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OPINIÃO: A temporada 2020 da Haas

O ano da Haas foi conturbado, a pandemia pegou a equipe de jeito, o time não tinha ideia se poderia retornar para as pistas quando as provas fossem realizadas. A equipe levou um calote da Rich Energy no ano anterior, o que dificultou muito o seu desenvolvimento.

Foi um ano de muitas batalhas internas, problemas nas corridas, um desafio completo. O time americano terminou a temporada de 2019 na 9ª posição do campeonato de construtores, mas conquistando 28 pontos. Em 2020 eles permaneceram em 9º, mas com apenas 3 pontos conquistados.

O motor da Ferrari atrapalhou o desempenho da Haas e da Alfa Romeo, que de uma temporada para a outra regrediram no grid, enquanto outros times estavam avançando. A Haas deixou de fazer parte de um pelotão intermediário, para andar no fim do grid com a Alfa Romeo e a Williams.

A disputa particular de Haas e Alfa Romeo durante a temporada 2020 – Foto: Haas F1 Team

“Corrida após corrida eu estava sempre falando do quando aquela última prova foi dura, a falta de ritmo foi uma questão por todo o ano, mas eles começaram na Áustria com um abandono duplo provocado pelos freios” – relembrando os problemas de anos passados – eles estiveram envolvidos em algumas batidas e como disse Guenther Steiner, parece que a Haas sempre está no meio das confusões que aconteceram nas provas.

E é difícil não concordar com Steiner, pois mesmo quando não era culpa da dupla, a Haas parecia um imã de problemas.

A Haas esteve lidando durante a temporada com um problema na suspensão traseira, que gerava o superaquecimento dos pneus e uma queda de desempenho acentuada. Os problemas com o VF-19 foram sanados para a versão do VF-20, mas como já falado, outras circunstâncias surgiram ao longo da temporada 2020.

Durante o ano eles seguiram trabalhando em atualizações para melhorar o carro, o desempenho de fato mostrou um avanço, mas não ajudou a Haas na batalha por mais pontos, ou em melhores posições, eles seguiram brigando nas últimas posições do grid.

Kevin Magnussen e Romain Grosjean

Comparativo – Haas – Foto: F1

Somaram três pontos, dois conquistados por Romain Grosjean e um por Kevin Magnussen. Infelizmente, mesmo diante de vários problemas, em corrida e classificação, eles foram bem equilibrados, mas neste caso não é algo tão surpreendente, pois em vários momentos a Haas estava batalhando entre eles.

No entanto, quando pulamos para analisar os abandonos, parte deste equilíbrio está ligado aos diversos problemas que Kevin Magnussen enfrentou nesta temporada. Batidas com Albon, Vettel e Giovinazzi, além do infortúnio com o câmbio na corrida da Emilia-Romagna. Se na temporada de 2019, o dinamarquês desempenhou um papel superior ao do companheiro de equipe, este ano as coisas acabaram se invertendo.

Kevin Magnussen e Romain Grosjean não tiveram o contrato renovado para 2021 – Foto: Haas F1 Team

Grosjean não teve um papel surpreendente este ano e acabou realizando várias corridas mais apagado, mas foi melhor do que se envolver em confusões pelo caminho. O francês, assim como Magnussen foram dispensados pela Haas, encerrando a sua última temporada com o time. À princípio os pilotos acreditavam que este ano seria realmente o último com o time, mas por conta da pandemia, Grosjean acreditou que um dos pilotos desta dupla seria mantida.

A Haas estreitou os laços com a Ferrari, aproveitando o momento para contratar Mick Schumacher e ter alguma vantagem com a troca de componentes fornecidos pela Ferrari em 2021, além do motor. Por outro lado, também contrataram Nikita Mazepin, pensando justamente no setor financeiro que segue como uma questão em déficit. O time americano assinou o pacto de concórdia se comprometendo a ficar na Fórmula 1 por mais cinco anos, mas a venda do time pode acontecer a qualquer momento, principalmente com a entrada de Mazepin.

Campeão da Fórmula 2, Mick Schumacher foi contratado pela Haas – Foto: Haas F1 Team

O ano da Haas que já não era muito bom, viu 2020 agindo, Romain Grosjean não terminou disputando a temporada, o francês sofreu um acidente no GP do Bahrein, onde ficou com as mãos queimadas, diante das imagens do momento, é até interessante ver que o piloto saiu com poucos ferimentos e que realmente a tecnologia e segurança na Fórmula 1 avançou muito.

Acidente Romain Grosjean no GP do Bahrein – Foto: reprodução

Pietro Fittipaldi substituiu Grosjean nas últimas duas corridas do ano, o brasileiro guiou bem, fez o seu trabalho e chamou a atenção, mas não foi cogitado para ocupar uma das vagas do time. Ele deixou uma boa impressão e deve continuar como piloto reserva e de testes, por conta da situação financeira da Haas era realmente difícil afirmar que o brasileiro teria uma vaga permanente como titular na Haas.

Atraída pelo dinheiro, a Haas ficou com Mazepin, mesmo com todas as confusões que o russo já causou antes de assumir o assento na Haas. Schumacher é uma esperança, pois é o atual campeão da Fórmula 2 e apresenta um bom desempenho. Callum Ilott, vice de Schumacher não conseguiu um assento na Fórmula 1, mas poderia ser o companheiro ideal para Schumacher.

Por conta do alemão, a Haas está recebendo pessoas do corpo técnico da Ferrari para integrar o time em 2021, auxiliando o time em seu desenvolvimento para a próxima temporada. Ainda é difícil traçar uma expectativa para os americanos no próximo ano, mas a Ferrari está prometendo um motor melhor que será capaz de trazer ritmo, a Haas pode apresentar uma melhora assim como a Alfa Romeo.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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