Os times concordaram com a implementação de um teto orçamentário em outubro de 2019, ele tem como objetivo controlar os custos dos times e tentar realizar uma aproximação entre as equipes. Atualmente ele está na casa de US$145 milhões, com novas reduções aprovadas até 2025. No entanto, ele será baseado no número de provas do campeonato, na época em que foi aprovado a Fórmula 1 trabalhou com 21 etapas, já em 2021 as equipes vão enfrentar 23 corridas, desta forma ele fecha em US$ 147,4 milhões.
Com a busca por aproximar os times, é necessário ‘reduzir dos maiores’ e poder viabilizar o trabalho das equipes menores. A curiosidade está em como a Mercedes vai trabalhar dentro destas novas regras orçamentárias. Em vídeo divulgado pela Mercedes, James Allison, diretor técnico da Mercedes explica como o time estava trabalhando nos últimos anos e como pretendem lidar com as novas regras.
“Provavelmente, a maior arma que temos para atacar esses novos regulamentos financeiros de uma boa maneira, seria lançar um carro que seja rápido desde o início, porque um carro que é rápido desde o início vai ser mais barato para se manter rápido durante toda a temporada”, afirma Allison.
“Então, vamos esperar que tenhamos colocado desempenho suficiente no carro no início do ano, para permitir que nossos planos se desdobrem de uma forma que seja possível operar em um alto nível sob esta nova restrição, onde estamos lutando exatamente com o mesmas armas que todo mundo.”
Para a temporada 2021, o regulamento sofreu algumas alterações, as equipes precisaram lidar com os carros de 2020, realizando mudanças e adaptações para este ano, não era um ‘’papel em branco’’. O conjunto de mudanças aerodinâmicas é para reduzir o downforce. O assoalho do carro foi modificado, arranjos no duto de freio foram necessários, além de outros ajustes pontuais, mas outras peças como câmbio e chassi puderam ser reaproveitadas. Allison acredita que a Mercedes está atenta as adaptações: “Muito de nosso foco nas últimas semanas e meses tem tentado entender qual é o efeito dessas mudanças nos principais campos de fluxo ao redor do carro e como tentar recuperar o desempenho que é perdido quando você adota esses novos regulamentos pela primeira vez”, diz Allison.
Este é o dilema já explicado pela McLaren com o nascimento do MCL35M, a equipe conseguiu um bom carro em 2020, precisou realizar mudanças no modelo de 2021 para receber o motor Mercedes, e os engenheiros da equipe de Woking estavam quebrando a cabeça com o desenvolvimento. O segredo de uma boa construção é seguir avançando no desenvolvimento, gerindo as atualizações e não ficando preso ao passado. O tempo na Fórmula 1 avança muito rápido.
Outra jogada da Mercedes para este momento é otimizar cada parte no W12, tornando mais barato construí-lo: “Esta abordagem significa descobrir como podemos fazer com que os componentes do nosso carro durem mais, como construí-los de forma mais barata e como garantir e manter o mesmo tipo de desempenho que tínhamos anteriormente, apesar do fato de que nosso orçamento geral reduziu”, explicou.
“É um grande desafio e construir apenas parte do carro. Em seguida, temos que operar o carro, desenvolver o carro, temos que fazer toda a temporada com todas as incertezas que enfrentamos em termos de quantas vezes ele pode falhar, ou quão confiáveis são os componentes e, em seguida, precisamos de recursos para consertar isso”, completa Allison.
Por conta da pandemia, o funcionamento das equipes mudou, a Mercedes tinha muito espaço na fábrica, pode se reorganizar para continuar trabalhando, mas sempre esteve pensando na segurança das pessoas que estão envolvidas com o projeto.
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