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Barrichello emociona Interlagos com pole histórica no WEC; Cadillac voa na Hypercar

Na pista e no coração do público, Dudu crava volta perfeita em casa e faz história no endurance mundial; Lynn repete pole de Le Mans com Cadillac

O sol brilhou forte em Interlagos, mas quem realmente incendiou o Autódromo José Carlos Pace neste sábado foi Eduardo Barrichello. Na corrida de casa, diante de uma arquibancada apaixonada que sabia exatamente o que estava em jogo, o jovem de 23 anos escreveu seu nome na história do Mundial de Endurance ao conquistar sua primeira pole position no FIA WEC. E fez isso com um tempero que só o automobilismo brasileiro sabe dar: emoção, garra e um traço inconfundível de DNA.

Guiando o Aston Martin Vantage AMR GT3 #10 da Racing Spirit of Léman, Dudu cravou uma volta magistral em 1min33s849, estabelecendo o novo recorde da categoria LMGT3 em Interlagos. Superou os Lexus da Akkodis ASP por apenas 24 milésimos de segundo — diferença de piscar de olhos, ou de um grito sufocado que virou festa nas arquibancadas.

“Poder fazer essa pole em casa é sensacional. Ouvir o pessoal gritando meu nome, saber que minha família está aqui… Eu ainda preciso ver os vídeos, mas tenho certeza de que meu celular já travou”, brincou Barrichello, ainda ofegante de emoção. “Essa pole é 100% minha, mas carrega muito do esforço de todo mundo que me trouxe até aqui.”

A emoção foi ainda maior pelo risco real de nem sequer disputar a Hyperpole. O norte-americano Antony McIntosh, seu companheiro de equipe e piloto bronze do trio, teve de suar o macacão para colocar o carro entre os dez primeiros da primeira fase da classificação. “Tinha um país inteiro olhando pra mim dizendo: ‘você tem um trabalho: colocar o Dudu na Hyperpole’. Foi muita pressão”, confessou McIntosh, estreante no WEC. Deu certo. E Dudu aproveitou com maestria.

Rubens Barrichello, que viu o filho brilhar na pista onde construiu boa parte de sua própria lenda, terá a honra de dar a bandeira verde para a largada neste domingo. O simbolismo é irresistível: pai e filho, um passando o bastão, o outro acelerando para a glória.

Ao lado de Dudu, quem larga na primeira fila é o Lexus #87 de José María López e companhia. Atrás, vêm o outro Lexus da Akkodis e o Mercedes-AMG da Iron Lynx — uma formação que promete emoção do começo ao fim na classe LMGT3. Os favoritos ao título, da Porsche Manthey, terão de remar muito, saindo apenas da 13ª posição.

Na Hypercar, quem também deu show foi a Cadillac. O britânico Alex Lynn repetiu o desempenho de Le Mans e colocou o Cadillac V-Series R #12 na pole, com direito a recorde da categoria em Interlagos: 1min22s570. E a dobradinha veio com o #38 de Bourdais e Button colado, apenas 0s100 atrás. O domínio é evidente — mas, como Lynn ponderou, “a corrida é amanhã, e é ela que conta”.

Mais atrás, o Porsche #5 e o Peugeot #94 completam a segunda fila, enquanto o melhor Ferrari — o #83 de Kubica — larga só em nono. Os líderes do campeonato, com o #51, vão partir do 17º posto. A montanha a escalar é íngreme.

Para os fãs que lotaram Interlagos ou que vão acompanhar pela BandSports e Grande Prêmio, a largada será às 11h30. Será o momento em que o tempo para e os corações disparam. Porque neste domingo, o barulho dos motores vai se misturar ao orgulho nacional. E se a pole de Dudu já foi emocionante, imagine o que pode vir pela frente.

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Rubens Gomes Passos Netto

Editor chefe do Boletim do Paddock, me interessei por automobilismo cedo e ao criar este site meu compromisso foi abordar diversas categorias, resgatando a visão nerd que tanto gosto. Como amante de podcasts e audiolivros, passei a comandar o BPCast desde 2017, dando uma visão diferente e não ficando na superfície dos acontecimentos no mundo da velocidade. Nas horas vagas gosto de assistir a filmes e séries de ação, ficção científica e comédia. Atuando como advogado, também gosto de fazer análises e me aprofundar na parte técnica.

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