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REPORTAGEM: Alberto Longo fala sobre expectavas e futuro da Fórmula E no Brasil

Antes da realização do e-Prix de São Paulo, Alberto Longo reforça as expectativas para a prova e comenta detalhes e planos para as próximas provas que serão disputadas no país

A Fórmula E se prepara para a realização do e-Prix de São Paulo no dia 25 de março. Essa deve ser a primeira corrida que iniciará um longo relacionamento com a categoria elétrica, serão cinco anos de e-Prix de São Paulo sendo disputado na cidade, enquanto o contrato pode ser ampliado por mais cinco anos.

A categoria elétrica tem trabalhado com a expansão do calendário, com o intuito da Fórmula E de apresentar a categoria para mais países. Nesta semana foi especulado a realização de provas em Toronto, Tóquio e Los Angeles. A Fórmula E até estabelece contrato mais longos com alguns países, mas também consegue praticamente realizar um sistema de rodízio, podendo realizar provas em diversas partes do mundo.

LEIA MAIS: Fórmula E estuda novas cidades para receber a categoria elétrica na temporada 2023/24

Em coletiva, o Boletim do Paddock conversou com Alberto Longo, cofundador da Fórmula E. A prova deste fim de semana será o pontapé inicial para um relacionamento maior com a categoria: “O acordo que temos com o a cidade é de correr em São Paulo por cinco anos.”

Durante a terceira geração de carros, a categoria busca fechar um calendário com 18 provas, para a temporada 2023 a Fórmula E quase chegou neste número, mas agora trabalha com a realização de 16 provas.

A Fórmula E tem explorado a realização de corridas em novas praças – Foto: reprodução Fórmula E

A corrida que será disputada no Brasil gera muita expectativa pois era uma corrida muito esperada e desejada por vários membros. A Fórmula E sempre teve pilotos brasileiros no grid, o primeiro campeão da categoria é brasileiro, então para a categoria sempre foi muito importante correr no país.

“A expectativa para a corrida, como você bem disse Deborah, nós temos dois pilotos brasileiros, então a expectativa é alta. Esperamos muito dessa prova em São Paulo, repleta de gente, com mais de 25 mil pessoas que irão em massa para ver o seu piloto favorito. E obviamente também ver uma corrida de alto nível, que hoje é a corrida mais emocionante que existe no mundo, com muita ação em pista pois podemos dizer que ela brilha. Estamos sempre com essa possibilidade de que a última volta que o piloto que está ganhando a corrida, pode perder essa posição. Porque a disputa é muito próxima”, disse Alberto Longo ao Boletim do Paddock.

“Mas em definitivo, estamos muito encantados de estar no Brasil, estamos a muitos anos buscando essa oportunidade de poder correr no Brasil e finalmente vamos fazer história em uma semana, em uma corrida que será realizada no Anhembi”, seguiu.

Lucas di Grassi foi campeão da Fórmula E em 2016/17. O piloto brasileiro sempre ajudou a promover a categoria e sua ideias – Foto: reprodução Fórmula E

Para que o evento possa acontecer, a Fórmula E está contando com o auxilio de todas as autoridades de São Paulo, além de outros organizadores de corridas na cidade para que o publico possa aproveitar o máximo do evento. A Fórmula E é uma categoria mundial e existe toda uma preocupação para que a corrida e toda a estrutura do evento funcionem.

“O feedback é muito positivo, obviamente estamos contando com todo o apoio do município, do prefeito e toda a sua equipe, eles estão sendo de uma suma importância para a realização da corrida. Estamos obviamente falando com outros organizadores de corridas em São Paulo, com especialistas e que são muito capazes de organizar um evento como a Fórmula E no prazo que temos que é um tanto curto. Estamos felizes com o apoio que estamos recebendo.”

A Fórmula E seleciona alguns países para receber rodadas duplas, algo que é bem interessante, pois a categoria consegue promover duas classificações e duas provas no mesmo fim de semana. Alberto Longo foi perguntado sobre a possibilidade de nos próximos anos a cidade de São Paulo receber uma rodada dupla.

“Precisamos primeiro fazer essa primeira prova na próxima semana e ver o êxito que vamos ter, relacionados a assistência e também ao nível esportivo. Depois disso podemos começar a analisar, mas o alvo da Fórmula E é muito claro, nós queremos ser mais globais e ir em mais países. Nos dominamos as rodadas duplas, mas é uma tendência que elas desaparecem com o passar dos anos e vamos realizar mais eventos únicos em mais lugares do mundo.”

A Fórmula E escolheu o Sambódromo do Anhembi para compor uma das pistas mais velozes do calendário – Foto: reprodução

Neste primeiro momento da visita da Fórmula E em São Paulo a categoria escolheu o Sambódromo do Anhembi pela estrutura que a localidade já fornece infraestrutura por ser um local permanente e neste espaço amplo é possível acomodar a estrutura da prova.

“O circuito do Anhembi é muito especial, principalmente por não estar exatamente no centro da cidade, mas está dentro do que chamamos de zona urbana. E a vantagem que temos com o Anhembi é que já temos certa infraestrutura, como se fosse praticamente um circuito permanente, mas não deixamos o tradicional que é correr o mais perto possível da cidade.”

O Anhembi também foi escolhido por estar em um local onde a categoria pode explorar um circuito amplo e com poder para pensar em expansões para os próximos anos de evento. Desta forma com todos esses requisitos que a Fórmula E preencheu de uma vez, é possível que a prova possa ser realizada em outros anos.

A Fórmula E gosta de realizar corridas em circuitos de rua pela facilidade da população para chegar ao evento. Além disso, essa é a característica da categoria, promover a mobilidade elétrica nos grandes centros.

Sobre as corridas noturnas

As corridas noturnas têm caído na graça dos fãs de automobilismo e vários países têm pensado em mecanismos para que as provas noturnas possam ser realizadas.

A Fórmula E promove um grande show de luzes em Diriyah na Arábia Saudita, os ledes dos carros ficam mais evidentes e adicionam um charme à prova. Porém, para a realização de uma prova assim existem vários passos.

O Anhembi recebe o carnaval e por ser um evento noturno ele conta com holofotes que iluminam a avenida, mas é claro que os pilotos não estariam limitados apenas a reta principal, desta forma seria necessário todo um estudo para realizar uma prova noturna em São Paulo.

Outra questão que também é um fator para análise, é o horário. A categoria é europeia e por mais que provas sejam promovidas em diversas localidades quando os horários são pensados, eles também buscam uma forma de executar o evento em um horário mais comercial e que mais pessoas vão assistir a categoria.

“Temos dois problemas, primeiro a iluminação necessária que a FIA exige para realizar uma corrida noturna e ela tem que estar por toda a pista. Mas se esse não é o desafio, temos outro problema, é que se realizamos uma corrida noturna no Brasil, a maioria das pessoas que assistem a categoria no resto do mundo, lidariam com um horário pouco favorável, lá pelas 4 ou 5 da manhã e seria muito tarde para as pessoas desfrutarem da prova. Então é um mix da parte operacional e da parte comercial.”

O horário da largada do e-Prix de São Paulo é semelhante aos horários adotados pela Fórmula 1 e isso colabora para que grande parte do público externo possa acompanhar a categoria. Cerca de 40 a 50 mil pessoas podem acompanhar a categoria de casa. A Fórmula E também ainda está passando por um processo de fidelização do público, então conforme a categoria é mais aceita é possível pensar em mais inovações.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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