Foram meses de espera desde que notamos que 2021, apesar de continuar sendo um ano pandêmico, seria especial para a Stock Car. Um grid com estrelas, com novas equipes e com mais pilotos, mesmo com todas as dificuldades que estamos passando, fez próspera uma expectativa que conduziu os fãs de automobilismo nacional até Goiânia.
Chegada a hora dos motores roncarem, a alegria de ter dificuldade para ver as tomadas de tempo completas, pois a lista é muito grande, é algo que traz satisfação ao coração que chegava com a esperança de um grande ano. Não dá para negar, a temporada promete, o grid tem tudo para ser disputado e os finais de semana com a Stock no calendário serão cada vez mais especiais. Mas para tudo isso se concretizar é necessário tempo.
E o tempo não se trata de a gente ter que esperar duas ou três provas para os pilotos, as equipes e até a própria Stock ter que se adaptar àquilo que a categoria propõe. É o tempo de pista, de corrida, de termos chances de ver grandes disputas e vermos as estrelas brilharem como esperamos. Como diz o título da coluna, em memória ao saudoso Wilson das Neves, precisamos dar tempo para o tempo fazer a sua parte.
Goiânia foi a prova que a Stock não pode se conformar em virar uma atração encaixada na grade da TV Aberta, algo totalmente cronometrado, que pode virar um show do intervalo. Em uma corrida de 25 minutos e em outra de 20, qualquer fator externo pode comprometer. Na capital goiana, o safety car reduziu o tempo de emoção, alterou toda a estratégia das equipes e também colocou os pilotos sem situações de risco extremo, já que não entrou em períodos que sua presença era necessária.
As reclamações foram diversas, já que até mesmo a segurança da prova ficou comprometida em nome de se aproveitar o tempo que restava. Na transmissão foi dito que era necessário torcer para que não tivéssemos mais acidentes para que a prova tivesse pouco tempo em bandeira verde. Não podemos contar com simplesmente torcidas individuais para que a corrida aconteça da melhor maneira possível.
Falando em tempo, é importante ressaltar a demora nas punições, que foram soltadas pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), já próximo da madrugada do dia da prova, o que pegou todo mundo de surpresa na segunda e apontou questionamentos para o que é preciso ser feito de forma mais rápidas, apesar da demanda alta.
O importante é que a Stock Car notou que é necessário se dar tempo ao tempo e também mostrou sua força. Com a audiência alcançada na prova de Goiânia, foi possível uma negociação para termos duas provas de 30 minutos, o que alivia um pouco mais a pressão em termos uma prova perfeita, sem a necessidade paralizações para que ela não fique amarrada. No fim, até mesmo esta coluna precisa dar tempo ao tempo, para que a categoria se mostre aberta a melhoras para satisfazer cada vez mais os seus interesses e aos seus fãs.