Durante a 13ª etapa da Fórmula E, disputada em Londres, Lucas di Grassi quase conseguiu uma vitória – marcada pela manobra polêmica que fez ele assumir a liderança da corrida durante a entrada de um Safety Car.
Como muitos que acompanham a categoria sabem, na Fórmula E os carros não realizam pit-stop, não existe a necessidade da troca dos pneus e eles ainda não trabalham com um recarregamento rápido da energia.
Lucas di Grassi está tentando conquistar o campeonato de 2021, como a temporada segue muito disputada, uma vitória ou chegar ao pódio muda muito a sua posição no grid. Jake Dennis da BMW i Andretti estava empatado com o brasileiro até a primeira prova do ePrix de Londres, quando venceu a 12ª etapa e disparou no campeonato, ficando entre os líderes.
No domingo, Di Grassi não teve uma boa classificação, mas conseguiu ganhar algumas posições. Em um período de Safety Car, o brasileiro passou pelo pit-lane, enquanto todos os competidores permaneceram no circuito. Di Grassi fez uma breve parada nos boxes da sua equipe, antes de retornar para o circuito e assumir a primeira posição.
UNSEEN FOOTAGE!@Lucasdigrassi almost pulled off an audacious move after nipping through the pitlane to grab the lead during a safety car period.
But it was ruled he didn’t come to a stop before exiting the pit and was black flagged for declining a drive-through penalty. pic.twitter.com/DeXEI11K0V
— ABB FIA Formula E World Championship (@FIAFormulaE) July 25, 2021
A vitória não foi confirmada, pois identificaram uma pequena quantidade de velocidade quando ele parou nos boxes. Desta forma o carro não chegou ao zero absoluto e avaliaram que ele tinha ganhado uma vantagem de sete posições pela escolha que fez. Di Grassi recebeu um Drive Through como punição e como permaneceu na pista sem cumpri-la, os comissários optaram por uma bandeira preta, desclassificando o brasileiro da prova.
Depois da prova, Di Grassi explicou no seu twitter o que ocorreu: “Tudo o que fizemos hoje foi claramente permitido pelas regras do campeonato. Só poderíamos fazer isso se o safety car estivesse em uma velocidade menor do que o limite de velocidade [permitido] no pit-lane, caso contrário, eu perderia posições. Foi uma jogada ousada e arriscada, mas estava totalmente com a minha equipe quando a decisão foi tomada. A punição foi aplicada corretamente porque o carro (as rodas alcançaram 0) não atingiram o 0 km / h completos. Depois que os dados foram analisados detalhadamente, pois estava muito próximo. Só fui informado da penalidade após a bandeira quadriculada, pelo rádio.”
Statement:
Everything we did today was clearly permitted by the rules of the championship. We only could do it if the safety car was in a lower speed than the pit-lane speed limit, otherwise I would lose positions.
It was a bold, risky move but I’m fully behind my team when…
— Lucas di Grassi (@LucasdiGrassi) July 25, 2021
Allan McNisch, chefe da Audi tentou de todas as formas negociar, para evitar a punição de Di Grassi, mas não surtiu efeito.
Ao site The Race, Frederic Bertrand da FIA, informou que ao artigo 38.11 do regulamento da Fórmula E será adicionado uma emenda para o final da temporada, já valendo para etapa de Berlim. O regulamento atual afirma “a entrada e a saída do pit-lane permanecem abertas e os carros estão livres para ir ao pit, desde que parem na frente dos seus boxes”.
“Teremos que modificar novamente, para que possamos nos adaptar e evitar a lacuna que poderia ter acontecido aqui, mas que não aconteceu na realidade, porque eles não fizeram corretamente. Mas de qualquer forma, teremos que reagir e mudar isso”, disse Bertrand ao The Race.
Punições estão ocorrendo em todas as categorias, um assunto que acaba ganhando força a cada etapa que é disputada, seja em uma Fórmula 1, Fórmula E ou em qualquer outra categoria. Os pilotos e equipes acabam criticando os regulamentos constantemente, principalmente pelas atitudes que são tomadas.
No entanto, Bertand informa que deseja manter a flexibilidade do regulamento da Fórmula E: “É um equilíbrio entre flexibilidade e adaptabilidade, precisamos disso no formato.”
A escolha da Audi se deu justamente por ter essa flexibilidade no regulamento. “Em muitos casos o que vemos é que o resultado que temos hoje é fruto de muitas coisas discutidas, analisadas e, em muitos casos, ajustadas para deixar as pessoas felizes”, disse ele.
A parte ruim é que brechas acabam gerando interpretações e comparações com outros momentos da história. Se a vitória fosse válida, certamente as polêmicas seguiriam, se tonando mais um ponto de críticas sobre a Fórmula E.
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