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Em tempos de ‘baixo orçamento’, Haas lida com batida de Schumacher em Mônaco

Em Mônaco Mick Schumacher perdeu o controle do carro causando um grande acidente e a ativação da bandeira vermelha. O piloto da Haas tem ficado marcado pelos acidentes, provocados por conta de erros, como o do GP de Jeddah.

Durante a segunda corrida da temporada, em um circuito de rua, Schumacher bateu forte o VF-22 que ficou extremamente danificado. Na ocasião a Haas informou que não teria um chassi extra para a para a etapa seguinte (GP da Austrália) e se eles tivessem algum dano na prova, poderiam ficar sem participar do evento.

Alguns times estão se queixando sobre as limitações impostas pelo teto orçamentário, mas sabemos que a Haas não é a equipe com o maior orçamento do pelotão. Em vários momentos a equipe precisou fazer milagre e buscar alguns recursos para se manter no pelotão – não precisamos nem mencionar a falta de competitividade em algumas ocasiões. Com a batida em Jeddah, o conserto do carro ficou próximo de um milhão de dólares.

Diferente dos outros times, a Haas não levou atualizações para a Espanha e optou por observar o grid e introduzir novas peças dentro de quatro ou cinco corridas. Entretanto, batidas como a que ocorreu com Schumacher acabam prejudicando o orçamento – não apenas de desenvolvimento, mas também a necessidade de produzir novas peças para reposição.

A batida de Schumacher em Mônaco separou a traseira do carro do chassi, novamente o VF-22 ficou bem danificado e deve apertar ainda mais as finanças da Haas até o final da temporada. Daniel Ricciardo bateu no mesmo ponto da pista, o carro do australiano também ficou danificado, mas nada como o de Schumacher, já que seu acidente de certa forma foi potencializado pela pista úmida.

Schumacher explicou o acidente, quando viu as imagens, notou que estava cerca de 10 cm fora da pista. Quando a pista ainda está úmida e o piloto foge daquele trilho seco, é fácil perder o controle do carro, os pneus slick da usados pela F1 não fornecem nenhuma aderência quando entram em contato com água.

“Fisicamente estou bem, mas é claro que é irritante. O ritmo parecia forte hoje e fomos capazes de atacas. Os carros estão mais largos que os do ano passado e por isso eu julguei mal. Quando vi o replay, parece que eu estava 10 cm fora da pista. E isso desencadeou talvez algo com a roda dianteira, que então fizeram as rodas traseiras escorregarem. Tentei corrigir, mas por esse motivo fui para a esquerda”, disse Schumacher.

Após a batida do piloto alemão, a participação da Haas no GP de Mônaco se deu por encerrada, Kevin Magnussen tinha abandona por conta de um novo problema no motor.

Em Jeddah Schumacher também bateu forte – Foto: reprodução

Os carros da Fórmula 1 tem a sua estrutura montada para dispersar o impacto depois que uma batida acontece. Obviamente a imagem de um carro partido acaba chocando não apenas os fãs, mas também os pilotos. Entretanto, esse não é o primeiro carro da Haas que acaba se separando dessa forma. Os carros aumentaram, mas o que realmente preocupa é o peso deles, fora todos os relatos dos pilotos que sempre ressaltam a dificuldade que é guiar esse novo modelo escolhido pela categoria.

Outra questão que talvez seja necessário discutir além da questão relacionada ao teto orçamentário, é com relação ao número de circuitos de rua que temos durante a temporada. Antes existiam menos provas desse tipo no calendário, os acidentes ainda aconteciam, mas geralmente em autódromos temos áreas de escape generosas e mecanismos para reduzir o impacto dos carros. Nos autódromos a segurança é muito mais cobrada e cada vez mais vemos circuitos de rua mais desafiadores e perigosos.

O futuro de Schumacher ainda não está garantido na categoria, o piloto tem contrato até o final de 2022, mas as cadeiras estão se movimentando. Ainda não sabemos se a Haas renovará o contrato com o piloto alemão ou se vão relevar esse período de ‘adaptação’ que alguns competidores ainda estão lidando.

“Com Mick, obviamente vimos o que aconteceu. Não é muito satisfatório ter um grande acidente novamente. Precisamos ver como avançamos a partir daqui”, disse Guenther Steiner.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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