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INDYCAR GAME: O que está acontecendo? Parte #01

🏎️🎮 Novidades no mundo dos games! Infelizmente, a MotorsportGames anunciou a suspensão do desenvolvimento do jogo oficial da IndyCar 😢. Uma reviravolta nas pistas que deixou os fãs intrigados. Descubra o que levou a essa decisão e mergulhe conosco na história dos jogos da categoria, desde o inovador Indy 800 até os simuladores mais recentes. Prepare-se para uma viagem pelo tempo automobilístico! 🕹️🏁 #IndyCarGames #HistóriaDoAutomobilismo #SuspensãoDoDesenvolvimento

No dia 7 de novembro veio a notícia que nenhum jogador fanático por automobilismo queria: A MotorsportGames anunciou que o jogo oficial da IndyCar está com desenvolvimento suspenso, após um corte nos funcionários responsáveis pelo projeto, alegando corte de custos. A IndyCar tem um longo histórico de jogos no seu currículo, alguns muito bons e alguns que, bom, sem dúvida foram alguns dos jogos já feitos!

Vamos passar por toda essa história até chegar na atual situação sobre novos jogos da categoria, com essa interrupção do desenvolvimento.

O que aconteceu para que chegasse nesse ponto? Quais os reais problemas por trás? Vamos entrar um pouco mais a fundo nessa história para entender o que levou a empresa a interromper o desenvolvimento do jogo, o que podemos esperar do futuro para ele e pensar um pouco sobre o futuro da própria desenvolvedora.

De antemão aviso que o texto é longo e será dividido em duas ou três partes, mas você vai tentar entender junto comigo essa confusão toda. Mas vamos começar lá do começo, voltando em 1970…

O histórico

O primeiro jogo feito sobre a categoria foi lançado em 1975, o Indy 800, desenvolvido pela Atari mas lançado para fliperama e se você está pensando que o jogo, por ser tão antigo, era apenas um joystick ou até mesmo um volante, estilo Daytona 500, um clássico dos fliperamas, você está completamente errado. O jogo de fato era inovador.

Com uma grande cabine, que ocupava quase 2m², com cada lado possuindo dois volantes e quatro pedais, um grande monitor de 25 polegadas instalado no centro e com os jogadores olhando por cima. Você acha que não é o suficiente? Ok, o jogo ainda contava com espelho por cima para que as pessoas ao redor pudessem assistir a corrida.

Mas se você acha que era circuito oval, que geralmente é o primeiro pensamento sobre a categoria, é nessa hora que você se surpreende. O circuito apresentado pelo jogo é misto e, até certo ponto para época, complexo, porém esse jogo deu origem a outro jogo de sucesso. A Atari modificou o jogo em 1977 para o console Atari 2600 e lançou o Indy 500, e esse sim, possui um circuito oval.

O jogo é para até dois jogadores e possui três modos de jogo, o clássico, onde os jogadores correm contra o relógio, dando o máximo de voltas possíveis em um minuto, ou então uma corrida de 25 voltas. As pistas possuíam inclusive variação de “corrida no gelo”, onde a pista ficava mais escorregadia, é, não me parece muito indy isso.

O segundo modo de jogo é o “Bata e Pontue”, onde o jogador deve correr batendo em pequenos blocos espalhados pela tela e pontuando, é, acho que ficou claro pelo nome. Um último modo, o Tag, basicamente um grande pega-pega, onde um jogador deveria bater no outro para ganhar ponto e, tal qual a brincadeira infantil, quando um jogador “pega” o outro, é a vez de ele ir atrás do outro jogador.

Houve diversas versões a partir desses jogos, entre os anos 70 até o final dos anos 80, mas nenhum muito relevante, sendo o próximo que vale a pena a menção é o Indianapolis 500: The Simulation, que foi lançado para computador em 1989, o jogo de MS-DOS tentava sair um pouco dessa pegada de arcade dos jogos anteriores, e foi um dos primeiros a entrar na era de simulação, aquela velha discussão né.

O jogo, desenvolvido pela Papyrus Design Group, e distribuído pela Eletronic Arts (guarde essa informação, ela vai ser importante nas próximas partes), tenta trazer essa experiência real da corrida, oferecendo apenas visão em primeira pessoa, com 33 carros na pista e opções de configurações do carro que realmente afetam o comportamento na pista. Outro diferencial do jogo era a possibilidade de assistir replay da corrida, e nessa opção sim, com vários ângulos de câmeras. Os gráficos, obviamente, são bem rudimentares, muito semelhantes a um jogo que fez muito sucesso também na época, Stunts.

Indianapolis 500: The Simulation

O jogo traz tanto a sensação de estar lá que a ordem de classificação era exatamente a da corrida real de 1989, com uma exceção, o carro do jogador, que substitui o carro de Rich Vogler, que havia classificado em último. O interessante disso é que o Rich, apesar de largar em último, terminou a corrida na sua melhor posição das suas 5 corridas da Indy 500, em respeitável oitavo lugar. Outro fato curioso sobre essa corrida é que o vencedor foi o Emerson Fittipaldi e o terceiro foi Raul Boesel. Mas vamos seguir pois o texto não é sobre isso.

Ele oferece quatro modos de jogo: 10 voltas (sem dano e sem bandeiras amarelas), 30 voltas (sem danos), 60 voltas e 200 voltas. O jogador pode escolher entre três carros diferentes, um amarelo da Penske-Chevrolet, um vermelho da Lola-Buick ou um azul da March-Cosworth, e os três possuem configurações de carro diferentes entre eles, embora você possa ajustar como quiser e, portanto, os carros não teriam performances muito diferentes. Vale lembrar que os carros possuem cockpits diferentes.

Cockpit March-Cosworth (Indianapolis 500: The Simulation)
Cockpit March-Cosworth (Indianapolis 500: The Simulation)
Cockpit Lola-Buick (Indianapolis 500: The Simulation)
Cockpit Lola-Buick (Indianapolis 500: The Simulation)
Cockpit Penske-Chevrolet (Indianapolis 500: The Simulation)
Cockpit Penske-Chevrolet (Indianapolis 500: The Simulation)

O sistema de acidentes e bandeiras amarelas também é muito bem implementado. Os acidentes e danos têm diferentes níveis, alguns que uma simples parada no box pode resolver enquanto outros te levam ao abandono da prova. Os abandonos também podem ser por diferentes problemas, como problemas mecânicos, que poderiam ser de motor, embreagem, válvula, vazamento de óleo, caixa de câmbio e por aí vai. As bandeiras amarelas de fato fazem os carros reduzirem a velocidade enquanto ela está ativa.

O desenvolvimento desse jogo levou 18 meses (um ano e meio) e custou cerca de 70 mil dólares (Guarde essa informação também, novamente, em outras partes eu vou precisar dela).

Os anos 90 foi muito produtivo para jogos da categoria, com diversos lançamentos e alguns inclusive levando nome de pilotos famosos, como Al Unser Jr., Danny Sullivan, Michael Andretti e Nigel Mansell. Nenhum realmente vale a menção por um grande diferencial, o que não quer dizer que eram jogos ruins, pelo contrário. O que vale ser citado é que nessa época já havia a diferenciação entre jogos da Indy e jogos da CART.

Aqui então vamos entrar nos anos 2000, onde os jogos da Indy começaram a entrar em outro patamar. Como sempre, alguns dos jogos não ofereciam nenhum diferencial, mas dois deles valem ser citados.

O primeiro jogo é mundialmente famoso iRacing, lançado em 2008, que passou quatro anos em desenvolvimento sob a supervisão de Dave Kaemmer, o co-fundador da Papyrus Design Group (Lembra dessa empresa?). O jogo trazia diversas funções para trazer mais realismo ao jogo, como física independente das partes do carro, física diferenciada dos modelos de pneu, motor gráfico avançado entre outros.

O jogo é baseado em assinatura e está sempre recebendo novos conteúdos, como novos carros, novas pistas (sendo boa parte comprado a parte) e atualizações sempre são apresentados aos jogadores, dentre eles, adivinha só, os carros da Indy.

iRacing
iRacing

Ele é, pode-se dizer, o jogo mais aclamado por aqueles entusiastas que procuram o melhor nível de simulação com a melhor experiência multijogador, dada a estrutura que ele oferece, com ligas e sistema de pontuação avançados. Mas logo mais voltaremos ao iRacing, por enquanto isso que importa.

iRacing
iRacing

O segundo jogo que vale ser citado é o IndyCar Series 2005, lançado em 2004 e baseado na temporada de 2003. É, eu sei. Esse foi o 16º jogo licenciado lançado e saiu para Playstation 2 e Xbox, as críticas não foram tão favoráveis e o jogo ficou ali com aquela pontuação “para passar de ano”, com notas na média de 7/10. Mas por que esse jogo é importante de ser citado? A desenvolvedora desse jogo foi a Codemasters. Já entendeu agora, né?

IndyCar Series 2005
IndyCar Series 2005

A Codemasters lançou seu primeiro jogo de corrida em 1988, o Grand Prix Simulator, que era inclusive endossado por Ayrton Senna. É responsável também por diversos títulos que fizeram parte da infância de muitas pessoas, como Micro Machines (Que eu particularmente joguei muito o Micro Machines 2: Turbo Tournament), a série TOCA: Touring Car Championship, e séries aclamadas que são lançadas até hoje e com um apelo enorme tanto entre o público mais especializado como público geral. A companhia é responsável pelos jogos da série Colin Mcrae, desde 2000, e desde 2009 é responsável pelo jogo oficial da Fórmula 1, que nas últimas edições tem mostrado um avançado enorme, tanto nos gráficos como na jogabilidade.

IndyCar Series 2005

Seguindo na linha do tempo, de 2010 para frente, os carros da categoria apareceram em outros jogos, como o Forza Motorsport e rFactor 2, mas nunca mais teve um jogo só seu, baseado nas suas temporadas e tudo mais.

Isso tudo mudou em 2021… mas isso fica para a parte dois do texto!

Para encerrar essa parte, não é difícil você encontrar sites que permitam jogar os jogos mais antigos direto do navegador, vale a pena revisitar alguns deles pela curiosidade. Indianapolis 500: The Simulation é divertidíssimo.

INDYCAR GAME: O que está acontecendo? Parte 02

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Rafael Celloni

Um faz tudo mas tudo mal feito. Farmacêutico que narra corridas de kart rental. Viciado em jogos, zerando poucos mas jogando muitos, facilmente encontrado pelos kartódromos de São Paulo e arredores. Sempre presente também fazendo lives pela Twitch.

Um Comentário

  1. Cart World series, gostava muito desse jogo achava incrível, foi o primeiro jogo de carro desenvolvido pela Sony e vale lembrar que os carros da Indy apareceram no project cars 2 e vale lembrar do saudoso Indianápolis 500 evolution

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