Antes da pandemia tomar conta de 2020, os times da Fórmula 1 estavam trabalhando no desenvolvendo do carro da temporada e já tentando lidar com o regulamento técnico de 2021. A Renault investiu no projeto da temporada passada (R.S.20), antes de saber que teria que seguir atualizando o modelo por um segundo ano (2021) – e certamente foi a melhor decisão, apostar no trabalho para obter um bom resultado ao final do ano.
A Renault começou a temporada otimista, confiando em Daniel Ricciardo e Esteban Ocon, além disso, existia o desejo ardente de levar a Renault ao pódio. O desejo se tornou realidade, o time francês chegou três vezes ao pódio em 2020 – duas com Ricciardo e uma como Ocon.
Em termos de crescimento durante o ano, a Renault foi um dos times que mais evoluiu, eles começaram a temporada apagados, mas a disputa com a Racing Point e a McLaren pela terceira posição no campeonato de construtores colocou o time em evidência, eles conseguiram mostrar a sua força.
Na temporada 2019, a Renault apresentou um projeto que era para ser versátil, claro que a execução não funcionou como era esperado, desta forma em 2020 um projeto novo foi para a pista e assim ficou mais fácil de identificar os acertos e erros.
O novo motor impulsionou a Renault e trouxe resultado, e neste quesito ainda vale dizer que a McLaren também se deu bem nesta temporada movido pela mesma unidade de potência. No entanto para 2021 o time francês estará sozinho, sem nenhuma cliente no grid até o momento, mas ainda esperando a decisão da Red Bull de se manter com o motor Honda, dando continuidade ao projeto ou optando por retornar para a Renault ao final da temporada 2021.
A sequência de pista que exigiam do motor trouxeram uma boa perspectiva para a Renault, é claro que o seu desempenho não era de todo regular, desta forma foram dando o seu melhor nas pistas que correspondiam ao tipo de carro que eles tinham, pistas com baixa pressão aerodinâmica que favoreciam o uso da unidade de potência.
E para completar, ainda é necessário dizer que a Renault travou uma disputa com a Racing Point além das pistas. A equipe francesa protestou contra o carro da RP, por conta de todas as copias que o time fez ao modelo utilizado pela Mercedes em 2019. No fim das contas a novela teve um encerramento, mas a Racing Point perdeu 15 pontos no campeonato de construtores – na tabela de pontos os times ficaram separados por 14 pontos.
Daniel Ricciardo e Esteban Ocon
Segundo ano com Daniel Ricciardo com o time, a Renault não gostaria de fazer feio e mostrou o seu empenho para entregar o melhor carro dentro das possibilidades existentes em 2020 para o australiano. Ricciardo avisou em maio que estaria deixando a Renault para disputar a próxima temporada com a McLaren – Zak Brown mostrou estar satisfeito.
A Renault tinha uma temporada curta para mostrar serviço, além disso atrair Fernando Alonso para um carro competitivo e ter o bicampeão mundial retornando para a equipe que conquistou os títulos.
O chefe de equipe, Cyril Abiteboul precisou mostrar serviço nas pistas e as coisas foram se encaixando. A Renault foi avançando em classificação, atrapalhando a Racing Point e a McLaren em vários momentos, obtendo largadas melhores. Ricciardo contou com uma boa leitura realizada pela Renault nas corridas e foi entregando os resultados. No GP de Eifel quando Esteban Ocon abandonou a prova por um problema hidráulico, Ricciardo esteve representando o time no pódio.
O australiano não tinha um resultado assim desde o GP de Mônaco de 2018 – quando conquistou a vitória – a Renault por outro lado não via um pódio desde o GP da Bélgica de 2010 com Robert Kubica, mas com a Lotus Renault o último pódio ocorreu em 2011 durante o GP da Malásia com Nick Heidfeld.
Ricciardo foi importante na disputa da Renault pela terceira posição no campeonato de construtores. O segundo pódio apareceu no GP da Emilia-Romagna, a Renault tomou uma decisão rápida, manteve o australiano na pista e não realizou uma segunda parada, na ocasião, a Racing Point fez Sergio Pérez perder o pódio por realizar a segunda parada. Na Emilia-Romagna a Renault era a terceira no campeonato de construtores. A única pergunta que fica é, cadê a tatuagem que Abiteboul prometeu fazer no primeiro pódio do australiano?
Se o ano foi bom para Ricciardo, Esteban Ocon teve um pouco mais de dificuldade, abandonou quatro provas com problemas que ocorrem em partes especificas do carro. Foram quatro abandonos contra apenas um do australiano, então o companheiro de equipe do francês acabou levando a melhor.
Ocon superou Ricciardo em classificação apenas duas vezes, na corrida o resultado foi 4×13, mas o francês apresentou uma melhora ao final da temporada, além disso ele apresentou um desempenho regular, estando na zona de pontuação para auxiliar a Renault na conquista de pontos, mas realizando um papel mais importante, dificultar a vida dos rivais. No GP de Sakhir Ocon conquistou o seu primeiro pódio na Fórmula 1, com o segundo lugar.
Em 2021 as coisas na Renault, agora Alpine, serão mais duras, Fernando Alonso retorna ao time. O espanhol está otimista com o desempenho da Renault, conheceu o carro em um teste privado e depois participou da sessão de testes em Abu Dhabi. Além disso, o piloto espanhol já está ajudando a Apine com o desenvolvimento do carro de 2022, Alonso tem a fama de cobrar os times, com a Renault não será diferente.
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