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Teto de gastos da Stock Series busca criar desafio contábil e não esportivo

"Filosofia da F1" se espelhar em uma filosofia que já fracassou no primeiro ano é triste e sem perspectiva de um futuro prospero para a categoria.

Nem só de talento se faz um piloto de automobilismo. Em 1979 a Stock Car, categoria mãe da Stock Serie, trazia uma das melhores gama de pilotos do Brasil, pilotos que tiveram experiências em diversas categorias nacionais e internacionais, todos letrados em conquistas e derrotas nos mais selvagens circuitos nacionais; todos talentosos sem dúvida alguma, porém, a concorrência era filtrada pelo mais sincero dos filtros, o talento fino ao volante.

Mais de 40 anos depois a Stock Car vê a sua renovação pautada por pilotos que retornam ao país depois de uma jornada internacional, os que são de casa, por sua vez tiveram os maiores desafios de suas carreiras fora dos carros – uma busca selvagem e diária por patrocínio em uma vida circense de equilibrista de contas e corridas.

Agora mirando um formato adotado pela Fórmula 1 que buscou nivelar tecnicamente as equipes e assim ter um campeonato mais “justo” e do qual não tinha o menor dos intuitos de auxiliar jovens talentos a prosperar nas maior das categorias do automobilismo no sistema solar a Stock Series inova no país da eliminação precoce, em criar um teto de gastos que busca financiar. É real ao meu ver, financiar um jovem piloto que conquiste um título na categoria, migre para Stock Car e não fique temporadas e temporadas na Stock Series.

Além do teto de 750 mil reais, serão introduzidos artifícios que possam auxiliar os jovens pupilos, com o repasse de 48 pneus novos e um Push extra de 40 cavalos, já que um haras V8 com 340cv não é suficiente para se conquistar o título.

A ideia é boa, porém vender ela em comparação ao teto da F1 por si só já é uma ideia meio Xôxacapenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente, pois a própria FIA e F1 fracassaram no teto de gastos, em um resultado patético onde a equipe e o piloto que foram campeões quebraram o teto e sofreram um pequeno contratempo contábil em seu escritório.

Além, que o teto será para todos, porém, uma premiação de 700 mil reais que visa auxiliar os pilotos, contudo uma premiação que será pulverizada em um campeonato que demanda bem mais que o teto suporta.

A não cobrança de valor de inscrição ajuda, entretanto é só um pequeno amendoim em um milharal de de interesses e gastos.

Fica a pergunta, a CBA vai criar um Tribunal de Contas da Stock?

A intenção é boa, contudo, se será a satisfação da carência de revelação de novos talentos só o orçamento dirá.

Capa: Duda Bairros/Stock Car

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Rubens Gomes Passos Netto

Editor chefe do Boletim do Paddock, me interessei por automobilismo cedo e ao criar este site meu compromisso foi abordar diversas categorias, resgatando a visão nerd que tanto gosto. Como amante de podcasts e audiolivros, passei a comandar o BPCast desde 2017, dando uma visão diferente e não ficando na superfície dos acontecimentos no mundo da velocidade. Nas horas vagas gosto de assistir a filmes e séries de ação, ficção científica e comédia. Atuando como advogado, também gosto de fazer análises e me aprofundar na parte técnica.

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