A Stock Car vai correr neste fim de semana no Autódromo Internacional de Tarumã, em Viamão (RS), na Grande Porto Alegre. A prova será disputada como a terceira etapa da temporada 2023.
A temporada começou bem movimentada, com duas provas sendo realizadas em abril. A categoria iniciou o Campeonato com a prova em Goiânia e depois passou por Interlagos, realizando duas corridas em cada uma das cidades. Até o momento tivemos quatro vencedores diferentes, com Daniel Serra e Thiago Camilo triunfando na primeira etapa, enquanto Gabriel Casagrande e Ricardo Maurício se deram bem no templo do automobilismo.
O tricampeão da Stock Car, Ricardo Maurício é o piloto que lidera o Campeonato, somando 70 pontos, separado por apenas 4 pontos de Casagrande. Bruno Baptista aparece na terceira posição com 64, enquanto Gaetano Di Mauro é o quarto colocado com 54 pontos, enquanto Daniel Serra e Rubens Barrichello estão empatados com 53 pontos cada.
Como o campeonato da Stock Car é bem dinâmico, a liderança e a vice-liderança de Daniel Serra e Thiago Camilo só duraram até o início da segunda etapa. Serrinha teve uma prova complicada em Interlagos, na primeira disputa lidou com um furo no pneu e na segunda prova precisou escalar o pelotão para obter alguns pontos terminando na décima terceira posição.
Se Interlagos foi complicado para um dos carros da Eurofarma, Maurício aproveitou a oportunidade, assim como Casagrande. É importante destacar que nas quatro provas que foram realizadas, Maurício terminou as quatro entre os dez primeiros e além da vitória em Interlagos, obteve um pódio em Goiânia.
Gabriel Casagrande também está realizando um início de temporada bem regular. Motivado por completar as 200 largadas na Stock Car neste fim de semana em Tarumã, o piloto vai buscar a possibilidade de encerrar a etapa como o líder do Campeonato.
Como o Autódromo de Tarumã ficou cerca de seis anos fora do calendário da Stock Car, alguns pilotos vão experimentar o traçado pela primeira vez com um carro da categoria, como é o caso de treze pilotos do grid: Rodrigo Baptista, Gaetano Di Mauro, Felipe Massa, Enzo Elias, Nelson Piquet Jr., Raphael Teixeira, Bruno Baptista, Dudu Barrichello, Lucas Kohl, Gianluca Petecof, Matías Rossi, Felipe Baptista e Arthur Leist.
Enquanto para, F. Baptista, Petecof, Leist, D. Barrichello, Elias e Rossi é a primeira vez dos competidores no traçado.
Um pouco sobre a pista
Tarumã passou por reformas e adequações para aumentar a sua segurança. Os 3.3039 km são extremamente desafiadores, contando com nove curvas. Os pilotos precisam estar atentos ao desafio que é correr nessa pista, o acerto do carro é extremamente importante, além do trabalho dos pneus e dos freios.
“Tarumã é uma pista de alta velocidade, com curvas rápidas. Então, neste circuito o uso do freio é mais para o controle do carro e posicionamento em entrada de curva. Não é um circuito que exige muito dos freios e as temperaturas de discos e pastilhas não atingem patamares muito elevados”, afirma André Brezolin engenheiro de projeto da Fras-le e da Fremax.
Formado por 9 curvas, oito delas são realizadas com a velocidade acima dos 115 km/h. A sequência das curvas 1 e 2, é feita a mais de 180 km/h. O traçado combina configurações de alta, média e baixa velocidades.
“A única exceção é a Curva do Laço, que exige mais e é a única do traçado contornada a menos de 100 km/h. É o ponto de maior exigência do conjunto de discos e pastilhas e o que traz a maior desaceleração em todo o circuito”, apontou Brezolin, referindo-se à curva 4. Os carros se aproximam da freada a cerca de 220 km/h e reduzem para 80 km/h antes do contorno fechado à esquerda.
Com o avanço dos carros e da própria tecnologia, foi necessário que os autódromos passassem por reformas e atualizações. Com Tarumã não podia ser diferente.
As obras em Tarumã foram lideradas pelo presidente da Comissão Nacional de Circuitos da Confederação Brasileira de Automobilismo, Luís Ernesto Morales. O desafio inicial, segundo ele, foi escalonar as intervenções, evitando altos custos imediatos. Por isso, Morales focou, na primeira etapa deste processo, nos pontos mais sensíveis do autódromo.
Em razão de as obras da primeira fase estarem baseadas em adequações para aumentar a segurança, o reasfaltamento da pista foi postergado para um segundo momento, após análise final da comissão da CBA. “Somos muito gratos à administração do Autódromo Internacional de Tarumã pelo esforço de atualizar o autódromo”, diz ele. “Ao longo dos últimos três anos, o foco foi o ajuste em termos de segurança”, destaca.
As intervenções iniciais aconteceram principalmente nas curvas. “Foram realizados nivelamentos de todas as áreas de escape. Em algumas delas, trabalhamos no sentido de ganhar mais espaço. Corrigimos e adequamos as barreiras de proteção e reconstruímos algumas zebras”, acrescentou Morales.
“Mas trata-se de um processo que ainda não está concluído e que precisará continuar depois da passagem da Stock Car, quando será feito um relatório sobre o que temos hoje e o que ainda precisará ser modificado em termos de segurança”, finalizou o técnico da CBA.