Max Verstappen venceu o GP do Canadá em mais uma grande exibição com a Red Bull. Ao concluir a prova em Montreal, o holandês chegou à marca de 41 vitória se igualando a Ayrton Senna.
O piloto da Red Bull não é o competidor mais apegado com os números, então não fez um grande estardalhaço pela marca atingida, também nunca foi o piloto que mostrou ter algum vínculo afetivo com o brasileiro. Verstappen já deu outras amostras de não ligar para os números, mas por ser extremamente jovem e competitivo é capaz que alcance outras marcas.
Diferente de Charles Leclerc, Verstappen tem mais vitórias na Fórmula 1 do que poles. O holandês faturou 25 poles, sendo uma marca interessante para um competidor que começou na categoria com 17 anos e está com 25 anos agora.
Existe uma expectativa de uma carreira longeva para Verstappen, talvez ele não seja o piloto que vai prolongar a sua carreira se vivenciar um declínio, mas enquanto estiver competitivo, o holandês deve fazer história na categoria. Seria interessante ver o desempenho de Verstappen em outros carros, até se a Fórmula 1 facilitasse a participação dos seus pilotos em outras competições, como no WEC.
De qualquer forma, Verstappen teve um fim de semana bem dominante, mesmo reclamando dos pneus no final da prova. O holandês cruzou a linha de chegada com mais de 9 segundos à frente de Fernando Alonso. Max segue ampliando a sua diferença na ponta, enquanto deixa os outros pilotos duelarem entre eles, inclusive Sergio Pérez.
Por falar no piloto mexicano, essa foi mais uma atuação fraca de Pérez, desde o GP do Mônaco ele simplesmente sumiu e tem desempenhos cada vez mais críticos. Nesse momento, com a sua atuação, se quer é possível cogitar algum tipo de disputa, mas ainda é necessário mencionar a chance de Pérez simplesmente não ser o vice-campeão da temporada 2023.
Pérez passou o fim de semana com uma performance apagada, sem conseguir reagir, por mais uma vez ficou preso no Q2 e não conseguiu ser muito competitivo, pois não tinha ritmo. O mexicano não se entendeu com a temperatura dos pneus e na estratégia oposta à adotada pela Ferrari, não conseguiu ameaçar o time italiano e precisou se contentar com o sexto lugar.
Enquanto já se discutem contratos e renovações, muitos apostam que Pérez não conseguirá uma renovação se permanecer guiando dessa forma.
TEAM STANDINGS
Red Bull look unstoppable 🚀 And the fight behind them looks set to rumble on all year-long 👀#CanadianGP #F1 pic.twitter.com/1JQxur9fwY
— Formula 1 (@F1) June 18, 2023
Aston Martin, Mercedes e Ferrari
Entre essas três equipes, apenas a Ferrari não levou atualizações para o Canadá, por outro lado, a Aston Martin tem ficado cada vez mais parecida com a Red Bull esteticamente. A Mercedes tem impressionado em corrida e o ritmo de Lewis Hamilton garantiu o pódio para o piloto britânico.
O duelo entre essas equipes, mas sendo um pouco mais especifica, a briga entre Fernando Alonso, Lewis Hamilton, George Russell, com participação de Charles Leclerc e Carlos Sainz deve se intensificar nas próximas provas. As atualizações têm respondido bem para as equipes, eles conseguem ser competitivos dentro desse duelo que é próximo, mas ainda falta muito para chegar na Red Bull.
É claro o trabalho realizado por Alonso e Hamilton, nessa corrida tivemos mais uma amostra da performance dos pilotos e um duelo mais direto. Após a punição de Nico Hülkenberg, Alonso e Hamilton começaram a prova uma posição à frente. Na largada o britânico atacou o espanhol para assumir o segundo lugar, o duelo entre eles seguiu, até que Alonso recuperasse a posição perdida. Ao final da prova Alonso ficou feliz que a equipe não mencionou um problema do carro, pois tornaria a sua posição mais vulnerável. Os três primeiros colocados apostaram na estratégia de duas paradas, mantendo ritmo e performance, próximo do final da prova eles estavam virando tempos semelhantes.
A Ferrari ainda está tentando se acertar para fazer parte dessa disputa de forma mais ativa. Carlos Sainz tinha condições de batalhar por uma posição melhor, mas a classificação foi um grande caos para a equipe. Novamente apenas o piloto espanhol representou a equipe no Q3, no entanto, após a bandeira vermelha provocada por Oscar Piastri, as condições de pista pioraram e o piloto espanhol não obteve um tempo melhor. Carlos ainda foi punido por ter atrapalhado Pierre Gasly e com isso começou uma posição atrás do companheiro de equipe.
Charles Leclerc teve um novo desentendimento com a Ferrari sobre a questão dos pneus. O Q2 atrapalhado por conta da chuva, colaborou para o monegasco ser eliminado. No entanto, Leclerc perdeu tempo nos boxes fazendo duas trocas de pneus – do intermediário para o macio e depois outra vez ao intermediário. O piloto reclamou que os compostos não estavam na temperatura ideal e por fim, não conseguiu um bom tempo para avançar ao Q2.
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A corrida dos pilotos da Ferrari foi marcada pela recuperação e acerto da estratégia. Primeiramente parecia uma loucura não parar Charles Leclerc e Carlos Sainz no Safety Car, mas eles optaram por alongar o primeiro stint, para realizar apenas uma parada. A Ferrari não tinha reservado dois jogos de pneus duros para a corrida e teria que trabalhar com dois stints de pneus médios. Arriscou e a escolha deu certo, fazendo a sua dupla de pilotos captar alguns pontos.
Outra escolha da Ferrari, foi evitar um confronto direto entre os seus pilotos. Sainz que discutia a estratégia com a equipe, foi orientado para não atacar Leclerc, mesmo estando mais rápido em alguns momentos. Para se defender de Sergio Pérez, uma sequência de paradas foi desencadeada após a volta 37.
Para a dupla da Ferrari ter mais chances de brigar com Alonso, Hamilton e Russell, eles precisam acertar as estratégias e conseguir trabalhar melhor o seu ritmo de corrida – algo que a Mercedes tem sido muito superior. George Russell só não esteve à frente das Ferraris, pois bateu ainda na volta 12, provocando a entrada do Safety Car.
Mesmo com o carro danificado, Russell tentou resistir na pista, passou das 50 no traçado, mas foi forçado a abandonar a prova por problema nos freios. Russell tinha voltado para a zona de pontuação e ocupava o oitavo lugar quando abandonou. O piloto também é um grande desafiante e quando não comete erros, sempre está ajudando a Mercedes a faturar pontos.
Essa é uma pista que cobra muito dos freios, pela sua configuração e os pilotos precisam se lembrar de realizar o resfriamento, se não o equipamento pode se comprometer.
Destaque para Alexander Albon
O piloto tailandês teve uma performance fabulosa em Montreal. No sábado Albon já surpreendeu ao chegar no Q3. A sacada da Williams de arriscar com Albon no Q2 usando os pneus macios, colaborou para o piloto aferir o melhor tempo da segunda parte da classificação.
Albon não conseguiu participar do Q3, mas com a punição de Carlos Sainz, começou a prova da nona posição.
Durante a corrida Alex reuniu todas as forças para faturar alguns pontos para a Williams. O piloto cruzou a linha de chegada na sétima posição, mas lidou com a pressão de Esteban Ocon e Lando Norris até o final da prova. Albon participou desse duelo, com pneus que eram mais velhos quando comparados com os adversários, mas novamente o piloto fez um composto da Pirelli render – foram 58 voltas nos pneus duros para concluir a corrida depois de um pit-stop realizando no começo da prova. Albon trabalhou com a estratégia de apenas uma parada.
A corrida foi bem disputada, tivemos vários duelos acontecendo pelo pelotão, mas em alguns momentos era difícil ultrapassar, principalmente se o competidor estava preso em trenzinho de DRS.
Logan Sargeant por sua vez teve um fim de semana desafiador. O piloto norte americano não recebeu as atualizações que foram instaladas no carro de Albon, por conta da produção da Williams que foi afetada, afinal, algumas batidas e a necessidade de reposição de peças prejudicou a equipe.
Sua classificação aconteceu dentro do esperado, porém, na corrida, Sargeant não pode completar a prova, pois a Williams identificou um vazamento de óleo que começou a prejudicar o motor – o piloto foi forçado a encostar o carro, sendo outro piloto que não completou a prova.
O desempenho de Sargeant tem sido questionado, principalmente quando é comparado diretamente com o companheiro de equipe. No entanto, esse é o primeiro ano na Williams e ele não está exatamente com um equipamento bom. Sargeant chegou à Fórmula 1 de uma forma um pouco precoce, mas ainda é esperado que ele possa se desenvolver e fazer mais pelo time.
Alfa Romeo – Valtteri Bottas pontua
O piloto finlandês faturou um pontinho para a Alfa Romeo, mas já é significativo depois de toda a luta enfrentada pela equipe. Bottas estava imprimindo um bom ritmo com o seu carro durante todo o fim de semana, se beneficiando um pouco das condições de pista adversas gerada pela chuva.
Fora da disputa do Q3, Bottas sentia que tinha mais para entregar com o carro, se tivesse tido um pouco mais de condições. O piloto então fez uma corrida em torno de muita luta, mas conseguiu chegar ao Top-10. A posição que ocupava em pista tornou as coisas mais complicadas, principalmente por estar preso em um trenzinho de DRS. Ao final da prova, Lando Norris foi punido e Lance Stroll realizou a ultrapassagem em Bottas, mas o finlandês manteve a décima posição.
O meio do pelotão segue embolado. A AlphaTauri não tinha chances de pontuar nesse fim de semana, aliás, a equipe teve um desempenho muito apagado, mas essa corrida abriu uma boa oportunidade para Williams e Alfa Romeo. A falta de ritmo e as vezes os desempenhos semelhantes por conta de problemas, tornam ainda tudo mais difícil para as equipes de final de pelotão.
McLaren e Haas, classificação boa, mas nenhuma garantia de pontos
A situação da McLaren segue bem crítica, mesmo observando algumas alterações e até mesmo um ganho nas classificações, o time ainda enfrenta problemas nas corridas. Lando Norris e Oscar Piastri avançaram para O Q3, mas não conseguiram faturar pontos para a equipe.
Foi mais uma prova lutando com ritmo e com os pneus. Norris e Piastri estiveram por boa parte da prova juntos, até mesmo duelaram por posição na pista, mas a corrida terminou da mesma forma. Os pilotos sentem um avanço do equipamento da McLaren, mas eles ainda estão na fase de tentar compreender as atualizações e realizar novas modificações no carro.
Enquanto a McLaren saiu zerada, a Alpine faturou mais alguns pontinhos por conta do oitavo lugar obtido por Esteban Ocon. O francês salvou a etapa para a Alpine, enquanto Pierre Gasly teve o seu fim de semana comprometido, principalmente por ter ficado preso no Q2. A estratégia adotada para Gasly não foi um escolha prudente, ao começara a prova com os pneus macios ele antecipou a sua parada e ainda fez a troca de pneus, fora da janela do Safety Car.
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A Haas também foi uma equipe que conseguiu uma incrível classificação com Nico Hülkenberg, mas terminou a prova sem pontos. O alemão faturou a segunda posição para a largada, mas ao ser punido, as coisas complicaram um pouco para a sua prova. Com a estratégia de apenas uma parada que vários pilotos seguiram, além do problema de fazer a sua primeira parada fora da janela do Safety Car, Hülkenberg perdeu terreno.
Para completar, essa é outra equipe que também não consegue obter um bom ritmo em corrida. Kevin Magnussen se envolveu em um duelo com Nyck De Vries, os pilotos espalharam na pista e o resultado disso foi bem frustrante para a equipe.