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Guenther Steiner fala sobre futuro da Haas e os problemas enfrentados por conta do coronavírus

Ainda é difícil apostar em uma data para as competições retornarem, pois o mundo está enfrentando a crise que o coronavírus instaurou. As pessoas ainda se apegam a prazos, mesmo que eles não sejam realistas, pois todos estão buscando respostas.

Para um chefe de equipe da Fórmula 1 é bem complicado, mas se ele é de uma equipe menor, com um orçamento reduzido parece que encontrar respostas é ainda mais difícil. Guenther Steiner conversou com o site da F1 para falar um pouco sobre esse período.

“Você nunca aceita bem [as notícias de licença], mas a maioria do nosso pessoal entende por que estamos fazendo isso”, diz Steiner. A equipe trabalha com um orçamento reduzido e depende muito do valor do prêmio que é pago ao final de cada temporada.

Para garantir o futuro do time, assim como McLaren, Williams, Racing Point e Renault que tem funcionários trabalhando no Reino Unido, optaram por dar licença para ele, além de reduzir os salários.

“Isso não é para prejudicá-los, é para garantir que eles tenham um emprego no futuro. Não há nada malicioso, não estamos tentando economizar ou acumular dinheiro. Tentamos fazer o melhor que podemos. Muitas pessoas perderam o emprego [em outras indústrias]. Desde que possamos manter os empregos, é isso que tentaremos fazer.”

“Temos renda muito limitada. A FOM tenta ajudar. Mas não sabemos se vamos voltar para as corridas. Pessoalmente, acho que sim, mas você precisa planejar o pior, que não temos receita com o FOM. E se não temos renda, alguém precisa pagar – e esses fundos são limitados. Não seria correto pagar se nada estiver acontecido.

Parte da receita da equipe vem dos fundos de Gene Haas, a outra parte provém do prémio pago pela Fórmula 1 e dos patrocinadores. Com um orçamento, para qualquer equipe pequena é uma ameaça: “Sempre existe uma ameaça, se não voltarmos. Dando uma porcentagem, eu não saberia o que fazer. Eu acho que é baixa, mas eu nunca diria nunca.”

Gene Haas estava esperando o desenvolvimento da temporada de 2020, para definir o futuro da equipe na F1. “Como todos nós, ele não sabe o que está por vir no futuro próximo e se vamos ou não participar de corridas [este ano]”, diz Steiner. “Ele fica feliz em esperar mais, mas, como qualquer empresário, você não fica feliz em esperar para sempre.”

Em algum momento do ano as provas podem voltar a acontecer com os portões fechados, mas por enquanto alguns países estão proibindo grandes eventos, principalmente por conta do deslocamento de muitas pessoas.

Um calendário mais curto pode ser bem competitivo. Neste momento as equipes estão respeitando as férias de verão que foram adiadas para este início de ano.

“A abordagem de todos vai mudar”, diz ele. “Você não pode simplesmente desenvolver e colocar atualizações no carro. Se temos 15 corridas em seis meses, é um trabalho e tanto. Você precisa tornar sua vida não fácil, mas mais simples, para não cometer erros.”

“Se você dificulta e abre a possibilidade de cometer erros, há apenas desvantagens. Você gasta dinheiro fazendo isso e tentando descobrir o que deu errado, e você não tem resultados que não são bons.”

O fato é que todas as equipes estão enfrentando a crise em menor ou maior escala e Steiner acredita que a categoria vai mudar – “A F1 vai mudar, espero que para melhor”.

Eu sempre espero que tenha 10 equipes e que elas possam competir pelos pódios, eu sei que é otimista demais, mas se pelo menos pudermos ter metade do grid que pode competir pelo pódio, seria bom, como fizemos há muito tempo.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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