Com a mudança de George Russell para a Mercedes, muitos se questionaram como seria o relacionamento de Russell com Lewis Hamilton. O piloto mais jovem chegou ao time alemão na posição de ser um aprendiz, conhecer a nova casa, absorver o máximo de conhecimento. A sua grande oportunidade demorou para surgir, mas Russell chega com o benefício do tempo, ele pode aproveitar as oportunidades e esperar um pouco mais para comandar o time.
Ainda não sabemos por quantas temporadas Sir Lewis Hamilton permanecerá na F1, com a Mercedes. O heptacampeão está buscando o seu oitavo título, mas com a mudança de regulamento a Mercedes ainda tem alguns pontos para lidar e voltar a ser aquela equipe tão competitiva e dominante dos últimos anos.
Russell conquistou o seu primeiro pódio no GP da Austrália, se aproveitando do abandono de Max Verstappen. A estratégia adotada pela Mercedes também funcionou melhor com o carro #63, pois Russell estava em um bom ponto da pista quando Safety Car foi ativo.
Hamilton tem mais experiência que Russell, naturalmente é visto como o “capitão” da Mercedes. Observamos ao longo dos últimos GPs que Hamilton está realizando vários testes com o W13, experimentando acertos diferentes, carregando sensores que deixam o seu carro mais pesado. Hamilton não teve as mesmas oportunidades que Russell nas últimas corridas, por estar na pista em uma situação completamente diferente.
A busca de Hamilton é clara, ele está tentando melhorar o carro, não apenas para que ele tenha um equipamento competitivo, mas para que a equipe possa conquistar mais pontos – o que importa agora é o conjunto. Sem duvidas a Mercedes tem um desempenho abaixo quando comparado com o da Ferrari e Red Bull, mas aparecem na segunda posição do Campeonato de Construtores, pelos abandonos do time austríaco.
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“Acho que, como estamos em estágios diferentes de nossas carreiras, não há ressentimentos de qualquer maneira. Do meu lado, tenho 24 anos enfrentando o maior de todos os tempos, se ele terminar na minha frente, obviamente não vou ficar feliz, mas não vou chorar e ficar de mau humor”, disse Russell para a Sky Sports, antes do início das atividades em Ímola.
Russell disputou três temporadas na Williams, antes de ser contratado pela Mercedes. Vemos que em algumas situações ele está lidando um pouco melhor com o carro, mas a Mercedes segue em uma fase muito experimental, onde tenta compreender o seu equipamento, para obter a melhor performance. Russell passou um tempo com carros tão ruins que também tirou um pouco de proveito dessa experiência tão difícil, mas Hamilton não fica atrás, ano passado a Mercedes também sofreu muito com a troca do regulamento.
“Sou o garoto novo no time e não vou sair por aí tentando ser o líder da equipe quando vou enfrentar o maior de todos os tempos que está há dez anos como capitão do time e assim que deve ser”, seguiu Russell.
Seguro do seu relacionamento com Hamilton, Russell compreende como as coisas funcionam na equipe. O jovem inglês é um projeto da Mercedes não apenas para essa temporada, mas também para os próximos anos ‘sem Hamilton’.
“Você vê isso às vezes, quando se tem dois pilotos em estágios semelhantes da carreira. Não há número um e número 2, mas no fundo da mente de cada piloto, os dois estão lutando pela posição de liderança e pensando ‘quero ser o cara da equipe’. Enquanto nós dois, não há isso, porque Lewis está aqui há tanto tempo”, seguiu Russell.
Enquanto alguns buscam intrigas entre os pilotos da Mercedes, como a fala de Hamilton no GP da Austrália, os pilotos provam que tem um bom relacionamento, não apenas nos finais de semana com corrida, mas também em atividades fora das pistas. Russell e Hamilton foram surfar, em Melbourne. Russell também toma muito cuidado durante as entrevistas para não dar margem para interpretações erradas sobre o seu relacionamento e admiração por Hamilton.
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“Eu acho que isso é algo que eu realmente admiro em Lewis… ele se esforça muito para se envolver em outros esportes ou música e é uma maneira de distrair a sua mente. E estou tão focado nas minhas corridas, dou toda a minha vida para ter sucesso dentro daquele cockpit, mas às vezes você pode exagerar, e se você não se der um segundo para respirar, você ficará sufocado e não vai tirar o máximo proveito do seu desempenho.”
A Mercedes assim como a Ferrari, contam com a melhor dupla de pilotos possível, a manutenção desses relacionamentos precisa ser realizada. Atritos podem acontecer, com a temporada avançando, mas cada um precisa compreender a seu trabalho dentro deste jogo.
Vemos a Mercedes trabalhando no motor para deixá-lo mais confiável. O time alemão também busca uma solução para o Porpoising, pois vários carros estão saltando muito – em alguns circuitos não importa se são nas retas ou nas curvas. Talvez alguma medida precise ser tomada ao longo da temporada por uma questão de segurança para os próprios pilotos.
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