O retorno da NASCAR Cup Series após o período olímpico não poderia ter sido mais quente. A disputa intensa pela vitória na etapa de Richmond terminou com o triunfo de Austin Dillon, que conquistou a vaga nos playoffs e salvou um ano complicado. No entanto, o piloto da Richard Childress Racing (RCR) teve que apelar a manobras de desespero, jogando os carros de Joey Logano e de Denny Hamlin para o muro.
A etapa de Richmond também foi marcada por uma novidade no regulamento da NASCAR. A estreia dos pneus macios, com dois jogos de compostos novos, que poderiam ser utilizados entre os nove conjuntos disponibilizados pela Goodyear. A primeira tentativa com os pneus mais macios ofereceu várias alternativas em termos de estratégias e modificando a dinâmica da corrida.
Assim, a corrida ofereceu alternativas diversas aos pilotos e possibilidades diferenciadas de estratégia. Daniel Suárez foi um dos pilotos mais agressivos na tática, mas acabou não se beneficiando na prática. Já Austin Dillon teve uma tática de economia de combustível e foi beneficiado com a liderança na reta final.
Quando a vitória de Dillon parecia certa, Ricky Stenhouse Jr e Ryan Preece se enroscaram e rodam faltando duas voltas para o fim, provocando a prorrogação e deixando a disputa pela vitória embolada.
Na relargada final, Joey Logano pulou melhor e assumiu a liderança A corrida parecia resolvida, mas Dillon precisava da vitória e estava desesperado, precisando de uma medida extrema para chegar lá.
E foi o que aconteceu na última curva. Primeiro Dillon tocou Logano, que rodou. Denny Hamlin tentou se aproveitar, mas o piloto da RCR voltou para a trajetória e acertou o Toyota número 11, que foi para o muro. A bandeira amarela foi acionada segundos depois, com o Chevrolet Camaro número 3 na liderança.
Após a prova, era evidente a revolta de Logano e de Hamlin, que questionaram principalmente a direção de prova, por não ter nenhuma sanção a Dillon. O prórpio piloto da RCR reconheceu que não ficou feliz por ter feito aquilo, mas explicou que era algo dentro da cultura da NASCAR.
Afinal, o piloto do carro número 3 vinha em uma temporada bem difícil, estando classificado só na 32ª posição antes da etapa de Richmond, e só se classificaria se vencesse uma prova, o que aconteceu neste fim de semana.
A vitória de Dillon também bagunça a classificação para os playoffs. Com três corridas para o fim da temporada regular, há o risco de nenhum piloto se classificar apenas por pontos. Neste momento, são três os que avançam pelos tentos: Martin Truex Jr é o piloto mais tranquilo na pontuação, com 78 pontos de vantagem para zona de corte, embora tenha sofrido um grande prejuízo com um motor quebrado em Richmond.
Já Ty Gibbs, tem uma vantagem de apenas 19 e não pode vacilar na reta final. Neste momento, a última vaga está com Bubba Wallace, que tem três pontos a mais em relação a Chris Buescher e Ross Chastain.
A NASCAR Cup Series volta no próximo domingo, no circuito oval de Michigan.
Top-10 da etapa de Richmond:
1 – Austin Dillon (Richard Childress/Chevrolet)
2 – Denny Hamlin (Joe Gibbs/Toyota)
3 – Tyler Reddick (23Xi/Toyota)
4 – Bubba Wallace (23XI/Toyota)
5 – Ross Chastain (Trackhouse/Chevrolet)
6 – Christopher Bell (Joe Gibbs/Toyota)
7 – Kyle Larson (Hendrick/Chevrolet)
8 – Carson Hocevar (Spire/Chevrolet)
9 – Chase Elliott (Hendrick/Chevrolet)
10 – Daniel Suárez (Trackhouse/Chevrolet)
Classificação da temporada regular após 22 de 26 etapas:
Classificados por vitória: Kyle Larson (4); Christopher Bell, Denny Hamlin e William Byron (3); Ryan Blaney (2); Chase Elliott, Tyler Reddick, Brad Keselowski, Alex Bowman, Joey Logano, Daniel Suárez, Austin Cindric e Austin Dillon (1)
Classificação por pontos: (diferença em relação à zona de corte)
Martin Truex Jr +78
Ty Gibbs +19
Bubba Wallace +3
Chris Buescher -3
Ross Chastain -3
Chase Briscoe -103
Kyle Busch -122
