A Fórmula 1 desembarca na Austrália neste fim de semana, para a disputa da primeira prova da temporada 2025. Foram longos meses de preparação para que a categoria retomasse as atividades.
Por conta do Ramadã, a prova de abertura do campeonato neste ano não pode ser realizada no Bahrein. O GP da Austrália, que por muitos anos marcou a abertura do campeonato, será mais uma vez a pista que dará as boas-vindas para a categoria.
O ano de 2025 é completamente diferente, mas não é possível esquecer o que aconteceu em 2020, quando essa corrida era a abertura do calendário. O mundo vivia uma tensão, por conta dos casos expressivos de Covid-19 que subiam a cada dia. A NBA já tinha cancelado os seus jogos, mas o esporte ainda estava tentando entender como proceder ao novo evento que o mundo passava.
A abertura do campeonato da F1 se aproximava, os fãs já estavam se dirigindo ao Circuito do Albert Park, quando começaram a falar sobre um possível cancelamento da prova. Alguns pilotos vendo todo o cenário, começaram a priorizar as suas famílias ao entretenimento. Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen pegaram um voo em Melbourne para a Europa, confirmando que não estariam na primeira corrida do ano – se ela acontecesse.
Depois de horas de tenção, um pouco antes do início do TL1, a Fórmula 1 confirmou que a prova da Austrália não seria realizada, em reflexo a pandemia. Ninguém sabia quanto tempo levaria o lockdown, ou quando as categorias poderiam retomar as suas atividades. Foi apenas em julho daquele ano que a F1 conseguiu encabeçar um calendário com 17 provas, fazendo corridas com os portões fechados, sem público e com um número limitado de pessoas.
A prova em Melbourne é disputada desde 1996, mas ficou fora do calendário em 2020 e 2021, por reflexos da pandemia. O circuito do Albert Park que é um traçado de rua, ficou com as suas estruturas montadas por vários meses, já que todos tentavam entender como proceder com a Covid-19.
Pós-pandemia, com a Fórmula 1 podendo receber o público novamente, o interesse das pessoas aumentou ainda mais. A categoria conseguiu aproveitar um hype importante, pois durante a pandemia, foi uma das competições que conseguiu estabelecer um cronograma para o retorno, que ajudou a alimentar o entretenimento e obteve novos fãs.
A F1 em 2025
Este é o último ano deste regulamento, em 2026 a categoria vai passar por mais uma grande transformação, por conta da nova era de motores. Desta forma, acredita-se que este será um campeonato muito disputado, por conta da proximidade existente dos times.
A McLaren faturou o último título de Construtores, enquanto Max Verstappen, com a Red Bull, alcançou o quarto título mundial no campeonato de pilotos.
Acredita-se que novamente McLaren, Red Bull e Ferrari estarão envolvidos em duelo intenso pelo campeonato deste ano. No entanto, não é possível descartar o duelo travado no meio do pelotão, por aqueles times que podem tirar pontos preciosos das equipes de ponta.
O grid sofreu alterações importantes para 2025, pois algumas equipes já estão pensando na temporada de 2026. A Ferrari conseguiu a contratação de Lewis Hamilton, com o intuito que o britânico possa conquistar mais um título na categoria, mas o primeiro com a equipe italiana. A Williams, por sua vez, conseguiu um acordo com Carlos Sainz, que deve encabeçar esse projeto para levar a equipe ao topo do grid.
A Sauber prepara o terreno para a chegada da Audi, pensando em 2026, o time contratou Nico Hülkenberg e Gabriel Bortoleto. A ideia é ter um piloto mais experiente, combinado a um jovem talento que em breve pode ajudar a equipe a colher muitos frutos.
Cada uma das equipes tem um objetivo para os próximos meses. Os testes de pré-temporada realizados no Bahrein, não revelaram tudo, desta forma, o primeiro GP do ano tem por objetivo esclarecer algumas dúvidas e começar a projetar o que será visto ao longo da temporada 2025.
Os olhos estão voltados principalmente para os pilotos novatos, como Gabriel Bortoleto (Sauber), Andrea Kimi Antonelli (Mercedes), Liam Lawson (Red Bull), Jack Doohan (Alpine), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Oliver Bearman (Haas). O que esses jovens competidores podem fazer? As expectativas são bem altas.
O Circuito e Pneus
Construído em vias públicas e com características de circuito de rua, o traçado se destaca por suas particularidades. O recapeamento realizado em 2022 trouxe mudanças na sensibilidade da pista e nos níveis de aderência. Com o tempo, à medida que o asfalto passa pelo processo de maturação, as equipes podem trabalhar melhor na adaptação ao novo pavimento.
Para a prova do ano passado, a Pirelli mudou o composto, fornecendo a gama macia de pneus – C3 (duro – faixa branca), C4 (médio – faixa amarela) e C5 (macio – faixa vermelha) para melhorar a dinâmica da prova.
Em decorrência da mudança, os três pneus foram usados ao longo da prova e a estratégia de duas paradas foi a mais trabalhada pelo grid. Essa foi uma vantagem, já que além de mudar como as equipes podem lidar com as estratégias, o circuito do Albert Park tem um dos pit-lanes mais curtos, com apenas 281 metros.
LEIA MAIS: F1 2025: Pirelli define gama macia de pneus para o GP da Austrália
Este é um dos circuitos onde os competidores percebem uma clara evolução da pista ao longo das sessões. No início, é preciso cautela ao deixar os boxes, já que o asfalto continua “verde”. No entanto, conforme os pilotos percorrem o traçado, o emborrachamento se intensifica, melhorando a aderência. A presença da Fórmula 2 e da Fórmula 3 também desempenha um papel fundamental nesse processo, ajudando a preparar a pista para a ação da Fórmula 1.
A pista é formada por 14 curvas e conta 5.278 km de extensão. Serão disputadas 58 voltas ao longo do GP da Austrália.
A mudança na seleção de pneus em 2024 visou ampliar as estratégias, incentivando o uso de todos os compostos disponíveis. Carlos Sainz venceu a prova com uma estratégia de duas paradas, enquanto os pneus duros dominaram a corrida, sendo usados em 80% das voltas. O asfalto do Albert Park, reformado em 2022, não é altamente abrasivo, mas a granulação dos pneus foi um fator a ser trabalhado para 2025.
A única alteração no traçado para este ano está nas curvas 6 e 7, onde barreiras e zebras foram ajustadas após o acidente de George Russell em 2024. Com 5,278 km de extensão, o circuito combina retas rápidas com curvas de baixa e média velocidade, exigindo fortes frenagens.
O clima instável nesta época do pode influenciar a corrida, com variações de temperatura e possibilidade de chuva, que impacta a aderência e o emborrachamento da pista.
A chuva é esperada principalmente para o domingo, podendo bagunçar as estratégias ao longo da prova. Atualmente a expectativa é de uma chuva entre 3 e 10 mm, com rajadas de vento entre 40 e 50 km/h.
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