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Aston Martin retorna ao pódio depois de voltar um pouco atrás com o desenvolvimento do carro

Em um momento da temporada era esperado que a Aston Martin alcançasse a Red Bull, mas o time foi ultrapassado pela McLaren. Depois de um conjunto de atualizações que não funcionou, a equipe precisou dar um passo para trás

A Aston Martin foi a maior decepção da temporada 2023, o time começou o ano emplacando pódios com Fernando Alonso e sem dúvidas empolgou, mas por não manter o ritmo das atualizações eles foram massacrados pela McLaren.

O GP do Brasil marcou o retorno de Fernando Alonso ao pódio depois de ter faturado um segundo lugar no GP da Holanda; além de lidar com dois abandonos nesta rodada tripla que foi formada pelo GP dos Estados Unidos, México e Brasil.

Os problemas de confiabilidade atingiram a Aston Martin no trecho final da temporada. As atualizações não funcionaram como era esperado no carro, a equipe precisou abandonar o assoalho atualizado que acabou causando vários problemas para finalmente obter um pódio diante de um cenário que tinha se complicado.

Depois de abandonos e resultados ruins, Aston Martin retorna ao pódio no Brasil – Foto: reprodução Aston Martin

A performance do time no Brasil certamente chamou a atenção, principalmente com Lance Stroll estando mais perto do companheiro de equipe. Alonso faturou um terceiro lugar em uma disputa épica com Sergio Pérez. Foi interessante ver o piloto espanhol mostrando todas as suas habilidades em Interlagos para não perder a terceira posição para o mexicano.

Alonso conhece muito bem a pista de Interlagos, o piloto fez o adversário cair em sua tática na reta final da prova. No penúltimo giro da corrida Alonso foi ultrapassado por Pérez, aproveitou o momento para recarregar as baterias e se preparar para a última volta, retomando o terceiro lugar. Alonso negociou muito bem os espaços em pista e não deixou uma brecha para ser ultrapassado. Com os sensores posicionados um pouco antes da linha de chegada, Alonso faturou a terceira posição, com apenas 0s053 de diferença para o piloto da Red Bull.

Foi mais uma dessas provas da temporada que Fernando Alonso aplicou todo o seu conhecimento e mostrou o motivo para ser bicampeão mundial. O ano do espanhol poderia ser ainda mais forte e seguro se não fosse o deslize cometido pela Aston Martin.

Depois de habitar o pódio no início da temporada, a Aston Martin sumiu no grid, mas pode faturar mais um pódio na temporada 2023, depois que voltaram atrás no desenvolvimento do carro – Foto: reprodução Aston Martin

Novamente vale ressaltar que Pérez com o melhor carro do grid não entregou a mesma performance que Max Verstappen, mas trouxe um pouco de emoção no final da corrida, depois de uma prova pouco movimentada.

Depois de uma sequência perfeita com seis pódios em oito corridas, Alonso penou para conseguir pontos com a Aston Martin e como mencionado anteriormente, ficou cinco etapas para retornar ao pódio. O resultado do GP do Brasil colabora para o espanhol obter o seu oitavo pódio na temporada 2023.

“Estamos lutando há alguns meses. Mas as duas últimas corridas foram provavelmente bastante dolorosas. Tivemos que experimentar algumas coisas no carro para realmente entender a direção que estávamos tomando e temos que seguir para o arro do próximo ano também. Essas corridas foram dolorosas, especialmente no México. Fomos muito lentos como equipe”, afirmou Alonso ao final do GP de São Paulo.

Durante as últimas duas provas, a Aston Martin tentou configurações diferentes para obter algum resultado e tentar extrair um ritmo melhor do carro. Após compreender um pouco mais sobre o equipamento, ficou mais claro a questão do desenvolvimento, além da direção que precisam seguir para a afinação do carro.

O resultado de Stroll foi bem positivo, o canadense obteve a terceira posição na classificação realizada na sexta-feira. Infelizmente tanto Stroll como Alonso não conseguiram se afirmar na largada, já que tiveram uma saída bem ruim. A prova principal contou com uma bandeira vermelha, possibilitando um novo começo, além da tentativa de buscar um resultado melhor. Stroll conseguiu faturar o quinto lugar, terminando à frente de Carlos Sainz com a Ferrari, além de Pierre Gasly (Alpine) e Lewis Hamilton (Mercedes).

No GP do Brasil, a Aston Martin faturou 25 pontos, melhor do que os resultados obtidos na Itália, Singapura, Japão, Catar e México – com essas rodadas a equipe conseguiu apenas 21 pontos. Depois de resultados tenebrosos, Lance Stroll salvou alguns pontos para a Aston Martin com o sétimo lugar no México, depois do abandono duplo nos Estados Unidos.

O time se aproveitou de uma queda da Ferrari e da Mercedes nesta prova, mas também foi importante encontrar um bom ritmo para conseguir o resultado. Charles Leclerc abandonou a prova ainda na volta de formação, enquanto outros acidentes aconteceram após a largada. A Aston Martin não foi pareô para a McLaren, mas realizou o seu trabalho, talvez superando até o mesmo o que era esperado para o time. Após os resultados ruins, poucos ainda se empolgavam com o que o time poderia oferecer nas últimas provas.

A classificação do GP de São Paulo foi bem próxima, mas conforme a corrida evoluía, os carros tomaram distância um dos outros. As duas paradas para concluir a prova também colaboraram para distanciar os adversários, mas tanto Alonso como Stroll estiveram participando de batalhas ao longo da prova. Só o fato de Sergio Pérez passar cerca de 42 voltas atrás de Alonso diretamente, em uma prova com 71 giros é bem significativo.

Restam apenas duas provas para o calendário de 2023 ser concluído e a Aston Martin vai utilizar esse período para coletar mais dados e ir em busca de um desenvolvimento mais favorável do projeto para a próxima temporada. Após o GP de São Paulo, o time está confiante para disputar as últimas provas.

O time avaliou e preparar diversas peças, desta forma eles estão tentando ver como cada uma delas se porta no carro, trabalhando com aquelas que ofereceram um melhor resultado quando avaliadas. Infelizmente, nem sempre os dados do CFD correspondem ao que é colocado em prática. A equipe tentou forçar algo diferente no assoalho em Austin, mas não funcionou e esse foi um motivo para retroceder, ainda é uma parte que o time está buscando uma melhor compreensão.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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