RBS – Ricardo Bunnyman Soares: Caraca! O último BPBeats foi bem down… Let’s Make It Happy!
lll CEV – Carlos Eduardo Valesi: Tá, legalzinha, Bunnyman. Mas vamos deixar a galera feliz de verdade agora, vai. Eram férias de verão, poxa.
lll RBS: Vocês ainda lembram do último? Cara, faz tempo que não rola. A Fórmula 1 entrou em férias mas a Stock Car fez festa e logo depois uma sequência de corridas onde você pode apreciar grandes matérias aqui no BP.
lll RBS: Mas acabou a moleza! Valesi, deixa o comando da churrasqueira com outro e vamos trabalhar um pouco!
lll CEV: Ok, mas se a carne ficar (toc, toc, toc) bem passada, a culpa é tua!
lll RBS: E trabalhar no que se gosta é bom demais, não é? Imagina você piloto, saído da América do Sul, batalhando na vida automobilística nos anos 60 e instigando não só a primeira corrida de Fórmula 1 no Brasil mas vencendo o campeonato com o pai narrando sua corrida.
lll RBS: Emerson Fittipaldi foi o primeiro brasileiro a trazer alegria de uma forma gigante no automobilismo brasileiro. Um título que veio logo no segundo ano da categoria no Brasil e dois anos após o tri campeonato na Copa do Mundo de Futebol. Futebol que é, sem dúvidas, uma das grandes paixões nacionais, quer nós Cabeças de Gasolina gostemos ou não.
lll RBS: Se a seleção brasileira demorou décadas para um quarto título, o automobilismo fez heróis nesse meio tempo. Logo em 1974 o próprio Emerson levantava mais um caneco. Coisa de gente grande em um país regido pela ditadura e grande repressão. O esporte mais uma vez mandava alegria ao povo não só em títulos mas como em vitórias na frente de seu público entre 1972 e 1975.
lll CEV: Depois da euforia do Tri no México, a seleção teve as decepções de 74 (não dava pra passar pelo Carrossel Holandês mesmo) e a roubalheira de 78. Sorte que Emmo estava ali para preencher a sede brasileira por títulos.
lll RBS: Ok Ok… vão dizer que até 1980 Fittipaldi não conseguiu mais nada de título na Fórmula 1, sofreu chacota com o lindo projeto Coopersucar, mas no final dos 70’s surgia um dos caras mais ousados e inventivos da categoria. Nelson Piquet fez o Brasil sorrir novamente com suas performances e jeito de ser irreverente. Em 1981 novamente o Brasil ganhava seu tri campeonato e o primeiro de Piquet. Já estávamos empatados em troféus com o povo do futebol. Brasil: Tri Campeão de Fórmula 1!
lll CEV: A diferença de atitude de Piquet para Fittipaldi era gigantesca. O Rato pertencia à era de gentlemans do automobilismo, sempre com um sorriso na cara e o lema do Barão de Coubertin na ponta da língua. Nelson era mais guerreiro, não se importava muito se teria que fazer inimizades para chegar onde queria, não dava bola para a mídia e arrumou confusão até com Bernie Ecclestone. Um verdadeiro “bad guy”.
lll RBS: E quase o futebol desempatava isso. A seleção de 1982 é considerada até hoje uma das mais fortes já criadas no mundo. Mas ficaram na saudade. Nessa época o Valesi já misturava Coca Cola com Gin vendo a Copa na sua Telefunken.
lll CEV: Pô, não força! Na época ainda era um garoto, e a derrota do Sarriá foi dolorida pra caramba. Curiosamente, a partir dali comecei a adotar a Azzurra como minha segunda torcida nas competições internacionais. E ainda faltavam uns anos para eu começar a misturar Natu Nobilis com Guaraná Brahma.
lll RBS: E como de virada é mais gostoso, Nelsão desceu a lenha e em 1983 virou esse placar além de fazer o público local de Jacarepaguá mais feliz com vitória terras nacionais. Anota aí:
Automobilismo 4 Vs. 3 Futebol
lll RBS: Uma década de grandes nomes no automobilismo. Não só no Brasil mas no mundo. Por aqui as filas em Jacarepaguá só aumentavam e Niki Lauda pegava a rabeira de seu último título como se passasse o bastão para outro cara na McLaren, Alain Prost que venceu duas na sequência, sendo isso em 1985 e 1986.
lll RBS: 1986 ainda traria uma vitória brasileira com Piquet e sua língua ferina, que Atacaram Novamente ganhando o título de 1987 aumentando mais ainda a distância em títulos mundiais. Não perca as contas:
Automobilismo 5 Vs. 3 Futebol
E quem atacava novamente eram os Smiths com esse som reverberando entre 1986 e 1987
lll CEV: Sempre tem que ter esses engomadinhos com gel no cabelo e ombreiras no texto?
lll RBS: HAHAHAHA! Quer parar de contar, futeboleiro? Calma que vem mais gol por aí e não estamos falando exatamente do carro! 1988, impede mais um avanço do futebol. Ayrton Senna trás seu primeiro título mundial e mais um gol é marcado para o Automobilismo. Vira 3 acaba 6?
Automobilismo 6 Vs. 3 Futebol
lll RBS: Acaba nada! No último ano da década, matematicamente falando e não contando os 8*, 1990 Senna se vinga de Prost e faz mais um gol em Suzuka, acabando a temporada em pancada na curva 1 do histórico autódromo japonês
Automobilismo 7 Vs. 3 Futebol
lll CEV: E quem tomava pancada também era a Seleção; a turma de 86 sofreu até tomar o gol do Platini, e em 90 criamos a Era Dunga em plena Itália. Parecia que iríamos ficar no terceiro título para sempre.
lll RBS: Virada da década! Daaaaa-lhe Brasil! Coloca mais um para a conta aí! Senna e seu terceiro e último título.
Automobilismo 8 Vs. 3 Futebol
lll RBS: Não é novidade, nem para os não apaixonados pelo automobilismo que a partir de 1992 nada mais foi possível (ficamos algumas vezes no quase) na Fórmula 1. Nem vou citar títulos na Indy, Le Mans ou vencedores das 500 Milhas de Indianápolis para não sermos acusados de apelões.
Fato que em 1994 o Brasil do Futebol sai da fila. Pelos pés de Baggio, o grito de tetra sai da garganta meses após a morte do ídolo Senna falecer em Imola. Muitos brasileiros nunca mais viram uma corrida de carros após o fato. Ao menos, a Seleção Brasileira deu a seu povo, novamente um motivo para sorrir.
Automobilismo 8 Vs. 4 Futebol
lll CEV: O título de 94 foi a redenção do futebol que ajudou um país machucado pela perda do ídolo do automobilismo a começar o processo de melhora. Não consigo ver um torcedor de futebol “nunca mais ver um jogo” após seu time ser desclassificado de uma competição ou perder uma final, então não entendo a turma do “a Fórmula 1 acabou para mim em 94”. É difícil de lidar, mas uma paixão não se abandona.
lll RBS: Depois disso, a Seleção Brasileira ganhou mais um título. 2002 foi um ano onde Zagallo mandou todo mundo o engolir. Aquela desconfiança contra a Seleção acabava e seus jogadores e comissão puderam soltar todas as emoções reprimidas.
E poucos meses antes disso, na Fórmula 1, ouvimos Cleber Machado bradar na transmissão do GP da Áustria “Hoje não! Hoje não! Hoje sim… Hoje sim? É inacreditável”. Os tempos mudaram…
Automobilismo 8 Vs. 5 Futebol
lll CEV: Por coincidência, a partir dali, podemos traçar um paralelo entre os campeões da Copa e os anos da Fórmula 1: temos o título da Itália em 2006 para fechar a época de domínio da Ferrari, desbancada pela Alonsomania e pela vitória inédita da Espanha em 2010. Em 2014 a Alemanha mandou no Brasil, assim como Vettel estava mandando em todo lugar, e com o título da França em 2018 podemos de repente olhar para Ocon na Renault e pensar…
De qualquer maneira, se Felipe Massa ficou no quase em 2007 e faltou pouco para a Canarinho passar pela Bélgica no ano passado, os anos de jejum na bola e na pista não irão durar para sempre. Como qualquer torcedor, acho que o grito de campeão está aí, logo depois da próxima curva. Afinal, uma arrancada em direção ao gol e uma ultrapassagem no limite da pista são coisas que um povo não desaprende.
lll BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.