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Dia produtivo marca o encerramento da pré-temporada no Bahrein. Leclerc lidera

Concentrados em trabalhar com os ajustes dos carros, terceiro e último dia de atividades foi bem movimentado no Bahrein

O último dia de testes de pré-temporada chegou ao final. Tivemos um dia bem movimentado, especialmente pela pista ficar liberada por mais de 7 horas, após o problema enfrentado logo no começo da sessão.

Pelo segundo dia consecutivo uma grelha usada para o escoamento d’água da curva 11 se soltou, desta forma a pista passou por mais reparos, antes que os competidores retornassem ao traçado. Com o circuito liberado, as análises continuaram, grande parte dos times definiu o dia para trabalhar com diferentes ajustes nos carros e explorar melhores configurações para os equipamentos.

A realidade é que o cronograma estava bem cheio, desta forma pela maior parte do tempo, existia algum piloto no traçado realizando os seus testes. Boa parte da atividade foi voltada para análise dos pneus médios e duros, mas os compostos macios começaram a ganhar destaque nos últimos 20 minutos do dia, de forma bem discreta.

Obviamente o que mais chama a atenção nesta pré-temporada é a confiabilidade do carro e a falta de paralisações provocadas por carros que quebram na pista ou por batidas. Tirando os problemas que ocorreram com o traçado, as sessões foram bem produtivas com as equipes contando com a pista livre para as suas verificações. E neste período de congelamento dos motores e do trabalho que já foi realizado, é realmente significativo ver que as unidades de potência estão bem melhores, mesmo com a evolução dos carros.

Charles terminou o dia na liderança com a marca de 1m30s322, o monegasco foi seguido na tabela de tempos por George Russell (1m30s368) e Zhou Guanyu (1m30s647). Completando o top-5 ainda estavam Max Verstappen (1m30s755) e Yuki Tsunoda (1m30s984).

Em termos de voltas completadas, Alexander Albon ficou o dia todo à frente do equipamento da Williams, o piloto chegou à marca de 121 volas. Nico Hülkenberg deu a sua contribuição para a Haas com a marca de 89 voltas, enquanto Zhou Guanyu completou 85 giros e Kevin Magnussen 80.

A Fórmula 1 retorna na próxima semana para a realização da primeira prova do ano.

Manhã

Nesta manhã novos problemas surgiram na pista que demandaram a realização de reparos no traçado. Novamente uma grelha usada para o escoamento d’água do circuito se soltou com a passagem do carro de Sergio Pérez.

A curva 11 foi reparada, mas com isso a atividade precisou ser paralisada. Com a pista liberada mais uma vez, os times tiveram pela frente pouco mais de 7 horas para a realização dos testes. A direção de prova optou por remover a pausa após quatro horas de sessão, deixando o cronômetro correr direto até às 19h local ou 13h pelo horário de Brasília.

No momento que a atividade foi interrompida, Carlos Sainz era o líder da tabela de tempos após completar 4 voltas no traçado com os pneus médios.

Com a pista liberada as equipes não perderam tempo para realizar a liberação dos seus pilotos. Nesta manhã estiveram na pista: Carlos Sainz, Sergio Pérez, Lewis Hamilton, Lance Stroll, Lando Norris, Alexander Albon, Kevin Magnussen, Valtteri Bottas, Esteban Ocon e Daniel Ricciardo.

Hamilton já tinha experimentado os pneus C5 e tinha obtido a sua melhor volta até o momento com este composto – com a marca de 1m31s999, o inglês era o terceiro colocado na tabela de tempos, logo atrás de Sainz e Pérez.

A Williams realizou testes com o flow-vis espalhado em parte do carro para a verificação do equipamento. Alexander Albon estava brigando com o carro na pista em vários pontos do traçado, lidando com o understeers, algo que dificultava muito guiar o carro.

O novo equipamento do time de Grove gerou muitas expectativas, principalmente após o trabalho realizado no último ano pela equipe, mas os testes de pré-temporada indicam que esse pode ser um começo de ano complicado para a Williams, principalmente se os pilotos não conseguirem extrair o máximo do equipamento, pois estão brigando com ele.

A Red Bull realizou testes aerodinâmicos no difusor, com o flow-vis espalhado nesta peça. Uma variedade de sensores e aparatos foram usados para identificar o comportamento do ar no carro.

Nesta manhã os pilotos também trabalharam a simulação de corrida e stints mais longos, os pneus médios eram os mais populares para as verificações, mas os compostos duros também apareciam na pista. Daniel Ricciardo chegou à marca de 24 voltas com um jogo de pneus duros instalados.

Os ventos intensos no circuito também colaboraram para dificultar a pilotagem dos competidores. As rajadas mudavam de direção e eram uma preocupação ao longo da sessão.

Restando cerca de 5h40m para o encerramento da atividade, Kevin Magnussen tinha completado 58 voltas, enquanto Sainz tinha 50 giros pelo traçado. Nem todos os competidores estavam com uma quilometragem. Norris contava com apenas 20 voltas em seu nome.

Ricciardo que já tinha conduzido uma simulação de corrida para a RB, retornou ao traçado com novos pneus duros instalados e parte da lateral direita do seu equipamento com flow-vis para as avaliações aerodinâmicas.

As avaliações eram conduzidas, Párez retornou ao traçado usando o flow-vis na parte traseira do carro. No carro do piloto mexicano estavam instalados um novo jogo de pneus médios. Restavam apenas treze minutos para duas horas e 20 de atividade e o mexicano já tinha ultrapassado a marca de 42 voltas.

Restando cerca de 4h50 de atividade, a pista ficou vazia, com os times trabalhando intensamente nos boxes para preparar o próximo grupo de pilotos para o traçado.

Sainz liderava a atividade com a marca de 1m31s247 usando os pneus C3.

Antes de entregar o carro para Charles Leclerc, Sainz completou mais 10 voltas com um pneu médio usado instalado em seu carro, além do flow-vis estar espalhado na lateral esquerda do equipamento, com o time realizando uma avaliação do comportamento da asa dianteira.

Tarde

Após a McLaren identificar um problema no câmbio, Lando Norris perdeu boa parte da ação em pista pela manhã. O piloto completou apenas 20 voltas antes de passar o carro para Oscar Piastri. Foi exatamente o australiano o primeiro a invadir a pista na sessão vespertina.

O britânico encerrou a sua participação nos testes de pré-temporada completando 145 voltas. Após o tempo perdido pela manhã, a McLaren iniciou a coleta com Piastri investindo no uso dos pneus duros, que concluiu 17 voltas com o C1 antes de retornar aos boxes. O piloto também contribuiu para a realização de mais testes aerodinâmicos.

A Williams foi a única equipe que programou um dia completo sem troca de pilotos, portanto, Alexander Albon ficou com o carro apenas para ele nesta sexta-feira. Participaram da sessão vespertina: Oscar Piastri, Fernando Alonso, Alexander Albon, Nico Hülkenberg, Yuki Tsunoda, George Russell, Max Verstappen, Pierre Gasly, Charles Leclerc e Zhou Guanyu.

A Aston Martin tinha definido um cronograma um baixo combustível para a sexta-feira que seria conduzido por Fernando Alonso. O time ainda tinha algumas coisas para analisar. No entanto, na pista era possível observar Fernando Alonso lutando com o carro e até derrapando em uma curva. Enquanto tentava se acertar com o equipamento, Alonso passou a escalar a tabela de tempos e melhorar as suas marcas.

Basicamente todas as equipes trabalharam na compreensão aerodinâmica nos dois primeiros dias de trabalho em pista, enquanto a sexta-feira foi reservada para alisar diferentes ajustes para os carros.

Uma novidade foi a presença da Alpine com um pouco mais de pintura nesta sexta-feira. Melhorou a identificação do carro na pista e eles também conseguiram dar mais destaque aos patrocinadores.

Restando duas horas para o final, Charles Leclerc liderava depois de anotar 1m30s322 com os pneus C5 – composto mais macio da gama da Pirelli. Os dez primeiros eram: Leclerc, Verstappen, Piastri, Alonso, Sainz, Pérez, Hülkenberg, Hamilton, Stroll e Norris.

Em saldo de voltas, Alexander Albon atingiu as 88 voltas com o carro da Williams. Leclerc mesmo liderando tinha apenas 24 voltas em seu nome.

O teste “decisivo” basicamente começou no entardecer, quando os times experimentaram a pista com condições mais próxima do que vão enfrentar na próxima semana, dando mais realidade para a coleta de dados e a possibilidade de até mesmo arriscar algumas voltas rápidas.

Com Albon, a Williams voltou a trabalhar stints longos de cerca de 17 voltas, o tailandês experimentou um conjunto de pneus duros e médios novos para realizar as suas análises. Por não ter compartilhado o carro hoje, Albon atingiu a marca das 100 voltas quando a noite já tinha caído no Bahrein.

Russell e Leclerc protagonizaram um duelo na pista, quando restavam apenas 1h15m para o encerramento da sessão. Essa proximidade por quase uma volta completa colabora para as equipes compreenderem o comportamento dos carros próximos de outros equipamentos, identificar a ação da turbulência e até mesmo o desgaste dos compostos. Eles passaram pouco mais de uma volta mantendo o contato visual, após Russell ultrapassar o monegasco.

Pouco depois Pierre Gasly sofreu um dano no carro, naquela proteção do pneu que fica na parte frontal do carro. O piloto precisou retornar para os boxes, com a equipe buscando uma forma de reparar o problema. Além de um pedaço do carro da Alpine ficar solto pelo traçado.

Na última meia hora, Yuki Tsunoda experimentou os pneus macios, assim como Alexander Albon. Os dois pilotos melhoraram as suas marcas, o japonês ficou com a terceira posição, registrando 1m30s870, enquanto o tailandês era o quinto colocado na tabela de tempos, com a marca de 1m30s984.

Com alguns conjuntos novos de pneus disponíveis, outros competidores tiveram a oportunidade de andar com os pneus médios ou duros novos. As voltas rápidas aparentavam não ser uma prioridade para alguns pilotos, pois à exemplo de Leclerc, Piastri e Alonso, os pilotos ainda investiram na realização de um stint mais longo.

Com apenas 20 minutos de sessão pela frente, George Russell foi liberado para a pista com um conjunto de pneus macios novos. Zhou também teve a oportunidade de experimentar um dos compostos de faixa vermelha. O piloto da Sauber superou a marca de Verstappen, se encaixando na terceira posição ao registrar 1m30s647, logo atrás de Russell que anotou 1m30s368 com o pneu C4.

O plano de algumas equipes era até aproveitar para realizar alguma volta rápida no traçado, ainda que os tempos fossem altos, mas a direção de prova passou a testar o virtual Safety Car, Safety Car e bandeira vermelha, reduzindo a ação na pista. Também avaliaram o sistema de inicio de uma corrida.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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