Em uma corrida bastante disputada e cheia de alternativas, a experiência e a melhor estratégia do quarteto da Wayne Taylor Racing fizeram a diferença para o Acura número 10 cruzar a linha de chegada na frente na 59ª edição das 24 Horas de Daytona.
Da quadra vencedora, o americano Ricky Taylor e o português Filipe Albuquerque conquistaram a prova pela segunda vez, enquanto o brasileiro Hélio Castroneves e o estadunidense Alexander Rossi celebraram seu primeiro triunfo na tradicional disputa, incluindo mais um troféu importante em suas coleções, já que ambos são vencedores de 500 Milhas de Indianápolis.
A conquista foi bastante celebrada entre os pilotos da escuderia de Wayne Taylor, que reformulou o time para 2021, trocando a Cadillac pela Acura e trazendo integrantes da Penske, que foram campeões da IMSA, além da presença do experiente português.
Albuquerque destacou que o fato dos pilotos da equipe já se conhecer foi importante para a melhor adaptação às mudanças, e salientou que a facilidade da língua em conversar com Hélio foi um fator a mais que contribuiu com o compartilhamento de informações sobre os ajustes do carro para este ano.
Por sua vez, Hélio agradeceu a todos na equipe pelo trabalho duro e enalteceu a dedicação da equipe: “Foi uma emoção muito grande. Todos aqui apresentaram um trabalho impressionante na prova e, sem dúvida foi um dia muito especial!”, comentou.
A corrida na DPi
A vitória foi suada, já que os carros da classe DPi estavam em um nível muito próximo por boa parte da prova e a liderança mudou de mãos bastante, conforme as estratégias eram postas à mesa.
Há de se ressaltar também o baixo número de problemas mecânicos, com apenas 11 abandonos entre os 49 inscritos em todas as divisões. Dos sete inscritos na divisão principal, apenas um não terminou a prova e outro teve problemas mais sérios.
O carro que teve mais problemas foi justamente o Cadillac número 31 da Action Express, dos brasileiros Felipe Nasr e Pipo Derani, além do inglês Mike Conway e do americano Chase Elliott, que largou na pole e era um dos carros mais rápidos, mas sofreu com um problema de câmbio na segunda metade da prova e perdeu mais de 20 voltas nos boxes, ficando fora da briga pela vitória.
A contenda teve várias mudanças de posições, à medida em que as bandeiras amarelas surgiam, com cada equipe fazendo sua aposta para a parte final. Faltando cerca de meia hora para o fim, o Acura número 10, com Filipe Albuquerque ao volante, assumiu a ponta, com uma tática de uma sequência mais longa na pista.
Um oponente que surgiu com força foi o Cadillac número 01 da Chip Ganassi, com Kevin Magnussen, Scott Dixon e o holandês Renger van der Zande vindo mais rápido na parte final. O neerlandês vinha tirando a diferença do português, chegando a ficar na cola por algumas voltas. Mas faltando sete minutos para o fim, o pneu do Cadillac furou e forçou à parada nos boxes, tirando a Ganassi da disputa e deixando o caminho livre para a vitória da Wayne Taylor Racing.
No segundo lugar, veio o Cadillac número 48 da Action Express, com o heptacampeão da NASCAR Jimmie Johnson, o francês Simon Pagenaud, o alemão Mike Rockenfeller e o japonês Kamui Kobayashi, que foi um dos grandes nomes da corrida.
Koba-san foi um dos nomes que mais apareceu, nas disputas por posição, com manobras ousadas e com um ritmo muito rápido. Faltando cinco minutos para o fim, o nipônico deixou para trás o Mazda número 55 para garantir o segundo posto na classificação. Assim, o carro da marca japonesa terminou em terceiro tendo a bordo o trio Harry Tincknell, Oliver Jarvis e Jonathan Bomarito.
Nas outras classes
Pela LMP2, a vitória ficou com o Oreca número 18 da Era Motorsport, com os britânicos Ryan Dalziel e Kyle Tilley, em conjunto com estadunidense Dwight Merriman e o francês Paul-Loup Chatin.
Na divisão LMP3 (que fez sua estreia nesta corrida), muitos problemas com vários competidores, dada a novidade de regulamento, com a melhor equipe sendo a Riley Motorsports, com os americanos Spencer Pigot, Oliver Askew e Gar Robinson, além do australiano Scott Andrews, vencendo a bordo de um Ligier.
Nos GT Le Mans, a Corvette levou a melhor fazendo a dobradinha, tendo o carro 3 como vencedor, com Jordan Taylor (irmão de Ricky, um dos vencedores da DPi), o neerlandês Nicky Catsburg e o espanhol Antonio Garcia como vencedores.
Chevrolet spokesman says GTLM winning team driver Antonio Garcia tested positive for COVID in preparation to leave the country and was pulled from competition once they found out. It says IMSA allowed them to finish the race: pic.twitter.com/F3w4ev1Amd
— Bob Pockrass (@bobpockrass) January 31, 2021
Inclusive um susto com a equipe vencedora: Garcia foi tirado da corrida ainda no começo depois que um teste de PCR identificou que o piloto estava com Covid-19. O espanhol foi isolado e o caso foi contactado à direção da IMSA, que decidiu por deixar a equipe correndo após avaliar as condições sanitárias, com o time se comprometendo a seguir os protocolos entre os membros que entraram em contato com os participantes.
Representante brasileiro na divisão, Augusto Farfus terminou em terceiro com o BMW número 24, na companhia do alemão Marco Wittmann, do americano John Edwards e do finlandês Jesse Krohn.
Já a classe GT Daytona teve um deja vu para fãs da Fórmula 1: afinal foi uma dobradinha de carros Mercedes, com a vitória do carro 57 da Winward Racing, com o alemão Maro Engel, o americano Russell Ward, o tcheco Phillip Ellis e o neerlandês Indy Dontje.
Os brasileiros que competiram na classe não tiveram muita sorte: Daniel Serra, com a Ferrari da AF Corse número 21 teve vários problemas ao longo da prova, e sua equipe terminou em oitavo na divisão e 29º geral. Já a Ferrari da Scuderia Corsa número 63, que teve Marcos Gomes como um dos tripulantes, acabou abandonando faltando duas horas para o fim.
Classificação final das 24 Horas de Daytona 2020
A próxima etapa da IMSA Weathertech Sportcars será dos dias 17 a 20 de março, com as tradicionais 12 Horas de Sebring.