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Mohammed Ben Sulayem propõe motores V8 na F1 a partir de 2029

Presidente da FIA afirma que motores mais simples e acessíveis podem garantir a sustentabilidade da categoria a longo prazo.

Após discussões recentes pela Comissão da F1 sobre um possível retorno dos motores V10 à Fórmula 1 — planos que acabaram sendo adiados — o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, voltou a defender uma mudança nas unidades de potência da categoria. Agora, a proposta é reintroduzir os motores V8 até 2029.

A justificativa permanece a mesma: reduzir os custos com uma unidade de potência mais simples e acessível. Em entrevista a jornalistas durante o fim de semana do GP da Inglaterra, em Silverstone, Ben Sulayem reforçou seu apelo por um novo regulamento técnico que torne os motores mais baratos, e acredita que essa transição pode acontecer a partir de 2029.

Depois que o adiamento da ideia foi anunciado, a categoria ainda deixou uma porta aberta para futuras conversas. No entanto, parte das fornecedoras de motores, acreditam no projeto híbrido, onde o desenvolvimento da eletrificação e sua expansão, são os pontos mais atrativos desse novo ciclo de motores que se iniciará em 2026.

Os motores V8 foram usados pela última vez em 2013, antes da introdução dos atuais V6 de 1,6 litros. Algumas novas fornecedoras de motores, só resolveram seguir na categoria ou aproveitar o momento para entrar na competição, pela Fórmula 1 se manter com essa configuração de motor – mas com a eliminação do MGU-H e um motor 50/50 entre elétrico e a combustão.

Além disso, para muitos já foi gasto um valor considerável de dinheiro para o desenvolvimento dos seus projetos.

No entanto, com a criação do grupo de trabalho, aliado ao momento que Ben Sulayem busca a reeleição – ele tem tentado agradar de alguma forma. Para os fãs, seria possível resolver o grande problema relacionado ao barulho, que muitos sentem falta.

“O V8… está acontecendo. Sim, com a equipe agora, estou otimista, feliz com isso, e a FOM me apoia. As equipes estão percebendo que esse é o caminho certo. Quando mencionei o V6, V8, V10 e V12, era uma ideia… Era para sustentar o negócio. O motor atual é tão complicado que vocês não têm ideia. E é caro. P&D está chegando aos 200 milhões”, falou Sulayem à imprensa.

“Um motor custa aproximadamente 1,8 a 2,1 milhões [de dólares], então, vamos ver. Muitos fabricantes produzem motores V8 para os seus carros, então, comercialmente, está o correto. Quanto você reduz [no custo]? A meta é mais de 50% em tudo, mas aí você mantém o que tem. As equipes conseguem arcar com isso”, seguiu.

“Muito mais barato, mais leve em 90 a 100 quilos, o que significa que o que podemos adicionar em segurança, que vale 50 quilos, vai ser ainda menor. A pior coisa para um piloto é o peso da massa, o carro ficará menor e melhor, e então o som, você o terá.”

“Então, na verdade, esse é o caminho a seguir. É cortar custos. As pessoas acham que a Fórmula 1 tem dinheiro ilimitado, mas nem todas as equipes. Então, isso é algo que agora estamos conseguindo.”

Quando as primeiras conversas surgiram, a ideia que permeava tinha essa relação de não deixar a Fórmula 1 desamparada, já que várias montadoras produzem esse tipo de motor. Se uma fornecedora deixar a categoria, seria mais fácil buscar outras empresas e a categoria sempre teria equipes como clientes.

“A única coisa que precisamos ajustar é a parte técnica: é 2,5, 2,6 ou 3 litros? Quem se importa? É um V8 ou V10? Depende das equipes”, disse ele.

“Nós os consultamos e depois os ouvimos. Precisamos fazer isso logo. Quando digo logo, quero dizer… 2026 está chegando. Levará pelo menos… você precisa de três anos. Então, espero que até 2029 tenhamos algo lá. Mas o combustível também é muito caro, e temos que ter muito cuidado com isso. As transmissões são muito caras.”

A grande questão que atinge a categoria neste momento é que prosseguir com as regras de 2026, dando apenas três anos desse regulamento para as fabricantes de motor, se torna algo muito caro. Outra possibilidade que já foi levantada (e descartada) se dá no adiamento da introdução de um novo regulamento de motores, onde seria necessário permanecer com essas unidades de potência e partir diretamente para o novo regulamento – mas apenas em 2029.

“É a coisa certa a fazer. É a coisa certa a fazer para sustentar o negócio”, disse ele.

“Nem todo mundo pode pagar na Fórmula 1. Estou falando de rali – veja o rali. Estamos trazendo combustível sustentável e removendo a eletrificação. O que precisamos? Qual é o nosso objetivo? É a eletrificação? Não. Trata-se de atingir os números quando se trata do meio ambiente. Se conseguimos atingir esse objetivo de uma forma ou de outra, quem se importa? Híbrido, hidrogênio, combustível sustentável, combustível sintético… desde que consigamos simplificar o motor.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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