A W Series encerrou a temporada 2021 no último fim de semana, em duelo no Circuito das Américas. Nesta segunda edição da categoria feminina tivemos oito etapas sendo disputadas – começamos com uma rodada dupla na Áustria, para encerrar o ano nos Estados Unidos.
Acredito que foi um ano de muito aprendizado para as pilotas, o seu calendário foi composto por pistas bem interessantes e que fazem parte do calendário da Fórmula1, mas também por circuitos usados pelas categorias de base que dão acesso à ao campeonato principal principal.
A W Series funcionou como categoria de apoio ao final de semana da F1, um passo muito importante que ajudou muito na visibilidade da categoria, mas também da aproximação e envolvimento do público. Para termos mais mulheres no automobilismo, esses pequenos passos precisam ser dados, visibilidade é extremamente importante, principalmente para gerar mais envolvimento com o esporte.
Em uma pesquisa divulgada pela Fórmula 1 recentemente, a categoria afirma que o publico feminino acompanhando a categoria dobrou desde 2017. A W Series também fez uma importante contribuição para este aumento.
Jamie Chadwick conquistou o bicampeonato no COTA, a pilota que conquistou o seu primeiro título na W Series em 2019, permaneceu na categoria para defendê-lo. O início da temporada já provava que teríamos um ano bem disputada na categoria, tendo em vista que a britânica não venceu a primeira prova, onde Alice Powell triunfou.
Tivemos uma disputa intensa até o final. Alice e Jamie chegaram nos Estados Unidos empadas por terem conquistado 109 pontos cada. Emma Kimiläinen que também era uma postulante ao título até a primeira etapa no COTA ser realizada, mas a pilota dependia de resultados ruins das rivais.
Durante todo o ano Jamie conquistou quatro poles e quatro vitórias, enquanto Alice tinha duas poles e três vitórias. Os resultados mostram que o campeonato foi bem acirrado, Jamie foi mais uma vez brilhante, se aproveitando das chances que tinha para chegar aos melhores resultados.
Com o encerramento da temporada, destacaria a participação de Abbie Pulling, a pilota ficou com a sétima posição do campeonato, somando 40 pontos. Antes da corrida nos Estados Unidos, ela tinha corrido apenas duas vezes na categoria. Pulling fez parte do time reserva de pilotas, mas teve a oportunidade de correr em duas ocasiões, onde ainda somou pontos no campeonato. Nos EUA ela substituiu Irina Sidorkova, pois a russa não pode participar da etapa, desta forma tivemos mais uma brilhante atuação de Pulling, onde a pilota conquistou a pole e terminou a corrida 2 no pódio.
Também destacaria Nerea Martí, a espanhola também deu trabalho nas corridas, pontuou em todas as etapas, brigava por posições na corrida e foi ao pódio no GP da Hungria. Martí tem vaga garantida para o próximo ano, não só por terminar o ano na quarta posição do campeonato, mas também por fazer parte da Academia de Pilotas da W Series.
Irina Sidorkova que também faz parte da academia, terminou o ano na nona posição. A russa também foi um destaque, ela obteve a segunda posição na outra prova que foi disputada na Áustria. Infelizmente Sidorkova perdeu as duas últimas etapas, pois não conseguiu o visto para entrar nos Estados Unidos.
LEIA MAIS: Sidorkova e Martí, as pilotas da Academia da W Series vão participar dos testes da F3
Acho que nesta temporada faltou um pouco de resultado de Beitske Visser, temos que lembrar que a holandesa foi a vice-campeã na temporada 2019, terminando o ano separada por apenas 10 pontos de Chadwick. Entretanto, nesta temporada ela mostrou garra nas ultrapassagens, uma pilota que realmente sabe atacar, mas faltou terminar um pouco mais dentro da zona de pontuação.
A nossa representante brasileira no grid da W Series, Bruna Tomaselli, ficou com o décimo quinto lugar no campeonato. A pilota utilizou o ano para aprender mais e conhecer as pistas, como Bruna não terminou entre as oito primeiras colocadas, provavelmente terá que passar por uma nova seletiva para correr em 2022 se desejar correr mais um ano na categoria.
Quanto aos pontos da superlicença, Jamie Chadwick conquistou 15 pontos por ter vencido o campeonato. A pilota até tem o direito de permanecer no próximo ano guiando pela W Series, mas se vencer no próximo ano, não recebe os pontos da superlicença, não sendo muito bom fazer mais um ano na categoria feminina. Jamie agora já tem pontos suficientes para guiar em um treino livre da F1. Portanto entende-se que Jamie vai avançar para outra categoria do automobilismo, podendo correr em uma das categorias de base que fazem parte da escada para a Fórmula 1.
A Williams ficou muito feliz com a conquista de Chadwick, ela é pilota de desenvolvimento da equipe.
O próximo ano promete ser mais uma vez movimentado e talvez com alguns ajustes, já que a categoria está tomando dimensões maiores e tem esse papel de auxiliar as mulheres no automobilismo.
Otimo texto que retratou bem a temporada . Só uma correção , quem substiruiu Irina Sidorkova foi Caitin Wood . Abbi já tinha sido escalada pra correr nos EUA antes do problema de Irina