A temporada 2020 a NASCAR Cup Series chega ao seu momento decisivo, com o início dos playoffs, fase em que 16 pilotos seguem na disputa pelo título da divisão.
O ano da categoria foi atribulado, como o de qualquer outra modalidade esportiva, devido à pandemia da covid-19. No entanto, a organização da NASCAR conseguiu adequar o calendário das provas regulares, com alguns cancelamentos de etapas e com rodadas duplas em outras pistas, mas conseguiu atender o calendário dentro do prazo e conseguiu manter as provas decisivas dentro das datas e dos prazos originais.
Além disso, a categoria mantém um protocolo rigoroso para as equipes e os profissionais que trabalham nas etapas, mantendo a segurança, conseguindo até mesmo realizar algumas etapas com público (ainda que reduzido, respeitando normas de isolamento social). Os poucos casos que apareceram de covid-19 foram controlados sem maiores danos.
Como funcionam os playoffs?
Enfim, vamos falar de corrida. A fase final consiste uma sequência de 10 provas dividida em quatro fases: As três primeiras são compostas por uma sequência de três etapas, aonde os quatro pilotos com pior pontuação são eliminados da disputa pelo título.
Vale lembrar que, não necessariamente vale a pontuação do campeonato, pois o piloto (dentre os finalistas) que vence uma etapa se garante automaticamente para a fase seguinte.
A única fase dos playoffs que é diferente das demais é a final, que é justamente a última etapa, que será realizada no dia 8 de novembro, no circuito de Phoenix, em que os quatro finalistas competem entre si e aquele que chegar melhor posicionado será o campeão.
A classificação do campeonato a partir de agora:
Time to chase the 🏆.
The #NASCARPlayoffs standings have reset! pic.twitter.com/DvhO1muiXZ
— NASCAR (@NASCAR) August 31, 2020
Dito isto, agora vamos ver aqueles que estão na disputa:
Duelo de favoritos? Harvick e Hamlin despontam como principais candidatos
Dois pilotos chegam à pós-temporada como os principais candidatos ao título da divisão principal da NASCAR. Kevin Harvick e Denny Hamlin praticamente monopolizaram a temporada, somando juntos 13 vitórias.
Harvick e Hamlin foram os nomes da temporada e iniciam a disputa com favoritismo (Jared C. Tilton – Getty Images)
Harvick entra com um pouco mais de força, pois venceu sete etapas e terminou a temporada regular em primeiro, garantindo um bônus de 15 pontos na disputa. O campeão de 2014 começa a disputa com 2057 pontos, podendo até administrar. Mas se tratando do “The Closer”, certamente veremos o piloto da Stewart-Haas brigando por vitórias.
O principal oponente neste ano é Denny Hamlin. O piloto da Joe Gibbs Racing venceu seis etapas, incluindo a Daytona 500, e tem sido o piloto mais consistente de sua equipe. Hamlin tanta afastar a fama de amarelão que lhe perseguiu na última década, e com seus 2047 pontos, começa forte a disputa pelo seu primeiro título na divisão principal.
Desafiantes que podem aparecer com força em Phoenix
Além de Harvick e Hamlin, outros pilotos surgem com boas possibilidades de disputar o título. Uma equipe que pode se gabar em ter três apostas é a Penske. Os três pilotos tiveram bons rendimentos ao longo da temporada e são candidatos a estar na decisão em Phoenix.
Brad Keselowski e Joey Logano já tiveram a experiência de serem campeões da categoria e ambos têm experiência suficiente para avançar. Há também Ryan Blaney, piloto mais jovem do trio, mas que anda na mesma balada dos veteranos.
Keselowski venceu três provas no ano e inicia a disputa com 2029 pontos; Logano ganhou duas e entra nos playoffs com 2022 tentos; e Blaney tem uma vitória e começa a jornada com 2013.
Outro oponente porte na disputa é Chase Elliott, o piloto da Hendrick venceu duas etapas (além do All-Star Race, prova extraoficial) e demonstrou ser o melhor representante dos carros Chevrolet na temporada. O filho de Bill Elliott entra no certame com 2020 pontos.
Por fim, há também Martin Truex Jr. Campeão em 2017, o piloto da Joe Gibbs Racing é um dos mais consistentes do grid e venceu uma etapa no ano, se credenciando como um candidato entre os finalistas. Truex começa a contenda com 2014 pontos.
Dentro dos playoffs, mas dá para fazer mais
O grupo a seguir até avançou para a pós-temporada, mas deixou uma impressão que poderia ter feito mais em 2020 do que o esperado.
O principal nome deste grupo é, sem dúvida, Kyle Busch. O bicampeão da categoria defende o título conquistado ano passado, mas o piloto da Joe Gibbs tem passado por dificuldades na pista, tendo poucas chances de vitória na temporada vigente.
Claro, a partir dos playoffs, a história pode ser diferente, já que um piloto do gabarito de Buschinho tem plenas condições de brigar pelo tricampeonato, mas o próprio sabe que precisa de um desempenho melhor, e de vitórias. O atual campeão inicia os playoffs com 2003 pontos e terá que remar na disputa.
Outros pilotos que ainda precisam provar algo a mais são Aric Almirola e Clint Bowyer. A dupla as Stewart-Haas ainda não esteve no victory lane em 2020, o que aumenta a pressão, tendo em vista que Harvick é o recordista de vitórias na temporada. Almirola entra no certame com 2005 pontos e Bowyer com 2004.
Os azarões que buscam ir além do esperado
Além destes, há outros pilotos que, em maior ou menor grau, tem chances de surpreender e ameaçar os nomes mais badalados, embora a tendência deste grupo é que estes briguem para evitar a eliminação precoce dos playoffs.
O mais experiente deste grupo é Kurt Busch. O campeão da NASCAR em 2004 é o representante da Chip Ganassi na disputa, mas como a equipe não tem a mesma força que tem na Indy, a tendência é do irmão mais velho da família Busch tentar pelo menos chegar entre os 12 melhores da temporada.
Já os demais concorrentes são de equipes mais tradicionais: a Hendrick coloca mais dois de seus garotos como competidores nos playoffs, para concorrer ao lado de Chase Elliott.
Alex Bowman começou forte o ano, vencendo uma etapa e andando entre os líderes, mas desde o retorno após a pausa pela covid-19, o seu desempenho caiu um pouco. Por outro lado, seu companheiro de equipe, William Byron vem em curva ascendente, com direito a uma vitória na última prova da temporada regular. A dupla da Hendrick não está entre os favoritos, mas tem potencial para atrapalhar os planos dos rivais.
A Stewart-Haas também tem mais um representante para completar seu plantel. O quarto membro da equipe é o jovem Cole Custer, único estreante da temporada a se classificar para os playoffs.
Custer vinha fazendo uma temporada bem discreta, sem resultados relevantes até a surpreendente vitória no Kentucky. Apesar de melhorar o desempenho nas provas finais, ainda não há muitas expectativas para que o novato avançar mais adiante.
Outro vencedor surpreendente foi Austin Dillon, que ganhou uma etapa no Texas e se garantiu na pós-temporada, mesmo enfrentando adversidades, como a própria covid-19, que lhe tirou de uma etapa do ano. O piloto da Richard Childress vai tentar fazer o possível para ir o mais longe possível no campeonato, independente dos desafios que tiver pela frente.
Para terminar, falamos de Matt DiBenedetto, o piloto da Wood Brothers (equipe tradicional que hoje está associada tecnicamente à Penske) fez uma temporada bem regular e sempre esteve na zona de classificação por pontos, conquistando a última vaga. Para o “Garanhão Italiano”, a participação nos playoffs é importante para provar sua capacidade e tentar permanecer na equipe para o ano que vem. O que vier nos playoffs, é lucro.
A primeira prova dos playoffs da NASCAR será neste domingo, a partir das 19h, no oval de Darlington. A prova será transmitida no Brasil pela Fox Sports 2.