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Russell vence o GP de Las Vegas com estratégia “popular” de duas paradas

A combinação médio-duro-duro foi a principal escolha para a disputa da prova, levando em consideração as características da prova

O GP de Las Vegas deste ano contou com uma dinâmica melhor, afinal, a prova não esteve envolvida em torno de tantas polêmicas. George Russell conseguiu realizar uma corrida precisa, para faturar a sua segunda vitória na temporada 2024.

A prova foi bem dinâmica, recheada de ultrapassagens e disputada sem a presença do Safety Car.

Ao longo do fim de semana vimos que os pilotos tiveram muita dificuldade para fazer a gestão dos pneus, por conta da pista fria e que não oferecia muita aderência. Circuitos de rua geralmente não contam com uma boa aderência, mas tem a capacidade de evoluir rapidamente, porém, neste evento os pilotos lidaram com uma pista mais suja do que o normal.

Os pneus macios foram os mais usados ao longo do evento, mas novamente foram ignorados durante a corrida, por não oferecer muita durabilidade.

Mais uma vez a combinação de pneus médios e duros foi a soberana. A Pirelli acreditava ser possível realizar a corrida com a estratégia de apenas uma parada, mas por conta do desgaste elevado dos pneus, uma segunda parada precisou ser realizada.

A maior parte do grid largou usando os pneus médios, apenas Fernando Alonso começou a corrida com um jogo de macios, enquanto Sergio Pérez, Franco Colapinto e Valtteri Bottas optaram por iniciar as suas provas com o pneu duro, virando permanecer mais tempo em pista que os demais adversários.

Os três pilotos que usaram os pneus duros na largada, estavam tentando salvar as suas corridas. Pérez não tinha se classificado bem, ficando preso no Q1, enquanto Bottas tinha uma punição para cumprir no grid, embora o seu carro não tenha apresentado um bom rendimento, quando comparado com Zhou Guanyu. Por sua vez, Colapinto estampou o carro da Williams no muro durante o Q2 e com as mudanças que a equipe realizou em seu carro, para viabilizar a sua participação na corrida, o argentino largou dos boxes.

  • Aqueles que começaram a prova usando os pneus médios, não foram tão longe como era esperado pela Pirelli, as paradas começaram cedo, por volta da nona volta;
  • Como a troca aconteceu muito cedo, ficou inviável realizar uma prova com apenas uma parada, já que os compostos duros apresentaram um degaste elevado, desta forma, lá pela volta 27, uma nova rodada de trocas de pneus foi iniciada;
  • Mesmo os pilotos que começaram a corrida usando os pneus duros, não progrediram muito, pois começaram a perder performance quando os adversários instalaram os seus jogos de pneus duros, então eles basicamente realizaram as suas trocas de pneus, dentro da janela que era esperada para os pneus médios;
  • Algumas equipes tentaram preparar os seus pneus durante os treinos livres, fazendo um aquecimento controlado, para preparar a borracha para a prova, visando uma maior durabilidade;
  • Os times não estavam certos sobre uma segunda parada antes da prova ser iniciada, mas ao longo do fim de semana deixaram dois conjuntos de pneus duros disponíveis, pois a probabilidade de ele ser utilizado durante a prova era bem maior;
Estratégias usadas ao longo do GP de Las Vegas – Foto: Pirelli

A Mercedes foi a equipe que melhor performou em pista fria, a equipe iniciou o fim de semana de uma maneira bem forte e aproveitou as condições de pista para perseguir um melhor resultado.

A Ferrari até tentou beliscar um pódio com os dois carros, mas não teve um resultado muito positivo usando os pneus duros. Carlos Sainz ainda travou um duelo com o seu companheiro de equipe e buscou Max Verstappen para retirar o holandês do pódio, o trabalho funcionou e ele conseguiu celebrar o terceiro lugar. O espanhol ressaltou que esse era o máximo para a Ferrari no evento.

Charles Leclerc não ficou muito satisfeito com o resultado da corrida. O monegasco fez uma excelente largada, chegou a atacar Russell, mas precisou recuar. Em pista, o maior adversário do monegasco foi justamente o seu companheiro de equipe. Apesar de fazer muito ao longo da corrida, conseguiu apenas a quarta posição, sendo a mesma da largada.

Na briga pelo título, Max Verstappen conseguiu se classificar melhor que Lando Norris. O holandês não tinha o melhor carro do grid, mas definiu basicamente o título por conta da vitória no Brasil. Ao longo do GP de Las Vegas, Max deu preferência por não correr muitos riscos. Até foi orientado a tentar barrar uma ultrapassagem da Ferrari no final da prova, mas cedeu as posições, pois precisava terminar a corrida apenas à frente de Norris.

Peformance dos Pneus no GP de Las Vegas – Foto: Pirelli

A McLaren sumiu completamente nesta corrida, sem ritmo algum. O fim de semana foi desafiador, mas era algo já esperado, pois a equipe dependia daquela asa usada no Azerbaijão e vetada pela FIA logo depois. Norris não conseguiu fazer muito, mas buscou a volta mais rápida no final da corrida, para obter um ponto adicional pelo feito.

Falando em volta mais rápida, o desempenho de Lewis Hamilton foi tão alucinante, que o britânico fez volta rápida, atrás de volta rápida, enquanto tentava escalar o pelotão. Foi uma fatalidade ele não conseguir um bom resultado na classificação, pois certamente Russell teria dor de cabeça em um duelo direto com Hamilton.

No momento que a corrida aconteceu, as temperaturas tanto na pista como no ambiente estavam um pouco mais altas quando comparadas com os dias anteriores. Um pouco do desgaste dos pneus no início da prova, foi por conta dos duelos que aconteceram logo de cara, sem os pilotos tentarem preservar a borracha, pois estavam tentando aproveitar melhores oportunidades antes que o pelotão se distanciasse.

Os pilotos sofreram bastante com o problema gerado pelo graining, já que os pneus arrepiavam e essa “farofinha” de borracha se instalava entre o pneu e o asfalto. Por conta desse fator, os pilotos sentiam o carro deslizando mais, ficando completamente instável e propenso para erros. Esse fator também ajudou a acelerar o desgaste dos pneus.

Em alguns casos é até possível se livrar da granulação e usar aquele pneu mais algumas voltas, mas este não foi o caso em Las Vegas. Embora a estratégia de uma parada fosse claramente a mais rápida, o problema com os pneus não colaborou par que as equipes fossem por este caminho.

As temperaturas frias e a dificuldade para colocar temperatura nos pneus, acompanhou os pilotos ao longo do fim de semana. As longas retas em Las Vegas contribuíam para fazer a temperatura dos pneus cair vertiginosamente. Ao final da reta, com os pneus basicamente sendo um cubo de gelo, os pilotos não tinham aderência e ficavam vendidos para fazer a curva, propensos a perder o controle dos carros.

Com os pilotos optando por ter uma abordagem mais agressiva desde o início da corrida, não foi possível seguir com a ideia de realizar apenas uma troca de pneus ao longo do GP de Las Vegas.

No Catar a Fórmula 1 encontrará um cenário bem diferente do apresentado em Las Vegas, desta forma, a Mercedes não deve contar com o mesmo desempenho deste último fim de semana.


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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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