RBS: A profissão primordial para que a vida siga em frente. Passar experiências, vivências e tantas descobertas da vida tem como origem nossos mestres. Por sua vez, pequenos padawans que somos, temos a obrigação de passar para as gerações seguintes aquilo que conseguimos e quem sabe um dia sermos considerados Mestres Jedi em alguma área da história? dessa longa estrada da vida.
lll RBS: E quanta gente a gente admira em cadeia? O grande Steve Vai bateu na porta de um mestre da guitarra e se tornou tão bom quanto. Ou melhor, ou pior, ou enfim… Essa treta eu deixo para a Erica Prado decidir se o Joe Satriani superou seu mestre.
Quando estava em Nova Iorque, aprendi como me tornar um professor excelente porque tinha um garoto, extremamente talentoso (o futuro guitarrista Steve Vai) tomando aulas de mim. Após o primeiro ano, eu tive que trabalhar muito duro para ficar na vanguarda de ser seu professor. Ele me alcançou e nos tornamos mais como companheiros
Joe Satriani, sobre seu aluno Steve Vai.
lll CEV: E aqui já temos que parar para dar os parabéns ao Bunnyman, pois conseguiu escrever um texto que mistura automobilismo e Joe Satriani sem referenciar Summer Song. Eu não conseguiria. Aliás, não consegui.
lll RBS: No campo do automobilismo, temos muitos que passam conhecimento porém quanto se atinge categorias superiores se torna muito difícil encontrar um companheiro de equipe que seja mais experiente passando informações para o mais novo. Isso porque o primeiro cara que se deve vencer é seu companheiro de equipe pois, com o mesmo carro, quase sempre quem vence o duelo é considerado o melhor da dupla além de garantir acesso a mais ‘linhas de crédito’ com a equipe.
lll RBS: Um exemplo de coach na Formula 1 foi entre Michael Schumacher e Felipe Massa. Não era difícil ouvir Schumacher se dirigir a Massa como ‘irmão mais novo’. Há quem diga que Massa era mais irmão do que Ralf Schumacher.
lll RBS: Por essas e outras, passar conhecimento de piloto para piloto é complicado… você pode estar alimentando o dragão que vai te engolir. Mas o que fez Alain Prost ter o título de Professor?
lll RBS: 24 de fevereiro de 1955. Nascia um dos pilotos mais emblemáticos da história do automobilismo. Enquanto Prost nascia na França, as Chordettes pediam um cara bonitão para Mr Sandman.
lll RBS: E o mundo nos trouxe à realidade Alain. Já sonhou com ele, Valesi?
lll CEV: Uma vez tive um sonho muito estranho, com uma montanha gigantesca de onde vinha uma voz esquisita com sotaque francês. Acho que era o nariz dele.
lll CEV: Agora, não dá pra falar de Sandman sem lembrar de dois clássicos: o Comic Book de Neil Gaiman “Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó” e o petardo do Metallica:
lll RBS: O título de Professor veio da característica de Alain fazer exatamente o necessário para atingir seus objetivos. Piloto de incrível sensibilidade com o carro, conseguia garantir performance com o mínimo de desgaste, poupando combustível, pneus e o equipamento em geral. Não abusava da sorte. Se podia se distanciar meio segundo por volta do segundo colocado, já a 10 segundos de distância conseguia manter o mesmo ritmo sem a necessidade de abusar do carro.
lll CEV: Outra característica do francês era a paciência: conseguia seguir de perto o carro da frente, botando pressão e muitas vezes forçando um erro do adversário, sem arriscar-se com uma manobra de ultrapassagem. Muitos não gostam dele por causa disso, pela falta de espetáculo, porém eu pessoalmente acho essa resistência intelectual e essa frieza impressionantes.
lll RBS: A primeira vitória de Prost já se deu no seu segundo ano de Formula 1. Após estrear na McLaren no ano anterior, em 1981 já na equipe Renault, na oitava corrida onde das 7 anteriores só consegui concluir uma no GP da Argentina chegando em terceiro, o Professor ganha sua primeira maça sob o sol francês do Circuito Dijon-Prenois, seguido por John Watson da McLaren e Nelson Piquet da Brabham.
lll RBS: Como Reginaldo Leme disse no documentário Senna, Alain era conhecido por massacrar seus adversários. Tenho a impressão que naquele tempo isso era mais comum de acontecer. Não era só grana. Tinha o intelecto somado ao braço e o ímpeto de ser melhor. Se o companheiro de equipe está no caminho, derrube-o. Hoje me parece que essa situação é mais velada. Será mesmo, Valesi?
lll CEV: Talvez para quem só passe os olhos na Fórmula 1 em domingos de corrida, meu caro Bunnyman. Os cabeças de gasolina que acompanham mais de perto sabem que em todas as equipes pilotos de todos os níveis tentam, nem sempre seguindo os nobres preceitos do Barão de Coubertin, sobressair-se na equipe. Ricciardo, muito gente boa, judiou de Vettel no ano que dividiram a Red Bull. Rosberg teve que aprender a entrar sob a pele de Hamilton para ganhar um título. Até Ericsson tentou colocar Leclerc em um lugar que o monegasco não merecia. A portas fechadas, é uma verdadeira guerra.
lll RBS: De 1980 a 1993, Prost perdeu só para seu companheiro de equipe John Watson na estreia em 80, 1984 para Niki Lauda (aquele meio ponto de Mônaco) e 1988 para Senna.
lll RBS: Esses anos foram muito bons para a música também.
lll CEV: Ô se foram! Só para continuar no assunto de professores e de guitarristas excepcionais: em 80 ganhamos The Wall, em 84 o Van Halen fez um álbum chamado… 1984, e em 88 o Guns N’ Roses chegava com apetite por destruição.
lll RBS: Quatro títulos. O terceiro é controverso, mas o último, levando para o lado romanceado da coisa, pode ser encarado como a confirmação de que era um dos melhores do seu tempo. Após ser demitido da Ferrari por falar mal do carro (madonna mia… porca miséria) e tirar um ano sabático, Prost volta naquela Williams revolucionária só para abiscoitar o quarto título e falar ‘chupa’ para um certo rival. Rival esse que aceitou a oferta da Williams para 1994, forçando a saída de Prost da categoria pois o francês havia imposto que não faria mais parceria.
lll RBS: E a vida de Prost é cheia de triunfos. Mais triunfos do que derrotas. Quando gênios colidem, o espaço tempo se estremece. E foi isso que tivemos nos seus anos dentro de monopostos. Um ensinava e aprendia com o outro. Muitas vezes, o Professor aprende mais do que ensina.
lll RBS: Já em 1996, Prost compra o espolio da Ligier e monta a Prost GP. Iniciou um bom campeonato em 1997 terminando em sexto nos construtores. Mas a alegria acabou por aí.
1998 em 9º com 1 ponto
1999 em 7º com 9 pontos
2000 em 11º zerada
2001 em 9º com 4 pontos.
lll RBS: Mesmo assim, podemos ver grandes nomes que passaram por lá como Olivier Panis, Jarno Trulli, Jean Alesi, Nick Heidfeld e Heinz-Harald Frentzen.
lll RBS: Hoje é possível ver Prost nos boxes da Renault em corridas da F1 e da EDams, sua contraparte na Formula E.
lll RBS: E por que não, ter um certo amor pelo que o cara fez?
lll CEV: Na minha opinião pessoal, Prost foi um dos maiores gênios que vi correr. Está no meu top 5 de maiores pilotos e ainda tem muito a ensinar. Para quem se vira no inglês, a participação dele no podcast oficial da F1 foi deliciosa:
lll CEV: Afinal, podemos dizer que, quando alguém faz algo tão bem feito que te força a olhar duas vezes para ter certeza que não existe nenhuma pegadinha, ele acaba te ensinando alguma coisa. Nem que seja que nós, humanos, somos capazes de continuar nos surpreendendo.
lll RBS: PLUS Temos tantos professores então segue uma entrevista do Music Thunder Vision com os Mestres Fabio ‘Reverendo’ Massari & Luis Thunderbird
lll CEV: Class dismissed.
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p style=”text-align: justify;”>lll BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.