A Fórmula 1 está retornando neste fim de semana após uma breve pausa provocada pelas férias de verão. As equipes têm pela frente dez provas até que o calendário da temporada 2023 possa ser concluído.
10 coisas para ficar de olho nesse retorno da Fórmula 1!
O domínio da Red Bull continuará?
Antes das férias a Red Bull trouxe mais um grande pacote de atualizações, melhorando um carro que já tinha uma eficiência espetacular no grid. A Red Bull venceu todas as corridas até esse momento do calendário e a tendência é permanecer à frente do pelotão. Max Verstappen venceu as últimas duas corridas realizadas na Holanda e o piloto está pronto para conseguir outra vitória diante do seu público.
No entanto, nesse trecho do calendário temos alguns circuitos desafiadores, por conta das altas temperaturas ou por correr em lugares mais rarefeitos. Depois de 12 provas disputadas, algumas trocas de motores que aconteceram no início da temporada, é meio natural retornar das férias fazendo novas trocas nos motores ou ‘brincando de lego’ para adaptar as suas unidades de potência.
A confiabilidade parece estar ao lado da Red Bull, mas Max Verstappen tem exigido bastante do carro, tentando andar no limite, mesmo com um equipamento superior. Podemos ficar de olho na equipe taurina e especular se eles podem ter um problema na unidade de potência até o final da temporada. Porém, para outro piloto vencer, Verstappen precisa estar fora do caminho e Sergio Pérez ter um daqueles finais de semana ruins – algo que aconteceu com certa frequência na primeira metade da temporada.
Verstappen não tem cometido erros, o piloto confia no seu equipamento e a equipe na sua pilotagem. É fácil acreditar que a Red Bull vai ter o seu nome no lugar mais alto do pódio durante todas as corridas dessa temporada. O trabalho que a Red Bull tem realizado, principalmente ao lado do holandês é incrível, os dois estão operando muito bem e foi o casamento perfeito que deve perpetuar por mais alguns anos. Você acredita que eles vão levar tudo em 2023?
Se eu fosse apostar em uma possível quebra da Red Bull, acho que Singapura é um lugar que pode ocorrer. A pista é extremamente exigente, tanto para o corpo dos pilotos, como para os carros. O calor intenso é um desafio para as equipes e se o piloto não respeita os limites do equipamento, uma falha pode facilmente acontecer. Brasil também é aquele traçado que está já no final do calendário e de certa forma os equipamentos estão fadigados, correr em Interlagos não é fácil e ainda tem o bônus do ar-rarefeito que também faz os times quebrarem um pouco a cabeça.
A batalha pelo vice-campeonato entre os pilotos
Novamente a Red Bull entra em pauta, mas não é possível deixar de abordar a possibilidade da equipe se consolidar com o 1-2 nesta temporada. Porém, é esperada uma reação de Sergio Pérez e que o piloto tenha resultados mais constantes, com o equipamento que a Red Bull possuí, era esperando ver o time obtendo dobradinha em corrida sim e na outra também. Mas Pérez cometeu uma porção de erros, realizando classificações ruins e precisando lutar por resultados melhores. O mexicano é visto como um piloto relativamente fraco quando comparado com os oponentes, principalmente por não se manter constante.
No campeonato de pilotos, Pérez ainda é o vice-líder, mas conta com 189 pontos, contra 149 de Fernando Alonso e 148 de Lewis Hamilton. Enquanto a Aston Martin apresentou uma queda de desempenho, a Mercedes subiu nas disputas e Hamilton tem potência para buscar esse segundo lugar de Pérez nessas dez corridas que restam. Se a Aston Martin não retornar com outra postura para essa próxima fase do Campeonato, é esperado ver Hamilton se consolidando na terceira posição e perseguindo Pérez pela busca dessa vice-liderança, estrando a festa perfeita da Red Bull.
A equipe vice-campeã
A luta este ano entre as equipes é uma tentativa de evitar que a Red Bull consiga vencer todas as corridas até o final da temporada. O segundo lugar no Mundial de Construtores é observado como a ‘batalha real’ pois o time austríaco está em outro patamar.
Atualmente é a Mercedes que ocupa a segunda posição contando com 274 pontos à frente de Aston Martin que somou 196 pontos, enquanto a Ferrari conta com 191. A Aston Martin tinha começado a temporada apresentando um bom desempenho, no entanto, os pódios e os melhores resultados estiveram nas mãos de Fernando Alonso, o time era praticamente de um homem só, enquanto Lance Stroll fazia corridas onde tentava se manter nos pontos.
Mesmo com a Mercedes realizando algumas classificações ruins nessa primeira metade da temporada, o ritmo de corrida não era ruim em diversas ocasiões. Depois que a Mercedes optou por realizar uma mudança drástica no seus sidpods, o desempenho também melhorou.
Porém, nesta fase do Campeonato é natural ver as equipes se voltando para os carros da próxima temporada. A Mercedes é uma das equipes que deve passar por uma grande mudança para 2024, depois de apostar por dois anos no zepods. O time afirmou pouco depois do início das férias que estavam direcionando as suas forças na fábrica para a construção do carro do próximo ano.
A Ferrari afirmou que vai fazer o inverso, enquanto as equipes vão reduzir o número de atualizações nessa fase, o time italiano programou mais uma porção de mudanças para o F1-75, mirando a conquista da vice-liderança do Mundial. Porém, melhorar o ritmo no caso da Ferrari, não é o bastante para superar a Mercedes, o time peca nas estratégias e comprometeu melhores resultados neste ano por não saber gerenciar dois carros em pista. Minha aposta é que a Mercedes segue na vice-liderança e no máximo, a Ferrari ultrapassa a Aston Martin se o time britânico continuar capengando.
As batalhas do pelotão
Antes do intervalo das férias, a McLaren surgiu no meio do pelotão e foi fácil ver a equipe entrando no duelo antes travado entre Mercedes, Aston Martin e Ferrari. Agora temos uma quarta equipe lutando por mais pontos e por pódios.
Neste retorno da categoria, provavelmente vamos nos empolgar pelas batalhas que são travadas pelo melhor do resto. Temos curiosidade para saber se a Aston Martin vai reagir, o time optou por atrasar a mudança de foco, pensando em 2024, para fornecer mais uma porção de mudanças para o seu carro na Holanda. A última atualização não funcionou como era esperado no carro e eles não deram um salto, mas eles estão em busca de recuperar a performance, para voltar a incomodar os times rivais.
Em algumas corridas conseguimos observar a ‘ordem das forças’, mas com a instação dos pacotes de atualização, novas flutuações aconteceram pelo grid. A McLaren é uma aposta para cosntuir uma distância maior para a Alpine e talvez se aproximar em pontos de uma Ferrari. A equipe de Woking gerou essa expectativa pela manobra que as suas atualizações proporcionaram, mas no início da temporada o time era completamente desacreditado.
Sobre o restante do pelotão, cresce a expectativa pra saber como a Alpine vai lidar com o final da temporada depois de todas as mudanças que foram realizadas internamente. Nas pistas, Alpine, Williams, Haas e Alfa Romeo, são as equipes que brigam para estar entre os dez primeiros colocados e faturar algum ponto. O duelo entre esses times abaixo do Top-5 é sempre intenso, mas a aposta é que a Williams continue tirando leite de pedra e surpreendendo o público.
A casa para arrumar
A Alpine passou por muitas mudanças antes das férias, algumas bombas só estouraram durante o GP da Bélgica. Antes das férias, muito foi falado sobre o caos que estava a Alpine e as decisões ruins que foram tomadas, todas em busca de resultados imediatos.
A notícia que circulou durante as férias de verão, indicava que após a saída de Otmar Szafnauer, a Alpine estava buscando Mattia Binotto para ser o novo chefe de equipe do time. Alguns sites afirmaram que a contratação já tinha acontecido e restava apenas o anúncio. Bruno Famin que atualmente é o chefe interino de equipe, afirmou que está buscando um sucessor para Szafnauer.
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Enquanto a casa da Alpine tenta ser arrumada, Esteban Ocon e Pierre Gasly tentam superar as dificuldades com esse carro, para obter mais alguns pontos. O time que antes estava à frente da McLaren por conta do pódio em Mônaco, viu o time rival se recuperar e se manter constante, enquanto os franceses não conseguiram fazer o mesmo.
Duelos internos
Ao longo do mês de férias, a Fórmula 1 publicou nas suas redes sociais artes que demonstram as batalhas internas das equipes. Os times que têm duelos mais equilibrados são Ferrari e Alpine. Na Ferrari podemos atribuir o equilíbrio por conta dos diversos erros, além dos problemas que Charles Leclerc enfrentou no começo da temporada. No entanto, esse duelo não parece seguir equilibrado até o final da temporada, já que Leclerc ultrapassou Sainz em pontos.
Por mais que o time italiano afirme que não está privilegiando um piloto, pois não estão disputando o Campeonato neste ano, algumas decisões em pista mostram o contrário. De qualquer forma, para o restante da temporada, a Ferrari afirma que quer buscar o vice-campeonato, desta forma é possível esperar que eles estão depositando a confiança que Leclerc vai encabeçar esse desejo da equipe.
Leclerc conta com três pódios, Sainz não esteve ainda no pódio nesta temporada, no entanto, em pontos a briga é bem próxima, com o monegasco contando com 99 pontos, contra 92 de Sainz. O espanhol permaneceu mais tempo da temporada à frente do companheiro de equipe, mas é esperado que Leclerc seja o piloto que vai vencer o duelo interno novamente nesta temporada.
Na Alpine o duelo também segue bem equilibrado, embora Ocon tenha um pódio nesta temporada e Gasly não. Era esperado um duelo acirrado entre os pilotos da equipe, mesmo nas circunstâncias atuais de desempenho do time francês. Talvez Ocon tenha uma leve vantagem no final da temporada por conhecer a Alpine há mais tempo.
Internamente, na Red Bull é Max Verstappen que tem a vantagem, o piloto se adaptou melhor ao carro e as escolhas são pensadas nele. Pérez precisa apenas continuar entregando e ajudando o time, mas a Red Bull vai levar os dois títulos nesta temporada.
Na McLaren, Lando Norris está à frente de Oscar Piastri, algo que também era esperado, já que o piloto australiano está realizando a sua primeira temporada na Fórmula 1. Mas o que de fato chama atenção nesta dupla, é o fato deles andarem bem próximos em pista. Piastri está perseguindo o seu pódio na Fórmula 1, enquanto Norris conseguiu 2 em 2023.
Outro duelo completamente desigual que acontece no grid, é aquele travado por Fernando Alonso e Lance Stoll. Mesmo o canadense sendo filho do dono, Stroll fica devendo muito em performance. Alonso fez o possível para garantir o máximo de pontos para a Aston Martin e ainda está lutando por uma recuperação da equipe, depois que viu o seu potêncial no início da temporada.
Na Williams, a experiência de Alexander Albon fala mais alto, o piloto tailandês é o responsável pelos pontos conquistados pelo time ao longo de 2023. Albon tem extraído mais do carro, está confortável com o equipamento e tem trabalhado de perto para ajudar a Williams na sua evolução. Logan Sargeant realiza a sua primeira temporada na Fórmula 1, ainda marcado por vários erros, no entanto, nesse retorno das férias é importante que ele apresente uma evolução.
A Alfa Romeo chama a atenção pela forma como Zhou Guanyu e Valtteri Bottas tem trabalhado. Internamente, ainda era esperado que o finlandês tivesse uma vantagem por conta da sua experiência, mas é importante ver que o chinês está tentando entregar e tem melhorado em pista. A Alfa Romeo não conta com um bom carro e perdeu espaço no grid quando comparada com a sua última temporada, mas é importante vencer essa transição até a chegada da Audi.
A Haas, assim como a Alfa Romeo e Williams tem flutuado no grid, conseguem fazer algumas boas classificações, mas não tem ritmo de corrida. É impressionante o quanto Nico Hülkenberg tem se saído melhor em classificação do que Kevin Magnussen, mas o piloto dinamarquês em alguns momentos surpreende nas provas. Porém, Hülkenberg conta com nove pontos, contra dois obtidos pelo companheiro de equipe.
Na Mercedes, o trabalho realizado por Lewis Hamilton ao longo de 2022 para avaliar o carro e preparar o equipamento para essa temporada, foi traduzido na pista e em resultados. Hamilton voltou a superar George Russell e tem os números em seu favor. Russell cometeu alguns deslizes esse ano, mas ainda é um piloto muito aguerrido, principalmente em corrida, quando está perseguindo uma pontuação melhor.
Olhando para a AlphaTauri, Yuki Tsunoda tem os melhores resultados e é o dono dos únicos 3 pontos conquistados pelo time. O piloto japonês terá dois companheiros de equipe nesta temporada, já que começou o ano com Nyck de Vries e terminará a temporada com Daniel Ricciardo. Por conhecer o projeto complicado da AlphaTauri, Tsunoda tem levado vantagem, além disso, ele evoluiu em pista e tem apresentado uma performance mais segura. Bateu algumas vezes na trave em busca de pontos, mas tem feito o possível para encontrar os caminhos com o seu carro.
Após duas corridas antes das férias, Daniel Ricciardo se classificou e terminou uma corrida à frente de Tsunoda. O piloto australiano quer mostrar que tem ritmo e será fundamental neste final de temporada para ajudar a AlphaTauri no desenvolvimento do carro do próximo ano.
Daniel Ricciardo na AlphaTauri
Tivemos o gostinho de ver Daniel Ricciardo guiando por duas corridas o carro da AlphaTauri. Na Hungria o australiano superou Tsunoda, mas na Bélgica por escolhas estratégicas, foi Tsunoda que venceu o duelo interno.
A experiência de Ricciardo é algo que será apreciada pela AlphaTauri neste retorno das férias. São pistas que o piloto já correu diversas vezes. O time italiano optou por realizar essa substituição interna, pensando em todos os processos que precisa lidar nesse retorno das férias, como a construção do novo carro, além da chegada do novo chefe de equipe e a mudança de nome.
Ricciardo é um piloto confiável para a AlphaTauri, mas terá os olhos voltados para ele, principalmente para identificar a sua evolução e se ele realmente é aquele piloto dos tempos de Red Bull. Fora que é muito discutido esse retorno do australiano ao grid, ainda mais em uma equipe que hoje ocupa o final do pelotão.
A chavinha para a próxima temporada
Mercedes e Red Bull são as equipes que tem mais claro o foco em 2024. Mas os regulamentos para o próximo ano não vão passar por uma grande mudança, desta forma os times podem usar o resto da temporada para avaliar algumas peças, pensando nos seus projetos do próximo ano.
A Ferrari está mirando a vice-liderança, enquanto a Alpine acredita que ainda pode e recuperar do baque da metade da temporada, para se aproximar da McLaren. A Aston Martin também levará novas peças para a Holanda.
A Williams tem um déficit grande para as outras equipes, pois ficou parada no tempo já que as suas instalações não foram desenvolvidas. James Vowles, chefe de equipe do time de Grove, tem trabalhado para recuperar o time e é inevitável voltar o foco para a próxima temporada, na busca por tornar a Williams mais competitiva.
A Alfa Romeo promete mais duas atualizações antes que a temporada seja encerrada. A equipe está tentando passar por essa fase de transição até a chegada da Audi, ainda mostrando algumas novidades.
Piastri no pódio?
Piastri é o destaque da metade da temporada, desde que a McLaren começou a implementar as atualizações no carro, o piloto australiano teve a chance de de se desenvolver mais, porém, desde o início andava próximo de Norris.
Com o crescimento da equipe no grid desde que as modificações foram realizadas, Piastri, tem batalhado pelo seu primeiro pódio na Fórmula 1. O piloto esteve no ‘pódio’ da corrida Sprint na Bélgica, mas ela ainda não entra para os registros da categoria – foi nessa mesma prova que o austaliano liderou algumas voltas da prova, conseguindo superar Max Verstappen nos boxes, depois da escolha definida pela McLaren.
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É nítido que a McLaren fez uma excelente escolha ao contratar Piastri, o time conta com dois pilotos jovens, mas muito dedicados. Se a McLaren continuar apresentando um bom desempenho nesse retorno das férias, acredito que é possível sonhar com o pódio do australiano.
Contratos
A silly season da Fórmula 1 foi pouco movimentada, alguns rumores circularam como a renovação do contrato de Zhou Guanyu ou as conversas internas da Ferrari para realizar a renovação do contrato dos seus pilotos, para além de 2024. Porém, essa não foi uma pausa conclusiva na Fórmula 1.
A Mercedes ainda não confirmou a renovação do contrato com Lewis Hamilton. É claro que o desejo da Mercedes é permanecer com Hamilton e o britânico demostra que está interessado a correr por mais alguns anos na categoria e não tem intensão de parar por agora. O atraso para o anúncio estaria sendo atrelado a definição de detalhes. Alguns gostariam de ver Hamilton seguindo para outra equipe, mas a Mercedes ainda quer voltar ao topo mais uma vez e o ideal seria ter Hamilton no comando.
Haas e AlphaTauri ainda não confirmaram os seus pilotos para 2024, mas alguém acredita em uma mudança drástica realizada por Guenther Steiner? O time italiano deve fazer as suas confirmações com o final da temporada se aproximando, principalmente após definir melhor o que espera para o próximo ano. A expectativa de muitos é para saber se a Williams dará mais uma oportunidade para Logan Sargeant ou o piloto fez uma breve passagem pelo grid.