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Preview do GP do Azerbaijão – Batalha entre McLaren e Red Bull segue nesta 17ª etapa

A próxima sequência de provas acontece em circuitos de rua. O GP do Azerbaijão é uma prova desafiadora e precisa de muita atenção dos competidores. Saiba mais sobre a pista, pneus e horários da prova

Neste fim de semana a Fórmula 1 disputará o GP do Azerbaijão, válido como a 17ª etapa da temporada 2024. A prova disputada no Circuito do Baku, é a primeira corrida em pista de rua depois do evento de Mônaco, antes das férias da F1.

Após a rodada dupla formada pelo GP da Holanda e Itália, as coisas voltaram a esquentar neste duelo pelo título. Atualmente a Red Bull sente que os campeonatos de piloto e construtores estão ameaçados, principalmente após o crescimento da McLaren.

A equipe austríaca tem falado mais abertamente dos seus problemas, relacionados principalmente ao carro. Foram implementadas novas peças, mas o time também tentou recorrer às peças antigas, para ter um controle maior na configuração do equipamento. Não tem funcionado e o RB20 não responde como o esperado. Eles sentem que mesmo aquele carro vencedor que impressionou no ano passado e no início deste campeonato, já tinha alguns problemas, mas eram mascarados por uma performance que os rivais ainda não tinham atingido.

Enquanto a Red Bull enfrenta uma série de problemas e as vitórias de Max Verstappen não voltam a acontecer, surgiu a oportunidade de uma McLaren disputar os títulos da temporada, enquanto Mercedes e Ferrari tentam retirar pontos importantes dos adversários.

Lando Norris venceu o GP da Holanda, enquanto na Itália a Ferrari conseguiu dar um nó na equipe de Woking, para vencer com Charles Leclerc. As corridas ficando um pouco mais dinâmicas, tem deixado esse restante de campeonato ainda mais interessante. A Ferrari aposta as suas fichas em Singapura, para obter mais uma vitória, ao mesmo passo que a McLaren precisa tomar uma decisão: se confiará em Norris para buscar o título em 2024.

Vamos ver as surpresas que o Azerbaijão pode nos reservar neste fim de semana.

O CIRCUITO

Antes de tudo, é necessário lembrar que o GP do Azerbaijão era anteriormente disputado entre abril ou junho, mas neste ano a F1 empurrou a etapa para a segunda metade do campeonato. A alteração ocorre por conta da reorganização que ocorreu no calendário, tentando melhorar os deslocamentos da categoria pelo mundo e facilitar a logística.

A prova de 2024 e 2025 serão realizadas em setembro, onde a F1 enfrentará um diferente clima, que pode impactar diretamente no desenvolvimento da prova. Vamos comentar mais sobre ao longo deste texto.

O circuito de Baku, pode ser definido como uma pista extremamente desafiadora e veloz. Os ângulos de algumas curvas são bem complicados, desta forma é bem comum ver algumas batidas durante todo o fim de semana, com várias interrupções principalmente na classificação, quando os pilotos estão buscando o seu limite para estabelecer o melhor tempo.

No ano passado, os pilotos precisaram lidar com o desafio de Baku, durante um evento Sprint, tornando o fim de semana mais dinâmico. Mas desta vez voltamos para a configuração normal, em um evento contando com três treinos livres, classificação e corrida.

Foram sete provas disputadas no traçado, entre GP da Europa [primeira corrida no circuito] e se apresentando como GP do Azerbaijão. As corridas renderam a possibilidade de ver seis vencedores diferentes, pois apenas Sergio Pérez conta com duas vitórias em Baku. Em poles, apenas Charles Leclerc repetiu o feito na pista e obteve três poles. O traçado conta com 6.003 km, perdendo apenas para a extensão de Spa-Francorchamps, Jeddah e a pista de Las Vegas. A posta é formada por 20 curvas, sendo o segundo maior número do calendário.

A pista definido por ser uma junção de Mônaco e Monza, ruas estreitas como a do Principado, mas com retas largas e longas que acabam esfriando os pneus e dificultam realizar a frenagem.

Assim como Mônaco, os pilotos trocam bastante de marcha, cerca de 68 vezes por volta, o mesmo número necessário em uma volta no Bahrein. Baku é uma pista de difícil configuração e um quebra cabeça para os engenheiros, por conta das curvas fechas e das longas retas, além dos pontos de frenagem, é necessário realizar algumas escolhas. Os times lutam para ter uma configuração que deveria ter o mínimo de arrasto nas retas para que o vácuo funcione, mas os carros precisam ainda estar colados ao chão para percorrer as partes estreitas do traçado e lidar melhor com as rajadas de vento.

Circuito de Baku – Foto: reprodução F1

De modo geral, esse é um circuito de configuração com baixa downforce. Está é uma pista que observamos uma evolução muito rápida da pista, conforme as sessões vão avançando.

Os times precisam encontrar um equilíbrio nas suas configurações para fazer o carro funcionar em Baku, já que as retas são longas e as curvas exigem uma boa resposta e controle do carro. É a combinação de uma longa reta, até a sessão composta pelo castelo que é bem estreita e podemos ver algumas batidas. Sem falar do segundo setor que é bem sinuoso.

A curva 20, é uma das mais rápidas. Os carros podem atingir velocidade máxima de 305 km/h, antes de adentrarem pela longa reta, passando pela área de boxes até atingir a curva 1.

São duas zonas de ativação do DRS no circuito, que ficam bem próximas. O uso do DRS nesse traçado também entra para a estratégia e o piloto pode perder a posição se não souber trabalhar com esse elemento.

PNEUS

A Pirelli mais uma vez fornecerá a gama macia de pneus para ser usada ao longo do GP do Azerbaijão, com a configuração sendo: C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha). Essa escolha de pneus é a mesma usada em Monza, se manteve para o Azerbaijão e também será usada em Singapura, por também ser um traçado de rua.

Pneus escolhidos para o GP do Azerbaijão – Foto: reprodução Pirelli

Com a prova sendo realizada em setembro, existe uma preocupação maior com as temperaturas elevadas que podem ser enfrentadas. Essa é uma pista que evolui muito rápido, por conta do depósito de borracha conforme as sessões são disputadas. No entanto, é necessário lembrar que a vida precisa “retornar ao normal”, o que significa que os locais tem as vias liberadas para passar, quando as sessões não estão acontecendo em pista e esse tráfego também altera a preparação do traçado.

A prova aqui geralmente pode ser resolvida com apenas uma parada. O primeiro stint geralmente é um pouco mais curto para aqueles que usam os pneus médios, por conta do peso do carro e desgaste dos pneus, mais ao instalar os compostos duos, é possível completar boas 40 voltas com ele. No entanto, existem alguns casos que basicamente os pilotos quase concluíram a corrida com apenas o uso de um pneu, indo aos boxes apenas por ser obrigatório usar dois tipos de pneu, por conta do regulamento; mas isso não significa que o piloto teve uma boa performance.

Estratégias trabalhadas ao longo do GP do Azerbaijão – Foto: reprodução Pirelli
LEIA MAIS: Pirelli define gama macia de pneus para disputa do GP do Azerbaijão

Por ser um circuito que não tolera erros, o Safety Car pode aparecer em qualquer momento da prova e até mesmo mudar a dinâmica das paradas. Os times precisam ficar atentos ao que está acontecendo na pista para ter a melhor reação.

Ao longo dos treinos livres, as rajadas de vento atrapalham bastante, assim como a constante mudança na direção dos ventos. Os pilotos podem facilmente estragar um jogo de pneus, pois cometeram algum erro, até tentando fugir de uma possível batida. Aqueles que conseguem conservar melhor os seus compostos, tem uma reação melhor ao longo da prova.

As longas retas acabam resfriando os pneus; os pilotos ainda precisam ficar atentos as áreas com sombras, que também impactam diretamente na temperatura dos compostos e na sua durabilidade. Se o piloto não fizer um bom gerenciamento de pneus, ele fica a pé e compromete todo o seu desenvolvimento.


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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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