A Fórmula 1 passou pelo Brasil neste fim de semana, disputando um evento Sprint. Como sempre, a pista de Interlagos entregou entretenimento, por conta de suas características e clima. Lando Norris dominou o evento, faturando duas poles e conseguindo converter elas em vitórias.
Antes do início das atividades, a expectativa rodava em torno de um evento marcado pela chuva. As autoridades anunciaram na sexta-feira, que o sábado reservava muita chuva e ventos fortes, por conta de um ciclone. As equipes aproveitaram a sexta-feira para fazer a coleta de dados e preparar os carros para um cenário que poderia até mesmo dificultar o andamento das sessões.
SPRINT
Para ter pista livre e controle do S do Senna, Norris conseguiu colocar o seu carro na posição de honra na sexta-feira. No sábado, quando a Sprint aconteceu, o asfalto estava úmido, mas as equipes com expectativa de que a pista secaria no decorrer da prova, enviaram todos os seus pilotos equipados por pneus de pista seca.
O grid se dividiu entre o uso dos pneus médios e macios, para atestar a durabilidade e também se planejar para a corrida do domingo. O que chamou a atenção foi que do lado direito do grid, incluindo o pole – todos optaram por pneus médios na largada, enquanto o lado esquerdo do grid foi de macios – no total, 14 deles estavam com os pneus de faixa vermelha e 6 com os de faixa amarela. A corrida foi apoiada em 24 voltas, em um circuito com 25 °C de temperatura na pista.

A corrida mudou por conta de uma bandeira vermelha que se fez necessária. Na curva 2, após tocar na zebra, Oscar Piastri saiu da pista, mas o australiano não foi o único, Franco Colapinto e Nico Hülkenberg também fizeram as honras, causando a interrupção da prova para a remoção dos carros e reparos na barreira.
Norris que estava na liderança, optou por trocar os pneus e partiu para os macios, enquanto a dupla da Mercedes fez o aposto e instalaram os médios. Pelas voltas seguintes, tivemos um duelo onde Kimi Antonelli fez a aproximação em Lando e tentava buscar a vitória.
A prova Sprint terminou sob bandeira amarela, após o forte acidente de Gabriel Bortoleto, da Sauber, com Norris consolidando a sua segunda vitória em Sprint (depois de Miami), para ampliar a sua vantagem no campeonato, depois do abandono de Piastri.
CORRIDA PRINCIPAL
A garoa fez parte de toda a manhã no autódromo, deixando o dia nublado e aumentando novamente a expectativa de chuva para o horário da corrida.
As condições que envolveram o domingo, conseguiram ampliar a variedade estratégia para a corrida, com os três compostos conseguindo ser inserido nas escolhas.
Norris emplacou a sua segunda vitória consecutiva, encerrando o fim de semana perfeito do GP de São Paulo. O piloto conseguiu ampliar sua vantagem sob Oscar Piastri, com 24 pontos separando-os até Las Vegas.
Para o piloto da McLaren, a corrida foi sustentada em uma estratégia de duas paradas, largando com os pneus médios até o giro 30, depois mais 20 voltas com os pneus macios, antes de recorrer a outro jogo de médios para o final da prova.
As paradas dos pilotos foram boas, após uma sequência de corridas com problemas no pit-stop. Oscar Piastri também trabalhou com uma estratégia de pneus médios-macio-médios, no entanto, viu suas chances de pódio ruírem após receber 10 segundos de penalidade pelo toque que provocou o Safety Car Virtual.

Andrea Kimi Antonelli também recorreu à estratégia de duas paradas, mas no caso do piloto italiano, a Mercedes apostou em um pouco mais de aderência para o começo da corrida e deu ao competidor os pneus macios. Antonelli parou na 21ª volta, instalando um conjunto de médios novos, para fazer a próxima substituição apenas na volta 47 – para um conjunto de pneus médios usados.
A Red Bull, depois de ver Max Verstappen se arrastar na classificação e ser eliminado no Q1, apostou em uma mudança drástica na configuração do RB21 e deu um equipamento zerado para o neerlandês fazer uma baita corrida de recuperação. O público aplaudiu as ultrapassagens que Verstappen fez volta por volta.
No caso de Max, ele largou com os pneus duros, mas um furo levou o competidor aos boxes mais cedo, por conta dos detritos na pista. Depois desse infortúnio, os pneus médios foram usados no primeiro stint da volta 07 até a 34 – outro conjunto de pneus médios foi adotado da volta 34 até a 54, além de Verstappen contar com pneus macios para o final da corrida.
Com o jogo de macios, o competidor pressionou Antonelli, tentando obter a segunda colocação, mas o excelente trabalho de defesa de posição, rendeu ao italiano o segundo lugar, enquanto Verstappen cruzou a linha de chegada em terceiro – indo ao pódio, em uma prova que Piastri ficou apenas na 5ª colocação – por conta de uma penalidade.
No final das 71 voltas, Verstappen cruzou a apenas 10 segundos de Norris, coroando uma das melhores atuações de recuperação da temporada. Entre os destaques estratégicos, Liam Lawson (Racing Bulls) e Nico Hülkenberg (Sauber) marcaram pontos importantes apostando em apenas uma parada, num domingo em que sete variações diferentes de estratégia foram utilizadas pelos 17 pilotos que completaram a prova.
As condições frias e instáveis tornaram o gerenciamento de pneus um dos pontos-chave da prova. A garoa leve antes da largada e as temperaturas baixas — que não passaram de 29 °C — desafiaram pilotos e engenheiros a buscarem o equilíbrio ideal entre ritmo e durabilidade.
Com os três compostos de pneus em uso no grid, Antonelli apostou nos macios para tentar superar Norris, que partiu da pole com médios. No entanto, a entrada precoce do Safety Car após um incidente na primeira volta, seguida por um Safety Car Virtual, esfriou as disputas e reduziu o desgaste dos pneus nos estágios iniciais.
“Interlagos sempre reserva surpresas e proporciona corridas fantásticas. No ano passado, foi a chuva que adicionou um elemento variável ao espetáculo; este ano vimos uma grande variedade de estratégias de corrida que, combinadas com as características únicas desta pista, incentivaram ainda mais ultrapassagens do que o normal”, comentou Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli.
“Foi impressionante ver Max Verstappen largando dos boxes e subindo ao pódio; o atual campeão mundial nunca deixa de nos surpreender. Parabéns também ao jovem Kimi Antonelli, que conseguiu defender bravamente o segundo lugar, e claro, a Lando Norris, que conquistou uma grande vitória largando da pole-position.”
“Como previsto, os pneus macios e médios foram os preferidos, e a estratégia de duas paradas foi a mais comum. Os níveis de degradação dos pneus, combinados com algumas paradas antecipadas para aproveitar os períodos de neutralização no início da corrida, provavelmente influenciaram a escolha das equipes, dando ênfase aos dois compostos mais macios.”
“O pneu duro não fez muita diferença, já que tendia a deslizar bastante numa superfície que tinha sido “reconfigurada” pela chuva da manhã. As janelas de pit-stop eram diferentes para cada piloto, criando diferenças de desempenho que ajudaram nas ultrapassagens e, como resultado, nos proporcionaram um ótimo espetáculo.”
“Os dois únicos pilotos que terminaram o Grande Prêmio com apenas uma parada obviamente tiveram que exigir mais dos pneus do que os outros, que apresentaram níveis de desgaste e granulação menores do que ontem. Mesmo assim, Liam Lawson e Nico Hulkenberg mostraram hoje que uma estratégia de uma parada também é perfeitamente válida. E já faz muito tempo que não víamos uma variedade tão grande de estratégias usando diferentes compostos, de uma a três paradas, resultando em pontos no final de uma corrida em pista seca.”
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