As 500 Milhas de Indianápolis escreveram mais um capítulo bem peculiar na sua rica história. Em uma corrida estratégica e com reviravoltas, o vencedor acabou sendo um dos nomes menos cotados para a vitória. Com um ritmo avassalador nas voltas finais e uma defesa impecável, Marcus Ericsson conquistou o feito mais importante da sua carreira e conquistou a vitória da prova mais importante do ano.
Ericsson teve um ritmo discreto durante a prova, mas sempre esteve nas dez primeiras posições. Entre as equipes, o duelo ficou entre Chip Ganassi e McLaren SP, que tiveram os melhores acertos. Equipes como Penske e Andretti tentaram outras coisas, mas nenhuma conseguiu se meter na briga pela vitória de fato.
Desde o início, a Ganassi parecia estar com o controle da situação, com Scott Dixon e Alex Palou se revezando na liderança, enquanto Tony Kanaan e Marcus Ericsson ficavam na linha das primeiras posições. O panorama não mudou mesmo após o primeiro ciclo de paradas.
Front row starter @RinusVeekay is out of the #Indy500 following a collision with the wall in turn 2.
(via @IndyCar)
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Na sequência, a primeira bandeira amarela da prova veio com o acidente de um provável desafiante, Rinus Veekay, da Ed Carpenter Racing, que havia largado na primeira fila com Dixon e Palou. A dupla da Ganassi continuou no controle até a janela seguinte pit-stops, mas aí, a sorte começou a mudar.
Enquanto Palou esticava em mais algumas voltas a sua permanência, a bandeira amarela foi acionada após o acidente de Callum Ilott. Com os pits fechados, o espanhol foi obrigado a parar para não ter uma pane seca e, consequentemente, precisou de outra parada e caiu para o fim do pelotão.
Callum Ilott’s first #Indy500 came to an early end following this incident.
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A corrida teve mais trocas de posição no meio do pelotão do que na frente. Conor Daly chegou a liderar por algum tempo, mas logo foi superado por Dixon. Mesmo as bandeiras amarelas mexeram pouco com os rumos da corrida.
A maior dificuldade estava na curva 2 do circuito, pois foi lá em que ocorreram os acidentes de Veekay e Ilott. Além deles, Romain Grosjean também ficou pelo caminho após acertar o muro do trecho. Outro que também se acidentou foi Scott McLaughlin, que bateu entre as curvas 3 e 4.
Romain Grosjean’s #Indy500 comes to an end as the rear end steps out on him exiting turn 2.
He has been seen and cleared from the Emergency Medical Center.
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Quando o último ciclo de paradas nos boxes começou, o rumo da corrida se definiu. E neste momento, a sina de Dixon na pista de Indianápolis se confirmou: O neozelandês entrou muito rápido nos boxes e foi punido com um drive-through. Com isso, o sonho da segunda vitória na Indy 500 acabava para o experiente piloto da Ganassi.
Scott Dixon locks up on his way into the pits and gets a pit lane speeding violation. #indy500
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Assim, a disputa ficava aberta. A dupla da McLaren aparecia nas duas primeiras posições dentre aqueles que estavam na estratégia do grupo que liderava, mas aí surgiu Ericsson, com um carro muito rápido e superou tanto Pato O’Ward como Felix Rosenqvist para chegar às primeiras posições. Quando todos os pilotos efetuaram as suas paradas, o sueco era líder, com três segundos de vantagem para o mexicano.
A corrida parecia definida, mas Jimmie Johnson quase complicou a vida de seu companheiro de equipe, quando bateu na curva 2 e provocou a bandeira amarela faltando seis voltas para o fim. A prova foi interrompida com quatro giros para a bandeirada com o intuito de garantir que a chegada fosse definida em bandeira verde.
Na última relargada, Ericsson fez vários ziguezagues nas duas retas para impedir que O’Ward pegasse o seu vácuo para fazer a ultrapassagem (a manobra é permitida pelo regulamento da categoria) e o piloto da McLaren estudava uma chance de atacar, enquanto Kanaan e Rosenqvist disputavam o terceiro posto.
This moment right here. 🤯
What an ending to the #Indy500. pic.twitter.com/mUzDpgYhoH
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Na abertura da última volta, o mexicano chegou a colocar o carro de lado, mas o sueco se defendeu bem e conseguiu abrir vantagem. Mais atrás, era a vez de Sage Karam ser mais uma vítima da curva 2 e acertar o muro, provocando a bandeira amarela derradeira e encerrando qualquer disputa.
Tido com um piloto atabalhoado ao longo da carreira, Marcus Ericsson teve uma passagem de quatro anos pela Fórmula 1, passando por Caterham e Sauber/Alfa Romeo. O sueco chegou à Fórmula Indy em 2019 e desde 2020 corre pela Chip Ganassi, tendo se adaptado bem à categoria.
Ericsson é o segundo sueco a vencer a Indy 500, igualando Kenny Brack, vencedor em 1999. Além disso, o piloto do carro número 8 encerrou um jejum de uma década da Chip Ganassi, que venceu em Indianápolis pela última vez em 2012, com Dario Franchitti
De quebra, Ericsson assumiu a liderança do campeonato, com 226 pontos, 13 a mais que O’Ward, que volta a ficar bem posicionado no campeonato da Fórmula Indy, mas para o mexicano ficou a sensação de ficar no quase na prova mais importante do ano.
Logo atrás veio Tony Kanaan, que fez uma atuação bem segura em Indianápolis e andou na mesma toada dos líderes o tempo todo e esteve na cola de Ericsson, mas o máximo que conseguiu foi o terceiro lugar, naquela que pode ter sido sua despedida da Indy, mas o baiano ainda busca mais um contrato para disputar, pelo menos, mais uma edição da prova da qual foi vencedor em 2013.
Já Hélio Castroneves construiu uma grande recuperação, largando em 27ª, o tetracampeão da Indy 500 foi subindo no grid aos poucos, contando com os problemas alheios e fez uma grande relargada na parte final, saltando de 11ª para sétimo, na posição de chegada, sendo seu melhor resultado na categoria em 2022.
A Fórmula Indy continua seu campeonato e sua jornada já no próximo domingo, com o GP de Detroit, no circuito de rua do parque Belle Island.
Confira a classificação da Indy 500 aqui!
Classificação do campeonato:
1 – Marcus Ericsson (SUE) – Chip Ganassi/Honda – 226
2 – Pato O’Ward (MEX) – McLaren SP/Chevrolet – 213
3 – Alex Palou (ESP) – Chip Ganassi/Honda – 212
4 – Will Power (AUS) – Penske/Chevrolet – 202
5 – Josef Newgarden (EUA) – Penske/Chevrolet – 174
6 – Scott Dixon (NZL) – Chip Ganassi/Honda – 166
7 – Scott McLaughlin (NZL) – Penske/Chevrolet – 162
8 – Simon Pagenaud (FRA) – Meyer Shank/Honda – 157
9 – Felix Rosenqvist (SUE) – McLaren SP/Chevrolet – 154
10 – Colton Herta (EUA) – Andretti/Honda – 142
16 – Hélio Castroneves (BRA) – Meyer Shank/Honda – 123
20 – Tony Kanaan (BRA) – Chip Ganassi/Honda – 78 (uma corrida)