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Racing Point é advertida por não avisar sobre o resultado positivo de Covid-19 de Stroll. A situação provocou análise

A Fórmula 1 adotou uma série de protocolos de segurança para o retorno da categoria, pois o mundo ainda segue enfrentando a pandemia provocada pelo Covid-19. Antes do início das atividades para o GP de Portugal, Lance Stroll confirmou em suas redes sociais que acabou contraindo o vírus e isso afastou ele da etapa disputada em Nürburgring, mas o piloto só teve o diagnóstico no domingo, quando já havia retornado para casa.

A comunicação feita e também a forma como o resultado foi obtido mostra que ainda existem falhas que precisam ser observadas e sanadas, pois o fato de ter uma pessoa com Covid-19 circulando no paddock é prejudicial não só para a equipe, como para todos os outros que estão envolvidos.

Otmar Szafnauer, chefe de equipe da Racing Point – Foto: Racing Point

E antes da publicação deste texto, a FIA confirmou por meio de relatório que desde o dia 16 de outubro até está última quinta-feira (22), foram realizados 3051 testes para o Covid-19 e 8 pessoas tiveram o resultado positivo. Como eles sempre afirmam, os dados revelados pela FIA são para manter a transparência e desta forma eles exigem que as equipes também sejam transparentes com eles.

Desta forma Otmar Szafnauer falou sobre o ocorrido durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (23) e disse que vai informar imediatamente, caso alguma situação semelhante ocorra no futuro, pois a equipe foi advertida pela FIA.

“Não foi um aviso, foi um lembrete de que temos a obrigação de informar a FIA em um curto espaço de tempo”, disse ele. “Nós aprendemos com isso. Se acontecer novamente, faremos isso imediatamente. Quando Lance testou no domingo pós Grande Prêmio de Eifel, ele já estava se isolando na Suíça depois de conseguir o resultado.”

Eles tiveram que avisar as pessoas que estavam em contato mais próximo com Stroll para que eles realizassem um novo teste: “Quando recebemos a notícia, todos os seus contatos mais próximos já tinham testado negativo para o vírus.”

Zak Brown, chefe da McLaren foi bem duro com a conduta da Racing Point e destacou a sua surpresa, com todo o ocorrido.

Zak Brown – Foto Fórmula 1

“Para a McLaren, colocamos nosso pessoal em primeiro lugar, não vamos correr nenhum risco, não vamos apostar”, disse ele. “Reconhecemos o quão perigoso este vírus é, queremos garantir que todos permaneçam saudáveis ​​e continuem participando dos Grandes Prêmios.”

“Acho que o esporte tem feito um bom trabalho, tem havido mais casos, o da Racing Point foi mais visível recentemente. Fazemos uma quantidade enorme de testes, tomamos todas as precauções. Acho que todos nós precisamos cuidar uns dos outros. Se eu olhar o incidente com a Racing Point, provavelmente testaria diariamente qualquer pessoa que não se sinta bem.”

“Na Austrália, tínhamos alguém que não se sentia bem, Andreas e eu não somos médicos, mas tomamos uma decisão rápida de isolar. Assim que o teste deu positivo, isolamos a equipe. No final, sabíamos que isso nos impediria para a corrida.”

“Sei que o médico da Racing Point não achou que o teste fosse positivo, talvez pensando bem, deveria ser diferente. Não sei quem é o médico. Não sei se foi o Dr. Mallya, Dr. Seuss, talvez tenha sido o Dr. Dre. Talvez da próxima vez, devêssemos testar quando alguém apresentar qualquer tipo de sintoma, porque sabemos o quão perigoso isso é.”

“Ele acrescentou: “Eu sei que quando tivemos nosso problema na Austrália, comunicamos muito rapidamente a todos, pois temos uma obrigação moral com a saúde das pessoas. Quanto a Racing Point, não sei os detalhes, apenas sei o que li e vi, e parece que não houve transparência imediata.”

“Para uma entidade que testa tanto quanto eles, pelo que sei, estaríamos testando qualquer um na McLaren que não se sinta bem diariamente, para ter certeza de que essa pessoa está saudável e não transmitindo, e então isolaríamos qualquer um que esteja por perto imediatamente.”

Racing Point GP de Eifel – Foto: Racing Point

Após o problema, a FIA adotou novos protocolos aos testes. Antes cada membro da equipe que iria participar do Grande Prêmio precisava realizar o teste antes de viajar e depois um teste a cada cinco dias.

Agora as pessoas envolvidas precisam testas “na primeira oportunidade, e não mais do que 24 horas, após a entrada em qualquer área de alta densidade no local”, principalmente aqueles que vão transitar pelo paddock.

Além disso, os testes para a liberação da corrida, precisam acontecer até às 14h de sábado.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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