RBS – Ricardo Bunnyman Soares: Qual é o maior espetáculo da terra?
CEV – Carlos Eduardo Valesi: A construção da Torre de Copos do Setor A de Interlagos.
RBS: E depois da estreia na Austrália, com a Ferrari do Valesi sendo apedrejada ou defendida, com Bottas mostrando os dedos médios e xingando no rádio, Lance Stroll dando pau no Sergio Perez e um monte de gente já prevendo as 20 corridas a seguir, prefiro usar o que Dinho Ouro Preto diz na letra de 1999 do Capital Inicial: “O passado é seguro, por isso estamos aqui”.
CEV: Realmente impressiona como a média da galera consegue definir o futuro baseada em apenas uma corrida. O que eu li de afirmações definitivas de que “o campeonato acabou”, “Bottas abalou a confiança de Hamilton”, “Leclerc vai ser um eterno segundo piloto” não tá no gibi. Essa galera deve saber exatamente como é um álbum duplo ao ouvir os primeiros acordes da primeira música. Se eu comer sopa de letrinhas, em 24h produzo um argumento melhor do que o deles.
RBS: Muitas léguas foram percorridas na Formula 1 desde 1999 mas foi em 2004 que essa apedrejada Ferrari iniciou e terminou com a dobradinha Schumacher Barrichello.
RBS: 2004 foi o início do OsKarteiro para nossa alegria. Naquele Abril corríamos a quarta etapa do campeonato no hoje finado Kart In Jaguaré
RBS: Sinceramente, Não tenho muitas lembranças musicais, mesmo tendo estreado o BunnyCorp, um site de músicas. Tens alguma lembrança que lhe toque, Valesi?
CEV: Estava no último ano de residência médica, e lembro que Killers eram uma companhia frequente nos milhares de plantões.
CEV: Mas lembro bem daquele GP inaugural (assisti durante um plantão na UTI, inclusive). O domínio da Scuderia foi absoluto, mas víamos outras forças aparecerem, como as BAR e as Renault. Só três carros de equipes menores abandonaram: uma Minardi e as duas McLaren.
RBS: Nos dois anos seguintes, o GP foi vencido por aquele que supostamente aposentou Schumacher. Fernando Alonso e sua Renault vencedora paparam as duas edições.
CEV: Em 2005 a Renault começou arrasadora. Vitória do Fisichella (!) na abertura, na Austrália, seguida por três triunfos de Alonso, para dar início à conquista espanhola da categoria.
RBS: 2005 foi um ano estranho para minha pessoa. Me lembro de estar na praia ia em um outubro só em dia de semana em um momento de folga ouvindo isso ao som das ondas. Contemplativo.
CEV: Tá maluco, Bunnyman? Isso lá é música de se ouvir à beira mar? Melhor ficar aqui com o rock nacional mesmo.
RBS: 2007 e 2008 foi a nossa vez de ouvir o Tema da Vitória. Felipe Massa já na Ferrai subia ao lugar mais alto do pódio. Um fato interessante é o hoje questionável Robert Kubica largando na primeira fila em 2008 com uma BMW Sauber. Dá para acreditar nisso nos dias de hoje, Pequeno Cabeça de gasolina? Sim! A Sauber teve seus altos e baixos. Nem parece que faz tanto tempo assim. Por causa de 2008 Timo Glock talvez faça algum ritual para não ver brasileiros quando se aproxima o GP do Brasil. Mas isso é outra história.
CEV: Pois é, em 2007 a Sauber beliscou um quarto e um sexto lugares em Sakhir, com Heidfeld e Kubica. E, no ano seguinte, com a ordem dos pilotos invertida, um terceiro e um quarto lugares, atrás apenas das Ferrari. 2008 foi um ano interessante, e na música a P!nk nos agredia com um petardo:
RBS: 2009. Quem era aquela equipe, resto da Honda com dois dos melhores segundos pilotos da história fazendo arte? A Brawn GP vinha nessa quarta corrida da temporada com duas vitórias de Jenson Button e um pequeno susto das RedBulls. Sagraram-se campeões daquela temporada e viraram Mercedes em 2010
RBS: E assim que a Mercedes ressurgiu naquele 2010 como equipe após décadas, veio a Era RedBull comandada por Sebastian Vettel, mas no GP do Bahrein teve Fernando Alonso, agora na Ferrari como vitorioso, Felipe Massa também da Ferrari em segundo e Lewis Hamilton andando de McLaren. Sinto que Rubens GP Netto e Will Mesquita voltaram no tempo quando a McLaren tomava champagne…
CEV: Pois é, a Macca venceu CINCO provas naquele ano, e foi a vice de construtores. Quase uma década atrás, direto do Túnel do Tempo.
RBS: 2010 foi um ano bem movimentado. A franquia de jogos para PC e consoles voltava ao mercado pela Codemasters e Valesi e Del Vale puderam poucos anos depois dar início a série das nanicas da F1 no Podcast F1 Brasil. No GP do Bahrein, apenas 15 carros terminaram e entre eles a única das nanicas que passou pela linha de chegada foi a Lotus (Posteriormente rebatizada de Catherham) de Heikki Kovaleinen duas voltas atrás do líder.
RBS: 2011 o agora mais novo campeão Sebastian Vettel não teve chance de vencer sua primeira corrida lá. Aliás ninguém correu mesmo havendo um planejamento de nova data. Conflitos na região impediam a garantia de segurança do GP. Nem no dia, nem depois houve corrida ficando os barenitas aguardando por 2012.
RBS: Nos conflitos, anos depois pudemos ouvir World Peace Is None Of Your Business do Morrissey onde além do Bahrein, o Brasil, Egito e Ukrania são citados de uma forma muito sarcástica.
CEV: Coldplay e Morrissey. O nível de meiguice desse texto está ficando insuportável.
RBS: Já em 2012, com Vettel bicampeão, o Bahrein pode ver um novo vencedor na sua pista. Mais uma vez, após 8 anos um alemão vencia o GP e assim também o fez em 2013. Desde então, a RedBull não leva nada por aqueles lados.
RBS: 2014 iniciou-se a Era Mercedes com Lewis Hamilton provando que sua escolha em sair da McLaren foi a mais correta. Não só ganhou em 2014 mas também em 2015. Já em 2016 a Mercedes de Nico Rosberg levou a melhor.
RBS: Mesmo com a supremacia da Mercedes, 2017 e 2018 foi palco para a Ferrari de Sebastian Vettel mostrar seus talentos no circuito. Será que 2019 vai?
CEV: É uma pista que teoricamente favorece os rubros, mas o que vimos na Austrália preocupa. Será que foram apenas escolhas erradas para a prova ou a Scuderia não está com a força que demonstrou na pré-temporada. De qualquer maneira, é um GP muito bom para nós, brazucas, pois pode ser assistido acompanhado por um bom churrasco, uma cervejinha e a companhia de bons amigos e, após o final, uma boa música. Mesmo que ela seja um country gospel da melhor qualidade.
CEV: Fica aí uma dica de texto do Fernando Brandão Campos publicada aqui no BP, peguei carona na dica, Bunny, porque os textos do Campos merecem um reforço na recomendação de leitura: Crônicas de Shakir
lll BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.