A temporada de dança das cadeiras não está encerrada e a movimentação em Singapura segue forte após a Haas anunciar que vai manter a sua dupla de pilotos para 2020. Desta forma a Red Bull tem um acento vago ainda e a Toro Rosso está a espera da decisão da equipe principal para fechar a sua dupla para a temporada seguinte. A Williams tem o lugar de Robert Kubica em aberto, assim como a Alfa Romeo com Antonio Giovinazzi. Nico Hulkenberg é o piloto que sobra nesta conta, sendo aquele que muita gente quer enfiar nas vagas restantes, mas será que isso pode dar certo?
Para a Williams
Mesmo com o carro ruim e nada adequado para as competições, a Williams acreditou que a disparidade entre o rendimento dos seus pilotos internamente não seria tão grande, mas foi. Eles apostaram em Robert Kubica e sua chegada, com mais experiência em uma carro adaptado a ideia era que ele andasse próximo a George Russell. Não foi um tiro no escuro a escolha pelo polonês, até porque vários testes foram realizados antes para que ele fosse recebido da melhor forma na equipe, mas ao longo dos circuitos mais e mais dificuldades foram sendo identificadas e como uma via de mão dupla, ambos já sabiam que não poderiam optar pelo mesmo caminho.
Kubica escolheu deixar a equipe no final da temporada e agora eles estão decidindo quem será o substituto do polonês. Nico Hulkenberg veio atona nesta conversa, mas de fato Clare Williams, vice-diretora da equipe, nunca esteve em conversa com o alemão e o mesmo não se vê interessado no time, que provavelmente durante a próxima temporada vai estar em condições semelhantes.
Nicholas Latifi também está sendo cogitado para a vaga, o piloto da Fórmula 2 já realizou alguns testes com a equipe ao longo da temporada e seria ótimo ter ele dividindo espaço com George Russell. Os dados coletados nos TL1, com o canadense foram favoráveis para a sua escolha, fora a personalidade semelhante a do piloto britânico estão ao seu favor. Basta ele terminar entre os cinco pilotos da F2, para acumular os pontos suficientes para obter a super licença, mas isso é uma mera formalidade, pois ele é o atual vice-campeão na categoria.
Os salários são algo que também contam para a equipe que precisa fechar a conta por mais um ano e economizando com um piloto, é algo a mais para injetar no desenvolvimento das peças, então Hulkenberg não parece ser uma opção viável.
Alfa Romeo
Nico Hulkenberg para a equipe italiana? Vejamos…
A saída de Antonio Giovinazzi após uma temporada com a equipe de Hinwil é bastante falada, principalmente quando colocam em pauta o fato dele ter obtido menos pontos que Kimi Raikkonen (3 vs. 31), no entanto parece que o time está pensando em manter sim o piloto italiano.
Tem sido uma temporada avassaladora para Giovinazzi, mas o seu melhor resultado veio no GP da Itália, uma semana depois de estar perto de pontuar na Bélgica. A Ferrari e até mesmo a Alfa Romeo estão focadas no piloto italiano. Fred Vasseur, chefe de equipe explica: “Antonio teve um fim de semana difícil em Spa, mas teve uma forte recuperação na semana seguinte em Monza, e queremos ajudá-lo a recuperar e continuar a melhorar. E ele ainda completa: ‘’Estou realmente focado em Antonio, acho que ele está fazendo um bom trabalho passo a passo.’’
O objetivo de ter os pilotos andando próximo na classificação está sendo consolidado a cada corrida e agora só falta explorar o crescimento dele em outros campos. Fora que após Monza eles tiveram a certeza da sua visibilidade dentro do país, pois é um piloto italiano correndo em uma equipe com a mesma origem e sim, os italianos gostam de representatividade.
A Alfa Romeo não está buscando apenas ser uma equipe, assim como a Ferrari e Mercedes eles querem ganhar o mercado dos carros e abrir espaço em outros países e ter a equipe participando de um campeonato como a Fórmula 1, trás muita visibilidade. O outro motivo para a permanência de Giovinazzi está atrelada a sua vaga, pois ela é fornecida pela Ferrari, já que ele faz parte dos pilotos de testes e academia que compõe a escuderia e como parte do acordo estabelecido na temporada passada, por direito a equipe dos cavalos rampantes, tem uma vaga na Alfa Romeo e atualmente ela pertence ao mesmo piloto que várias pessoas querem tirar do time.
E qual seria o outro lugar possível para Nico Hulkenberg participar da F1 por mais uma temporada?
Ainda no GP da Itália se falava da Red Bull fazer algo parecido com a decisão que tomaram lá em 2007 quando trouxeram Mark Webber da Williams para compor o time. Hulkenberg poderia ser uma boa opção para uma temporada enquanto o time estivesse tentando se reestruturar para montar um novo time. Mas diferente de Pierre Gasly, Alexender Albon mostra que pode ter um bom rendimento em pista.
A fala de Christian Horner para a imprensa no circuito de Marina Bay na sexta-feira (20), afastou a possibilidade de Hulkenberg no time em 2020, “Nico não está na nossa lista”, disse ele. “Ele é um ótimo piloto, e seria uma pena não vê-lo continuar na Fórmula 1 no próximo ano. Ele é um piloto profissional que, sem dúvida, não alcançou seu potencial na Fórmula 1. Espero muito que ele encontre um lugar, porque ele é melhor do que alguns outros pilotos que estão no grid, e ele deveria estar na Fórmula 1. “
Após está fala parece que eles vão lidar com a possibilidade que já tem na manga, que seria manter o formato da Red Bull como está e a Toro Rosso seguiria com Danill Kvyat e Pierre Gasly. Horner fala sobre possíveis conversas que vem acontecendo com outros pilotos, mas os seus contratos já estão vigentes e com isso eles seguem avaliando o progresso dos pilotos que já estão na equipe.
Vejam que o funil vai se estreitando a medida que as possibilidades são passadas, Nico Hulkenberg segue focado na Fórmula 1, mas com este cenário as coisas não parecem favoráveis para ele. Zak Brown ofereceu uma oportunidade na IndyCar, mas o alemão não quer os circuitos ovais, no entanto os próximos 30 dias podem ser decisivos para a carreira dele, pois o circulo está se fechando.
Acredito que neste momento não existe uma brecha para Hulkenberg na F1, talvez seja melhor agarrar a oportunidade na Indy, pois é como Esteban Ocon disse, depois de um ano fora da categoria é fácil ser esquecido.