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Charlie Martin quer fazer história na lendária Le Mans como primeira mulher transgênero

Charlie Martin quer fazer história nas 24 horas de Le Mans, como primeira competidora transgênero. Ela lutou contra a vontade de tirar a própria vida, para começar uma nova – história.

Charlie passou por tempos difíceis, sofreu com a depressão, perdeu o pai aos 11 anos de idade para um câncer e está era a pessoa que levava ela para as corridas quando era mais nova, ficavam acampados prestando atenção ao som, a velocidade e aos cheiros. Infelizmente a mãe também se foi aos 23 anos.

Após ler um artigo sobre Caroline Cossey, a modelo que apareceu nos filmes de James Bond e foi a primeira mulher transexual a posar para a revista Playboy, Charlie confirmou as suspeitas que tinha a muito tempo. Na época ela era casada e ao procurar médicos, foi instruída a seguir com a vida dela e não realizar a mudança de sexo, por ser “um cara legal”.

Charlie no momento é uma ótima porta-voz da Stonewall, a maior instituição de caridade para LGBTI+ na Europa, incentiva todo o grupo na prática de esportes. Charlie conseguiu se tornar a primeiro piloto a chegar nas 24 horas de Le Mans e agora vai se preparar para o desafio da prova de resistência mais famosa do automobilismo.

Foi aos oito anos que ela descobriu o automobilismo e soube já naquela época que queria fazer parte dele. À medida que começou a correr, queria cada vez mais melhorar e superar o que já havia conquistado, no entanto se manter no esporte era algo muito caro.

Precisou ficar fora desse mundo por cerca de dois anos, até passar pela cirurgia facial. Em seu canal no YouTube passou a falar sobre o assunto e ajudar outras pessoas a realizarem a sua caminhada. Em 2014 ela esteve de volta as competições, mas sentia medo de ser rejeitada. Por outro lado, encontrou um ambiente acolhedor, com muita compreensão e respeito o que a fez se sentir confiante, os amigos a apoiaram – Se isso não tivesse acontecido, acho que não voltaria no próximo ano.

Naquele mesmo ano venceu a sua primeira corrida na França, o que levou ao passo seguinte, competir na European Hill Climb, um campeonato organizado pela FIA, em 2015 e 2017 precisava de outros desafios e um lugar que as pessoas não a conhecessem.

Para chegar a Le Mans passou a fazer parte de várias provas de resistência, até que em 2019 passou a competir na Michelin Le Mans Cup, se juntando aos irmãos Gary e David Housen na equipe Racing Experience. Martin competirá em um carro Norma M30 LMP3 de 420 litros e 420 cv.

Quero tentar inspirar outras pessoas e mudar a sociedade – criar mais empatia, disse Charlie. E completou – Eu adoraria fazer história e ser a primeiro piloto transgênero lá, seria uma conquista incrível fazer isso.

Informações tiradas El Correo e Sky News.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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