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Em um cenário caótico, Hamilton vence e disputa segue empatada para Abu Dhabi

Lewis Hamilton venceu o GP da Arábia Saudita conquistando a sua 103ª vitória, tivemos uma corrida que foi bem polêmica, principalmente por conta de todo o caos que ocorreu durante a prova. Tivemos três relargadas que provocaram muita agitação, principalmente entre os líderes e pilotos que estão disputando o campeonato. A decisão do título segue para Abu Dhabi, com Hamilton e Verstappen empatados.

Foi um domingo surreal, marcado por bandeiras vermelhas e deixando escancarado os problemas de segurança do circuito – curvas cegas, falta de espaço… A primeira ativação do Safety Car provocou uma mudança na corrida, a Mercedes fez a parada de Hamilton e Bottas e instantes depois o regime de bandeira vermelha foi instaurado. Verstappen assumiu a liderança da corrida, podendo fazer a troca obrigatória do pneu dentro do pit-lane.

A corrida foi reestabelecida pela segunda vez e a lambança começou alí, Verstappen foi ultrapassado por Hamilton, mas não aceitou a perda de posição. O holandês usou a área de escape para ficar com a liderança – a corrida entrou em bandeira vermelha mais uma vez e desta vez Michel Masi precisou negociar com as equipes, pois Verstappen teria que devolver a posição.

Uma nova relargada, um novo toque. A corrida prosseguiu com Verstappen na liderança. Tivemos várias ações do Virtual Safety Car, até que quando a aceleração plena foi possível, Verstappen e Hamilton se encontraram mais uma vez na pista. Verstappen foi orientado para devolver a posição para Hamilton, mas fez um movimento semelhante ao de brake test. Claro que Hamilton acertou a traseira do rival e o dono do carro #33 deu o pé.

Uma parte da resolução do caso foi punir Verstappen com cinco segundos, enquanto Hamilton conseguiu fazer a ultrapassagem e retomar a liderança da prova. O piloto da Red Bull ficou sem pneus e não pode mais atacar o competidor da Mercedes.

Esteban Ocon que conseguiu ficar na terceira posição pela estratégia adotada pela Alpine, foi ultrapassado na reta principal na última volta da corrida. Valtteri Bottas então completou o pódio.

Daniel Ricciardo conseguiu o quinto lugar, enquanto Pierre Gasly fez a sua corrida na sexta posição e garantiu pontos para a AlphaTauri. Charles Leclerc obteve o sétimo lugar, após travar um duelo particular com Carlos Sainz. Antonio Giovinazzi conquistou mais dois pontos para a Alfa Romeo, o piloto herdou algumas posições no decorrer na corrida, mas não pode se defender dos ataques da dupla da Ferrari nas voltas finais.

Lando Norris completou o top-10 com a McLaren, o piloto tinha ficado fora da zona de pontuação pela estratégia da equipe antes da primeira bandeira vermelha, mas conseguiu melhorar a sua posição.

Como mencionado antes, agora os dois pilotos estão com 365.5 pontos, é a primeira vez desde Clay Regazzoni e Emerson Fittipaldi durante a temporada 1974. 

A Fórmula 1 retorna na próxima sexta-feira (10) para as primeiras atividades em Abu Dhabi.

Saiba como foi o GP da Arábia Saudita

Entre os dez primeiros, apenas Norris começou a corrida com os pneus macios. Pelo restante do grid, apenas Ricciardo, Sainz e Vettel estavam com os pneus duros, o restante apostava nos compostos macios.

A Pirelli apostava em uma corrida com apenas uma parada, mas alguns times poderiam apostar na estratégia de duas paradas, usando mais os pneus médios, pois o circuito não é tão abrasivo. Mesmo para Norris que começou com os macios, deveria fazer uma parada.

Quando a largada aconteceu, a temperatura na pista estava na casa dos 32°C, com 29°C no ambiente.

Hamilton começou a corrida na ponta, acompanhado por Valtteri Bottas que fechou a passagem para Verstappen. Tsunoda despencou no grid caindo para a décima segunda posição, enquanto Ricciardo ultrapassou Giovinazzi para ocupar o nono lugar. Ocon já era o sétimo nos primeiros metros de corrida, mas tocou com Tsunoda, depois de começar do nono lugar.

Russell e Stroll se tocaram durante a largada, mas uma investigação não precisou ser necessária.

O inglês tinha mais de 1 segundo de vantagem para Bottas na segunda volta. Alonso entrou no top-10 com a ultrapassagem feita em Giovinazzi. Sainz duelou com Raikkonen para ficar com a décima terceira posição. Verstappen seguia atacando Bottas tentando ficar abaixo de um segundo do finlandês da Mercedes para ter a possibilidade de ativar o DRS a partir do terceiro giro.

Sainz aproveitou a reta para ultrapassar Tsunoda, o espanhol que estava com os pneus duros mostrava um ótimo desempenho com estes compostos. O piloto da Ferrari foi à caça de Giovinazzi, o seu próximo desafiante depois da quinta volta.

Hamilton fazia uma corrida bem tranquila na liderança, enquanto Bottas informava que gostaria de abrir um pouco mais de distância para Verstappen, portanto Hamilton apertaria um pouco mais o ritmo a partir da sexta volta.

No giro seguinte foi a vez de Giovinazzi atacar Alonso e retomar o décimo lugar, o rival tinha extravasado os limites pouco tempo antes. O espanhol passou a se defender do compatriota que corre na Ferrari. Ricciardo assumiu o oitavo lugar fazendo a ultrapassagem em Gasly ainda na sétima volta; Sainz ficou com o oitavo lugar, ganhando a posição do piloto da Alpine.

Durante a nona volta, Sainz começou a pressionar Giovinazzi e os dois quase se tocaram. Na décimo giro, Mick Schumacher bateu na curva 22. O Safety Car foi acionado, as paradas começaram com Russell e Stroll, enquanto instantes depois foi a vez de Hamilton, Bottas, Leclerc, Pérez, Norris, Alonso e Latifi seguirem para os boxes. Verstappen assumiu a liderança da corrida por não ter parado nos boxes, Ocon passou a ser o quarto colocado, apostando na mesma estratégia. Gasly, Sainz, Giovinazzi, Tsunoda, Raikkonen, Vettel e Mazepin permaneciam com os pneus da largada.

Na décima terceira volta o regime de bandeira vermelha foi instaurado. Desta forma os pilotos que não tinham feito as trocas dos seus pneus, poderiam instalar compostos novos, portanto Verstappen tinha uma vantagem, pois a sua parada obrigatória seria realizada com a prova paralisada. Alguns reparos e verificações poderiam ser feitos nos carros. 

Na volta 14, os dez primeiros eram: Verstappen, Hamilton, Bottas, Ocon, Ricciardo, Leclerc, Gasly, Pérez, Sainz e Giovinazzi. Carlos Sainz tinha feito a ultrapassagem em Giovinazzi durante a bandeira amarela que indicava a entrada do Safety Car. Os pilotos que fizeram as paradas apostaram nos pneus duros.

A barreira de contenção estava sendo recuperada neste momento da prova, antes da corrida ser reestabelecida.

Retalarga 1

Verstappen tentou ficar com a ponta, os dois se tocaram e o holandês extravasou os limites de pista. Ocon surgiu ao lado do inglês e acabou assumindo a segunda posição. Bottas largou mal, fritou pneu e ainda foi surpreendido por Ricciardo, caindo assim para o quinto lugar. Pérez despencou no grid depois de ter de ser tocado por Leclerc, os pilotos estavam dividindo um espaço bem pequeno na pista. Mazepin colidiu com Russell,  enfiando o carro da Haas na traseira da Williams. Os dois pilotos abandonaram a prova.

A corrida mais uma vez entrou em regime de bandeira vermelha para a remoção dos carros que se envolveram nos incidentes da relargada.

Relargada 2

Para o reestabelecimento da prova, começaram uma negociação entre Mercedes e Red Bull. Como Verstappen retomou a liderança da corrida usando a área de escape, o piloto precisaria devolver a ponta para Hamilton – entretanto Ocon tinha se metido no segundo lugar.

Foi estipulado que Ocon deveria largar da ponta, seguido por Hamilton e Verstappen. Para a relargada os dez primeiros eram: Ocon, Hamilton Verstappen, Ricciardo, Bottas, Gasly, Leclerc, Giovinazzi, Sainz e Vettel. Alonso voltou para a pista com os pneus macios. Sainz devolveu a posição para o italiano da Alfa Romeo. 

Verstappen, Bottas, Sainz, Vettel Tsunoda e Stroll estavam com os pneus médios. O piloto da Red Bull contou com mais aderência nesta retomada. 

Ocon não largou tão bem e se tocou com Hamilton, o piloto da Alpine ficou ao lado do inglês, enquanto Verstappen apareceu do outro lado. Metros depois o holandês era o líder, acompanhado por Ocon e Hamilton. Ricciardo permaneceu na quarta posição. Giovinazzi assumiu a sétima posição, enquanto Sainz despencou para a décima primeira posição.

Durante a décima oitava volta, Ocon devolveu a posição para Hamilton, desta forma o piloto da Alpine ficou na terceira posição.

Na sequência Hamilton e Verstappen estavam guerreando pela volta mais rápida da corrida, mas o holandês começou a reclamar de falta de potência do motor na volta 20, mas provavelmente era uma questão de recuperar da energia da bateria. Bottas estava atacando Ricciardo, tentando buscar a quarta posição durante a volta 20.

A ultimação do DRS foi ativa na volta 22, portanto neste instante Hamilton poderia tentar se aproximar mais do holandês. 

Durante a volta 23 Tsunoda tocou Vettel, seguindo direto para o muro de contenção. A asa dianteira do japonês ficou danificada e o pedaço permaneceu na pista. O virtual Safety Car foi ativado para a limpeza da pista. O piloto da AlphaTauri se dirigiu para os boxes, fazendo a troca da asa dianteira. A corrida foi reestabelecida na volta 25, com o DRS já podendo ser utilizado. Leclerc precisou devolver a posição para Sainz pois extravasou os limites de pista.

Alonso se livrou de uma pancada no muro de contenção durante a volta 26, assim o espanhol retornou no décimo quinto lugar. O carro de Sebastian Vettel começou a perder desempenho, enquanto Tsunoda era punido com cinco segundos pelo toque com o alemão.

Raikkonen foi chamado para os boxes na volta 27, a equipe fez a troca da asa dianteira, pois o finlandês tinha se tocado com Vettel instantes antes. O Virtual Safety Car foi ativo momentaneamente para a remoção de um pedaço do carro da Aston Martin.

A corrida prosseguiu na volta 28, Hamilton estava próximo de Verstappen e já poderia mais uma vez usar o DRS. O Virtual Safety Car foi ativo mais uma vez, para a remoção de outros destroços da pista. Na volta 30 os dez primeiros eram: Verstappen, Hamilton, Ocon, Ricciardo, Bottas, Gasly, Giovinazzi, Sainz, Leclerc e Stroll. Alonso assumiu o papel de indicar os problemas na pista, pois existiam muitos destroços em decorrência das batidas. 

O VSC acabou na volta 33, portanto os pilotos aceleraram mais uma vez. Rapidamente Hamilton estava mais uma vez se aproximando de Verstappen. Alonso superou Vettel na volta 34, assumindo a décima terceira posição.

E mais uma vez o VSC foi ativo na volta 35, mas rapidamente liberaram a pista outra vez. Hamilton que estava colado atacou, os dois se tocaram, Verstappen passou pela área de escape e seguiu. O incidente entre eles foi notado. Metros depois, Verstappen parou na pista de forma perigosa, dessa forma Hamilton bateu na traseira do holandês, danificando a sua asa dianteira e mais uma vez o lance era investigado.

Na volta 39, Bottas estava tentando ultrapassar Ricciardo, os dois seguiam duelando pela quarta posição. Giovinazzi foi ultrapassado pelas duas Ferraris, desta forma caiu para o nono lugar. Bottas conseguiu o quarto lugar.

Verstappen levou cinco segundos de punição na volta 43 por ter ganhado vantagem ao usar o traçado inadequado. Foi no mesmo instante que Hamilton tentou uma ultrapassagem no holandês e o piloto da Red Bull usou o DRS para recuperar a posição. Não demorou para Hamilton assumir a primeira posição na volta 44, fazendo a ultrapassagem na pista.

Hamilton seguia estabelecendo a volta mais rápida da corrida, o inglês anotou 1m30s854. Vettel foi para os boxes abandonando a corrida na volta 46. Verstappen não tinha mais pneus, portanto a distância entre ele e Hamilton foi aumentando. Bottas era instruído para atacar Ocon.

Bottas fez a ultrapassagem, mas o francês retomou o terceiro lugar. Na reta principal, o finlandês acelerou e conquistou o pódio, obtendo um bom resultado para a Mercedes.

Hamilton recebeu a bandeirada na primeira posição, conquistando a 103ª vitória da carreira. Com resultado, Hamilton e Verstappen vão deixar Jeddah empatados no campeonato de pilotos.

Entretanto, a FIA ainda vai investigar a freada de Verstappen, aquela que provocou a batida de Hamilton na parte traseira do carro do holandês. 

 

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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