Mudanças de regulamento podem chegar acompanhadas de alguns problemas. Quem já jogou Motorsport Manager, talvez se lembre que sempre na construção de um novo carro, o time precisa dar atenção a confiabilidade. O jogador pode até obter mais performance na pista, mas o carro fica mais próximo de enfrentar quebras. Isso também acontece na vida real.
A confiabilidade é um item importante dentre as verificações que são realizadas nos testes de pré-temporada, afinal, todos querem evitar quebras e a perda de pontos valiosos para a disputa no Campeonato de Construtores. Nos testes eles tentam levar os carros ao limite, fazer verificações minuciosos, mas a pré-temporada não fornece todos os dados necessários. Com o início da temporada, algumas questões podem surgir.
Durante a pré-temporada vimos Haas e Alfa Romeo enfrentando alguns problemas que até mesmo prejudicaram o seu tempo de avaliações em pista. Entre trancos e barrancos, esses dois times ainda estão enfrentando algumas quebras durante o fim de semana. Com o início da temporada, Red Bull e AlphaTauri também começaram a lidar com quebras, acendendo um alerta no time.
Após o congelamento dos motores, a Red Bull desenvolveu o seu próprio departamento de motores, o Red Bull Powertrain, onde eles assumiram a operação do projeto da Honda. O time austríaco segue com o apoio da empresa japonesa, mesmo com a Honda anunciando que deixaria a Fórmula 1 após a conclusão da temporada 2021.
A Red Bull realizou essa mudança para deixar de ser uma equipe cliente, para conduzir o seu próprio projeto e ter alguma autonomia sobre as suas evoluções. A Honda passou a equipar a Toro Rosso em 2018, quando deixou a McLaren. Neste momento viveram uma fase experimental e de preparação, onde a equipe subsidiária passou pelos testes necessários, antes que a unidade de potência equipasse a Red Bull.
Mesmo com algumas quebras, o projeto da Honda se encaixou com o do time austríaco, levando-os para a disputa do campeonato de 2021 sem problemas. Atualmente com o congelamento dos motores e as quebras que estão ocorrendo, as equipes ainda estão enfrentando aquele dilema, tentando entender se o problema são os seus carros ou a unidade de potência que equipa eles.
Um artigo do site Autosport fala que alguns elementos da unidade de potência ainda podem ser alterados até setembro deste ano, quando esse período chegar, os fabricantes ficaram impossibilitados de realizar alterações relacionadas ao desempenho.
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O congelamento de unidade de potência ocorre quando o seu desenvolvimento é cessado. As peças são homologadas, mas não podem mais sofrer alterações, elas precisam permanecer daquela forma pelo período que o congelamento ocorrer.
Os abandonos dos dois carros da Red Bull no Bahrein e Pierre Gasly chamaram a atenção. Na etapa de Jeddah, novas questões surgiram, Yuki Tsunoda – com o único carro que não tinha quebrado – não participou da classificação e ficou impossibilitado de correr no domingo, quando o carro quebrou pouco depois de deixar os boxes.
“Claro, estamos preocupados com isso, mas acho que primeiro temos que entender o que é. Acho que após toda a desmontagem ser realizada e entendermos o problema, espero que as correções possam ser implementadas”, disse Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull.
Algumas apostas surgem no meio do caminho, talvez a Red Bull esteja estressando muito esse motor, trabalhando com ele na potência máxima e em sua plena performance, para que possa acompanhar o ritmo da Ferrari. Por outro lado, o motor pode estar se esforçando mais, pois o carro é extremamente pesado.
Para Ímola a Red Bull deve apresentar um novo pacote aerodinâmico, dessa vez com peças mais leves. Poderiam ganhar em performance – pela redução do peso – e reduzir o estresse de outras peças.
Pierre Gasly que conquistou os seus primeiros pontos da temporada neste fim de semana, disse: “Não é uma grande preocupação, mas claramente é algo que sabemos que será necessário melhorar, então confio na equipe para encontrar as soluções daqui para frente, é algo que temos que resolver juntos, mas tenho certeza de que a equipe fará a escolha certa e o que fazer para o resto do ano.”
Fornecer novas atualizações, realizar substituições nem sempre melhoram os problemas de confiabilidade – em alguns casos elas apenas mascaram algo que ‘está mais enraizado’. Os times precisam descobrir a origem dos seus problemas, para saber se é uma questão relacionada aos motores, ou tem relação com a construção do carro – que está impedindo do motor trabalhar da melhor forma.
Enquanto tentam descobrir o que está provocando esses abandonos, outros times tentam se aproveitar de possíveis abandonos de Red Bull e AlphaTauri para ficar dentro do top-10. Mudanças de regulamento provocam essas divagações sobre as causas das quebras, pois, ao menos o carro foi construído de uma folha em branco, enquanto o motor deveria ser o menor dos seus problemas. Entretanto, como tudo está interligado na Fórmula 1, nem sempre é apenas um fator que está levando as quebras.
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