Nesta quarta-feira (14) a Mercedes apresentou o W15, o time está motivado nesta temporada para retornar ao topo, além de provar que é possível fazer um novo equipamento competitivo.
Não é segredo nenhum para aqueles que acompanham a Fórmula 1 que a Mercedes cometeu erros nos projetos de 2022 e 2023. O time apostou no conceito do zeropod, enquanto as outras equipes remavam para carros mais largos.
“Acredito que os dois últimos anos foram necessários para nos reajustarmos, recalibrarmos e nos reinventarmos em determinadas áreas. Essa abordagem radical nunca é fácil. Mas fizemos progressos e esperamos dar o próximo passo com o W15. Não será um caminho linear, mas quando tropeçarmos, vamos nos levantar e continuar nos erguendo”, afirmou Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes.
A aposta da Mercedes era baseada nos dados oferecidos pelo túnel de vento e CFD, mas não foi o que o time encontrou na pista – aliás essa foi a surpresa de outras equipes, o desempenho do projeto na fábrica vs. o que era obtido de dados em pista. A temporada 2022 já foi complicada, mas a vitória de George Russell no GP de São Paulo aumentou as expectativas da equipe, que insistiu no conceito do zeropod para 2023.
Embora a Mercedes tenha obtido o segundo lugar no Mundial de Construtores, foi necessário fazer uma mudança brusca no projeto quando mais uma vez o zeropod não foi funcional em pista. Enquanto as outras equipes do grid estão com projetos que são uma evolução dos seus antecessores, o W15 basicamente é o nascimento de uma nova tela em branco, em busca da redenção da Mercedes.
“O design de qualquer carro é um processo iterativo. E é longo”, explicou o diretor técnico James Allison. “Um carro novo permite à equipe fazer alterações maiores que não são possíveis durante a temporada. Estas são decisões tomadas durante o verão anterior.”
Para a temporada 2024 a Mercedes aposta em um novo chassi e uma nova caixa de câmbio. Na parte aerodinâmica o foco tem sido na eficiência, a busca incessante por obter mais downforce com menos arrasto, realizando a entrega necessária a suspensão e aos pneus. A parte traseira revisada, com uma nova geometria de suspensão possibilitará que a Mercedes tenha um controle melhor dos acertos que serão trabalhados no carro ao longo das 24 etapas deste campeonato.
“Um grande foco tem sido melhorar o imprevisível eixo traseiro do carro anterior. Trabalhamos muito para garantir que ambos os eixos, mas principalmente o eixo traseiro mantenham um melhor controle do pneu do que no W14. Também ocorreram algumas tarefas de limpeza em áreas nas quais tínhamos espaço para melhorias, incluindo o efeito do DRS e o desempenho do pit-stop”, seguiu Allison.
Desde o início da introdução dos novos regulamentos, todos os times têm falado muito sobre o assoalho e o quanto ele faz diferença nos equipamentos. É a peça que as equipes tentam fazer o maior mistério e geralmente só pode ser observado após alguma batida, pois o carro precisa ser içado. Bom, a Mercedes também precisou trabalhar nesta área do carro, para que ela opere da melhor forma com o trabalho que foi executado para a parte superior do equipamento.
“Com esta geração atual de carros, grande parte do desempenho vem da forma como o assoalho interage com a pista. A eficácia ou não de um carro depende de quão bem o assoalho pode se comportar aerodinamicamente”, afirmou James.
“Sentimos que tivemos um bom inverno, mas a F1 é um jogo relativo e só o tempo dirá o grande passo que demos. Estamos focados em aproveitar ao máximo o carro que lançamos, mas estamos entusiasmados com a corrida de desenvolvimento que se seguirá, já que os regulamentos ainda são recentes e as oportunidades são abundantes.”
Para uma equipe que tinha emplacado oito títulos na sequência, os novos regulamentos foram um golpe para a Mercedes. No entanto, desde o início o time demonstra o desejo de voltar outra vez brigar por vitórias, pódios e poles.
A Mercedes contará com Lewis Hamilton uma última temporada, o inglês está de mudança para a Ferrari em 2025, após estabelecer um contrato com o time italiano. Se a Mercedes emplacar um bom carro, seria uma última oportunidade para Hamilton conquistar bons resultados com a equipe, afinal, o piloto já está há duas temporadas sem vitórias.
“Se você não estiver confortável com o carro, não será capaz de extrair o máximo desempenho. Um carro mais estável é mais previsível e nos permitirá extrair o potencial não apenas do carro, mas de nós mesmos”, comentou Lewis Hamilton sobre o projeto do W15.
A parte traseira do W14 foi um ponto que desagradou bastante os competidores no último ano, mas a Mercedes parece ter corrigido o projeto, para entregar um equipamento que os competidores não fiquem brigando em pista.
“Fizemos progresso com algumas características mais desagradáveis do W14 ao longo do ano passado. Mas ainda tínhamos uma janela operacional estreita e uma vez fora dela, o carro ficava difícil de guiar. Se pudermos continuar a amplia a janela operacional do carro, isso nos proporcionará confiança como pilotos e a partir daí, será mais fácil encontrar o tempo na volta”, comentou George Russell.
