Na sexta-feira, Interlagos não acordou — ele rugiu. Com os motores ganhando vida para os primeiros treinos livres do Rolex 6 Horas de São Paulo, o autódromo mais emblemático do país também se tornou palco para discursos de peso: autoridades da cidade aproveitaram o início oficial das atividades de pista para reafirmar o FIA WEC como uma joia no calendário de grandes eventos paulistanos.
Mello Araújo, vice-prefeito da capital, fez questão de estar presente sendo recebido com pompa por nomes de respeito no endurance mundial, como Frédéric Lequien (CEO do WEC), Pierre Fillon (presidente do Automobile Club de l’Ouest) e Aline Vilatte, diretora da etapa brasileira. Em meio a paddocks movimentados, aroma de gasolina e o burburinho típico dos bastidores de uma corrida de alto nível, eles celebraram não só os carros em pista, mas também os números que giram nos bastidores.
“Começamos a falar sobre trazer o WEC para São Paulo há três anos. Hoje, vemos tudo acontecendo, melhorando a cada temporada, com 13 montadoras envolvidas — algo inédito no Brasil”, comentou Lequien. A presença robusta de marcas de peso, aliada ao calor da torcida local, vem solidificando o papel da etapa brasileira como peça-chave no quebra-cabeça global do endurance.
O palco, claro, precisa estar à altura. E São Paulo vem investindo pesado. Segundo o secretário de Governo, Edson Aparecido, foram R$ 415 milhões aplicados em obras de modernização do circuito. O novo centro de hospitalidade, com 22 mil metros quadrados, é só uma amostra. Vêm aí também melhorias nas arquibancadas A e B, além de novidades no kartódromo. “O WEC abre a segunda metade do calendário de grandes eventos da cidade, e São Paulo quer mais. Estamos prontos para isso”, reforçou Aparecido.
Além do espetáculo esportivo, o Rolex 6 Horas tem se mostrado uma engrenagem poderosa para a economia local. O vice-prefeito cravou os números: são 5 mil empregos diretos e indiretos gerados e um impacto econômico que ultrapassa os R$ 200 milhões. Nada mal para um fim de semana de velocidade.
E o público? Bem, ano passado, mais de 73 mil pessoas passaram por Interlagos durante os três dias do evento — quase metade delas vindas de fora da capital, muitas cruzando estados para estar ali, sentindo cada curva, cada freada, cada vibração no peito. Em média, cada visitante desembolsou R$ 2 mil na cidade. Interlagos não é só paixão: é também receita.
Enquanto isso, os motores continuam ecoando pelos bairros vizinhos. A programação segue neste sábado com mais uma sessão livre pela manhã e, à tarde, a classificação que define o grid de largada das classes Hypercar e LMGT3. A corrida? Largada marcada para 11h30 do domingo, prometendo emoções do início ao fim.
Para quem ainda não garantiu o ingresso, há venda nas bilheterias do autódromo e no site oficial (fiawecsaopaulo.com.br). E uma dica para os apaixonados: quem estiver em Interlagos neste fim de semana pode adquirir entradas para a edição 2026 com 50% de desconto. Sim, é isso mesmo. Mas só para quem pisa no templo da velocidade durante os três dias.
Porque, no fim das contas, estar em Interlagos é mais do que assistir a uma corrida — é viver uma celebração que une o ronco dos motores, a emoção de torcer em casa e o orgulho de fazer parte de algo que, ano após ano, só cresce.
Que venham as seis horas. Que venham as histórias. Porque em São Paulo, corrida boa é aquela que a gente sente na alma.