RGPN – Rubens Gomes Passos Netto: Uma das dádivas dadas aos automobilistas é a capacidade de se imortalizar criando e deixando a sua marca, na Fórmula 1 ou em outra categoria que lhes sejam dignificados a correr; muitas vezes temos como a marca a ser registrada o uso das cores do seu país natal, ou simplesmente algo que identifique a sua nacionalidade como é o caso daquele que me fez amar uma segunda equipe na Fórmula 1, maculando assim o meu amor pela McLaren: estou relembrando o tricampeão Sir Jackie Stewart, que nas temporadas de 1997 a 1999 buscou a consagração como dono de equipe, porém este feito não foi alcançado, mesmo assim o inglês Robbie Williams no clipe da música Supreme faz uma pequena homenagem ao mais escocês dos escoceses que já guiaram um Fórmula 1:
RBS – Ricardo Bunnyman Soares: Depois de ver esse vídeo, encontrei um motivo para prestar mais atenção nesse tal Robbie da Williams. Impressão minha ou tem um pouco de I Will Survive da Gloria Gaynor?
CEV – Carlos Eduardo Valesi: Mais do que um pouco. Seria como All Summer Long para Sweet Home Alabama ou como Ice Ice Baby para Under Pressure. Mas reconheço que o vídeo é algo de genial, chefe. Agora, querem uma coincidência maluca? Tem um escocês de Edimburgo chamado Robin Williamson, que é vocalista de uma banda folk psicodélica do final dos anos 60, início dos 70 (bem na época que Sir Stewart estava no auge) chamada The Incredible String Band, que fazia um som bem maneiro sobre um bicho que depois seria associado a velocidade:
lll RGPN: Como foi a traição, bem aqueles carros brancos com o tartã, ou o tradicional xadrez escocês, que algumas vezes podemos ver alguns homens com o famoso kilt com a mesma estampa, que diga-se de passagem eu usaria fácil um kilt no nosso verão… Ventilação e refrigeração garantida!!! Porém esta vestimenta e tecido não é algo restrito aos homens e as vezes algumas mulheres se valem também do kilt e do tartã como as meninas do The Snake Charmer, que decidiram tocar gaita de fole em apresentações de tirar o chapéu ou no caso do Jackie, tirar a boina:
lll RBS: Primeira vez que vejo uma gaita de fole ser bem tocada. Dessa vez não é impressão minha! Nitidamente, colocaram Enter Sandman do Metallica!
lll CEV: Sem tanta elegância ou charme, mas ainda de saias, a galera do Red Hot Chilli Pipers (tem trocadilho melhor?) também faz um belo rock de gaita:
lll RGPN: Porém sabe de quem o Sir Jackie Stweart foi rival “?” o maior de todos da terra Rainha dona da pleura toda, James “Jim” Clark Jr, (nota: quando fui reler o texto não pude deixar de pensar no capitão Kirk de Star Trek, pensem) um piloto com nome digno de ser chamado de um dos melhores do mundo, o piloto que arrematou duas das três coroas do automobilismo mundial e por duas oportunidades esteve próximo de ser o segundo a possuir a tríplice coroa do automobilismo.
lll CEV: Chefe! Passou perto. Na USS Enterprise tínhamos um legítimo escocês, o engenheiro-chefe Montgomery “Scotty” Scott (na nova série, quem o interpreta é o Simon Pegg, que também participou de Doctor Who). Aliás, bora fazer outro scotch escocês prá terminar o texto.
lll RGPN: Porém os feitos de Jim, foram vistos por poucos, e poucos tiveram o prazer de vê-lo em pista, me lembrando de uma banda que quase ficou no esquecimento por que um software maluco alegou que a sua música não faria sucesso, contudo os garotos do Franz Ferdinand não se deixaram desanimar e apostaram todas as fichas em Take Me Out, bom, hoje podemos dizer que a aposta desses garotos foi a melhor resposta ao negativismo das máquinas dos últimos anos:
lll RGPN: A banda escocesa deu uma viajada e descansada nos últimos anos e em 2018 retornou a tempo de ver Lewis Hamilton alcançar o pentacampeonato, a banda Franz Ferdinand apresentou a música Always Ascending – eu tive um preconceito violento contra ela, sim, tive sim, pois o início dela não me empolgava em nada, lembrando bem o início de temporada da equipe alemã neste ano, porém depois de um tempo e alguns GPs passou a empolgar mais que liquidação de flauta celta em Glasgow…
lll RGPN: Agora indo um pouco antes de 2018 e bem depois das passagens de Jim Clark e de Jackie Stewart, temos um escocês que carregou no capacete a bandeira do seu pais, David Coulthard; eu me recordo muito mais dele aos sábados pela manhã nos treinos classificatórios (perdão Raposo) por isso eu imagino como teria sido doloroso não ter assistido aos qualys nos sábados pela manhã e como seria a nossa vida com detenções escolares aos sábados, como as que passaram os jovens estudantes no filme Clube dos Cinco, no qual a música Don’t You da banda escocesa Simple Minds estourou junto com o filme;
lll RBS: Simple Minds é só sensacional! Sabiam que o vocalista Jim Keer é (ou era) gago? E no momento fofoca, ele foi casado com a Chrissie Hynde dos Pretenders. Esta também das terras da rainha. Confiram uma das apresentações dos Pretenders no Top Of The Pops (tipo um Globo de Ouro britânico. Esses caras sempre nos imitando, viu)…
lll CEV: OK, ok voltei para salvar vocês. Pretenders era legalzinho, Simple Minds eu me recuso a comentar, então vamos com uma curiosidade: vocês sabiam que um dos cantores mais ingleses da história nasceu em Glasgow, na Escócia? Sim, Flashbackson, mesmo tendo sido criado na Newcastle que tanto mal fez a John Constantine (e vice versa), Sir Mark Freuder Knopler era escocês da gema (assim como seu irmão David). Em 1977 (ou seja, cinco anos antes da escocesa Susie Wolff nascer), eles gravaram uma música falando sobre um tal de “Guitar George”, que vai voltar a este texto logo mais. Antes, fiquem com o Dire Straits:
lll RGPN: Uma injustiça com a Escócia é ela possuir pilotos e títulos tão importantes e ter a sua história absorvida pela métrica monarquista de Londres, que suga as suas estatísticas para nela caber mais do que ela realmente poderia receber, praticamente uma Tardis de Doctor Who – que diga-se de passagem adora um cenário escocês, sendo que Glasgow é uma das cidades cenários mais recorrentes da série, onde jaz o corpo do esquecido irmão de Jackie Stewart, o Jimmy Stewart, também ele só participou de um GP não havia como não esquece-lo (ele tem mais GPs do que eu), hoje as filmagens da série estão rolando em Yorkshire onde nasceu Innes Ireland, que correu na Fórmula 1 pelas equipes Lotus, BRP e BRM entre 1959 e 1966, vencendo o GP dos EUA em Watkins Glen de 1961.
lll CEV: Um ano após Innes encerrar a carreira uma galera de hippies britânicos, incluindo o vocalista e flautista escocês Ian Anderson (que teria sido um excelente Doutor nas telas), juntaram-se para formar a banda mais erroneamente desprezada da história anglo-saxã, o Jethro Tull:
lll RGPN: O BPBeats busca trazer boas referências musicais como essa em uma cena onde o Doutor interpretado pelo escocês Capaldi em uma batalha medieval, tocando guitarra em cima de um tanque de guerra, agora me digam se não é top demais os acordes de Pretty Woman de Roy Orbison em volta de toda essa mistura;
lll CEV: Ok, falando em guitarra, voltemos a Guitar George da música do Dire Straits: Mark Knopfler estava falando de um guitarrista australiano que havia conhecido um tempo antes de compor a música, cujo nome completo era George Young. Se você reconhece a nacionalidade e o sobrenome, saiba que o George era irmão mais velho de Malcolm e Angus Young, os caras do ACDC. Tanto George quanto Harry (Harry Vanda, que na música de Mark aparece em “… but Harry doesn’t mind…”) ajudaram o ACDC a começar seu caminho para o sucesso. Na época, o vocalista era um escocês de Forfar chamado Ronald Belford “Bon” Scott (scotch? Ok, vou fazer mais um), que gravou uma música sobre poker, mas que poderia ser sobre um certo escocês campeão de F1 citado anteriormente, chamada The Jack:
lll RGPN: Mas o Valesi e o Bunnyman ambos já devem estar arrancando os dentes do monstro do lago Ness por eu ter dado voltas e mais voltas e aparentemente não dar um norte ao texto, lembrado que é ao norte que a Escócia fica e eu daria fácil um rumo ao norte como fez James Bond em Skyfall, entretanto eu daria um rumo qualquer se estivesse a bordo de um Aston Martin, montadora esta, que estampa com muita classe a carenagem fosca da Red Bul Racing, porém os meus textos sempre contam como muita loucura sem muitos acertos, todavia, com muita modéstia e humildade eu diria que tenho um pouco de classe como a banda de Glasgow, The Fratellis, que apesar do nome não canta o hino italiano, porém possui uma pegada que me dá a sensação que eles desejavam ter vivido nos anos em que a Fórmula 1 via os escoceses conquistar títulos na Fórmula 1.
lll RBS: Me intrometendo na finalização do patrão, a Escócia continua representada na Formula 1, porém com pilotos atrás do microfone. David Coulthard e Paul Di Resta. E como terminar com Adele é algo que fechou muito bem, tomo mais liberdade de colocar minha última contribuição sonora com os Cocteau Twins (descobri pelo Spotify que esse foi o som que mais ouvi em 2018). Gostamos do passado ou não?