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Ultrapassagem na primeira volta e o trabalho estratégico que pautou o GP da Emilia-Romagna

Passadão de Verstappen no início da prova, tira McLaren do rumo, defindindo o restante da prova

O GP da Emilia-Romagna foi vencido por Max Verstappen, o piloto neerlandês sobrou ao realizar a ultrapassagem em Oscar Piastri pouco depois da largada.

O fato de contar com a pista livre e abrir uma boa distância para os adversários, contribuiu para Verstappen fazer uma corrida tranquila. Nem mesmo a presença do Safety Car real em pista, abalou o seu ritmo.

A equipe austríaca também teve uma leitura muito melhor da prova, evitando parar Verstappen quando a McLaren esperava que o time reagiria a sua movimentação. Isso salvou a corrida de Max, que não precisou passar pelo mesmo que Oscar Piastri no trânsito.

A corrida de Piastri em Ímola começou promissora com a conquista da pole position, mas logo perdeu força após uma freada antecipada na Tamburello, que abriu espaço para o neerlandês assumir a liderança ainda na primeira volta. O erro custou caro, e embora houvesse expectativa de que o ritmo da McLaren pudesse colocá-lo de volta na disputa pela ponta, o domínio de Max e a estratégia da Red Bull frustraram os planos da equipe britânica.

O australiano até tentou um undercut com uma parada precoce, mas acabou preso no tráfego, o que comprometeu seu desempenho naquele trecho da prova.

O cenário se complicou ainda mais com a entrada do Safety Car, que favoreceu os adversários em termos estratégicos. Enquanto Lando Norris conseguiu alinhar sua estratégia com a de Verstappen, Piastri ficou preso em uma janela menos vantajosa e precisou permanecer com os pneus duros, já desgastados.

Estratégias trabalhadas no GP da Emilia-Romagna – Foto: reprodução Pirelli

Na relargada, com menos aderência, até tentou, mas não conseguiu segurar Norris na disputa interna da equipe e acabou caindo para o terceiro lugar. Apesar da performance sólida, a corrida do australiano foi marcada por decisões estratégicas que o deixaram sem recursos para brigar efetivamente pela vitória no final.

A expectativa iniciar era que a corrida seria pautada na estratégia de apenas uma parada, no entanto, vários competidores pararam muito cedo, como foi o caso de Pierre Gasly, Charles Leclerc, Liam Lawson, para substituir os pneus médios pelos compostos duros. Foi nessa leva, que George Russell e Carlos Sainz se meteram e assim levam Oscar Piastri e a McLaren, que achavam que esse era o caminho.

O trânsito intimidou a Red Bull a parar com Max Verstappen, dessa forma foi necessário a McLaren marcar o competidor com Lando Norris. Como existiam vários pilotos com pneus médios na pista (incluindo aqueles que começaram a corrida com esse composto), se tornou inviável parar nas primeiras voltas.

Norris teve azar, pois substituiu os compostos no giro 28, na busca por fazer um undercut em Verstappen ou ficar mais próximo do adversário quando ele fosse devolvido para a pista – mas no giro seguinte o Virtual Safety Car pintou na pista, favorecendo a troca de Max.

O Virtual Safety Car surgiu no momento que Esteban Ocon abandonava a corrida, permitindo que vários pilotos fizessem a substituição de pneus, isso incluiu Lewis Hamilton e Yuki Tsunoda que largaram com os pneus duros. Hamilton ganhou uma sobrevida na corrida, para disputar uma posição melhor e marcar pontos.

Para alguns competidores, como foi o caso de Leclerc, Russell, Sainz e Alonso, o Virtual Safety Car representou a oportunidade de fazer uma segunda troca de pneus, com a prova neutralizada. No entanto, não era possível prever que um Safety Car mais adiante colocaria as suas escolhas em xeque.

Piastri e Leclerc foram o caso de competidores que ficaram sem pneus duros ou médios para fazer uma nova troca quando o Safety Car pintou em pista. Tanto a McLaren quanto a Ferrari optaram por não arriscar usando pneus macios nessa trajetória final da corrida. Os times achavam que a situação de pista se resolveria rapidamente, mas o trabalho dos fiscais demorou e foi pouco eficiente, deixando apenas nove voltas de pista livre para que os pilotos tentassem alguma coisa.

Pneus disponíveis para cada um dos pilotos no GP da Emilia-Romagna – Foto: Reprodução Pirelli

Essas reviravoltas da prova frustraram não apenas Leclerc, como a dupla da Aston Martin – que no início da corrida até disputavam a zona de pontuação. A classificação do time foi bem efetiva e, caso a corrida seguisse a cartilha esperada, eles conseguiriam alguns pontos, mas as neutralizações prejudicaram o time – assim como as paradas muito cedo.

Esse foi o primeiro evento que a Pirelli levou o pneu C6 (macio), mas o composto apareceu apenas na classificação. Os times não tiveram coragem de incorporar esse pneu nas estratégias da corrida, embora ele tenha performado muito próximo do pneu médio – deste evento. A pista de Ímola não é tão abrasiva, dessa forma, algumas equipes ainda tentariam fazer apenas uma parada – como a Red Bull com Verstappen e a McLaren com Norris – pelo cenário que a corrida se desenhava.

A intensão da Pirelli de levar o pneu C6, nem era focado em uma alteração das estratégias da corrida, permitindo que as equipes tivessem mais um composto para contar. As circunstâncias da corrida abriram margem para uma segunda troca de pneus.

Como o esperado, os pneus médios e duros sustentaram a corrida. Para a largada, cinco pilotos começaram a prova com os pneus duros, foram eles: Hamilton, Tsunoda, Antonelli, Bearman e Hülkenberg. O restante do grid usou os médios, para garantir mais aderência.

Ao todo, os pneus duros completaram 812 voltas, enquanto os médios foram os responsáveis por 393 das voltas. O trecho mais longo percorrido com um pneu médio ou duro, foi de 34 voltas – Russell, Alonso, Gasly, Leclerc, Lawson e Sainz com o C4, enquanto Tsunoda e Hülkenberg fizeram com o C5.

Performance dos pneus ao longo do GP da Emilia-Romagna – Foto: reprodução Pirelli

Apensa Tsunoda e Hülk fizeram a corrida com uma parada, no caso do japonês a escolha funcionou, pois ele faturou o décimo lugar depois de começar dos boxes. Tsunoda bateu forte no Q1, fazendo com que a Red Bull precisasse reconstruir o seu carro, dessa forma o competidor enfrentou uma corrida de recuperação.

O alemão da Sauber flertou com o top-10, em um duelo que durou muitas voltas, mas Hülk foi rendido por Tsunoda.

Gabriel Bortoleto fez três trocas de pneus, em uma corrida pautada por problemas desde o início.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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