ordem dos pilotos que haviam tomado uma volta dos líderes da sessão, mas Ericsson se deu mal ao realizar esse procedimento e acertou o muro de contenção na Sainte-Dévote onde um pedaço do asfalto estava se soltando.

A relargada aconteceu na volta 67 e a diferença que Vettel havia aberto para Raikkonen de 10 segundos se perdeu com a entrada do carro de segurança, os pilotos voltaram a ficar todos próximos. Ricciardo segurava as investidas de Bottas e Max Verstappen arriscava. Vandoorne era pressionado por Pérez e perdia o controle da McLaren na Sainte-Dévot, jogando a oportunidade da McLaren pontuar. O mexicano também pressionou Daniil Kvyat e colocou o piloto da Toro Rosso para fora da prova, ao tentar executar uma ultrapassagem na La Rascasse, onde claramente não existia espaço para os dois, com isso Pérez precisou fazer mais uma parada.

Vettel recebeu a bandeira quadriculada em Mônaco quebrando um jejum de 16 anos onde a equipe italiana não vencia no circuito. O último a realizar esse feito foi Michael Schumacher.

Fonte: Globo.com
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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