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FIA considera bloquear rádios da F1 por uso de linguagem inadequada

Além de aplicar multas e gerar suspensões para os pilotos, os rádios trocados entre equipes e pilotos podem ser barrados das transmissões

A temporada da Fórmula 1 ainda não começou, mas o presidente da FIA, tem ficado cada vez mais em evidência. Sua sugestão é deixar de fora a exibição de rádios durante a transmissão da categoria, se o piloto usar uma linguagem considerada inadequada (como o uso de palavrões) em sua comunicação feita com a equipe.

No último mês foi atualizado o Código Esportivo Internacional, a fim de punir competidores que usam linguagem imprópria ou tem “má conduta”. As multas e suspensões de eventos, vão conforme o que for julgado grave.

Desde que o tema foi abordado por Ben Sulayem, condenando a atitude dos pilotos e deixando claro que na visão dele isso não combina com o esporte, Max Verstappen foi punido com um dia comunitário por soltar um palavrão na coletiva de imprensa do GP de Singapura, enquanto Charles Leclerc foi multado no México.

O que acaba sendo uma reação espontânea dos competidores (e de várias pessoas), vem sendo duramente criticado por Ben Sulayem, que já falou publicamente que pilotos não são “rappers”.

Durante a cúpula de oficiais da FIA, realizada no último fim de semana no Circuito de Jarama, Sulayem falou ao site espanhol SoyMotor, que uma forma de combater a prática dos pilotos é não transmitir os rádios.

“Vamos parar de exibir os rádios dos pilotos ao vivo? Talvez. Ou com delay? Talvez. Há muitas coisas em progresso [com] com nossos promotores. Ainda somos donos do campeonato”, comentou.

Os rádios que vão para a transmissão já passam por um filtro, principalmente para ser bloqueado um xingamento. Eles também são exibidos com um pequeno delay, para passar por esse filtro. Os rádios fazem parte da transmissão e ajudam a compor na narrativa daquilo que está acontecendo em pista.

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Com essa fala do presidente da FIA, ainda não está claro como seria a tratativa, mas talvez uma forma de “punição” para as equipes, é não ter tanto destaque na transmissão.

Nesta semana, Calum Nicholas, mecânico que trabalha na equipe Red Bull, comentou sobre essa forma rígida que a FIA está tentando implementar e saiu em defesa de Verstappen.

“Nós ouvimos os pilotos no rádio, no calor do momento, no meio da prova, e linguagem deles pode não ser tão amigável. Acho que o mais importante a ser lembrado é que eles estão desempenho um papel sob muita pressão. Nunca nos reunimos nos boxes, ouvimos esses comentários e pensamos: ‘Ah, não acredito que ele esteja sendo maldoso conosco’. Essa não é a real natureza das pessoas que trabalham no esporte.”

“Tenho uma filha de seis anos e digo a ela: ‘Olha, existe uma linguagem apropriada em algumas situações e não em outras’. Acho que muitas vezes as pessoas dizem: ‘Essas estrelas têm a responsabilidade de servir como exemplo’, e eu digo que para mim, como pai, acho que a responsabilidade é minha ensinar à minha filha o que é apropriado em um determinado ambiente e que não é apropriado em outros ambientes”.

“Acho que, como pai, você deve assumir essas responsabilidades em vezes de esperar que todos os outros sejam seu modelo”, completou Nicholas.

O presidente da FIA alega que essa medida que tem adotado, também é em benefício das famílias, que acompanham as transmissões da Fórmula 1.

Em outra ocasião, Ben Sulayem disse: “Eu sei, eu era piloto. No calor do momento, quando você acha que está chateado porque outro piloto veio até você e te empurrou. Quando eu dirigia na poeira [e algo assim acontecia], eu ficava chateado. Mas também, temos que ter cuidado com a nossa conduta. Precisamos ser pessoas responsáveis. E agora com a tecnologia, tudo está indo ao vivo e tudo vai ser gravado. No final do dia, temos que estudar isso para ver: minimizamos o que está sendo dito publicamente?”

“Porque imagine que você está sentado com seus filhos assistindo à corrida e então alguém está dizendo toda essa linguagem suja. Quero dizer, o que seus filhos ou netos diriam? O que você ensinaria a eles se esse fosse seu esporte?”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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