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Preview para o GP da França – Horários e informações sobre o Circuito de Paul Ricard

Paul Ricard será palco para a 12ª etapa da Fórmula 1. Altas temperaturas, comportamento dos pneus e tudo o que você precisa saber antes da prova

A Fórmula 1 segue para a França neste fim de semana, com o Circuito de Paul Ricard sendo a conexão de uma rodada dupla antes do início das férias de verão. É quase que um clima de ‘decisão’ com a 12ª etapa do campeonato sendo disputada – este é o ponto onde todos querem ser lembrados por uma boa performance, antes de mergulhar no período de pausa.

Paul Ricard será uma pista desafiadora, o traçado é amplo, assim como as suas áreas de escape, muito convidativo para ir além, principalmente com uma sequência de curvas fluídas, mas provavelmente será mais um fim de semana com vários tempos sendo deletados ao longo das atividades. Os pilotos já relataram algumas vezes durante a temporada a dificuldade que enfrentam para guiar os novos carros.

Na corrida os pilotos precisam fugir das punições pelo mesmo fator: se o competidor cometer a infração três vezes, recebe uma bandeira preta e branca como alerta e uma punição de 5s na quarta infração – podendo ser repetida se o piloto continuar a extravasar os limites de pista. Na Áustria os times alertavam os seus pilotos constantemente sobre os limites de pista.

O que pode inibir os pilotos de ir um pouco além em Paul Ricard, são aquelas faixas azuis e vermelhas que formam o traçado. As famosas fontes de labirintite trabalham para frear os carros, danificando os pneus, mas com o intuito de preservar os carros.

Precisamos lembrar que Paul Ricard é um circuito destinado para testes, o ex-chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone transformou o traçado em um circuito de alta performance para a avaliação dos carros. A grande diferença foi pensada no condutor, caso ele perdesse o controle da máquina, não deveria dar de cara com o muro de contenção, evitando que a sessão fosse afetada. Assim Paul Ricard passou por uma transformação para ser um grande campo tecnológico que é hoje.

Foram adicionadas as faixas azuis e vermelhas: a tinta especial é composta de asfalto e tungstênio. As listras são abrasivas aos pneus para que possa desacelerar os carros. As faixas azuis causam menos danos aos compostos, mas as faixas vermelhas que estão mais próximas das barreiras de proteção são mais abrasivas, causando danos mais prejudiciais aos pneus.

As listras que são uma característica do traçado de Paul Ricard, são usadas como um elemento de segurança para frear os carros e evitar danos aos equipamentos – Foto: reprodução

Com a falta da brita ou da grama, os carros não ficam presos se extravasam os limites de pista. Isso também acaba colaborando durante as sessões.

O asfalto da pista é recapeado com regularidade, embora seja liso, ele é muito escuro, o que acaba retendo ainda mais o calor que é transferido diretamente para os pneus. Neste fim de semana será necessário evitar o superaquecimento dos compostos.

LEIA MAIS: Pirelli define os pneus da gama intermediária para o GP da França

A Pirelli escolheu para a etapa os compostos da sua gama intermediária, desta forma os times vão trabalhar com o C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha). A prova será realizada durante o forte calor europeu, as temperaturas estão bem elevadas, podendo afetar diretamente o desgaste dos pneus. No ano passado os times já se surpreenderam com a degradação, mas a prova foi disputada cerca de um mês mais cedo, com temperaturas mais amenas.

Pneus escolhidos para o GP da França – Foto: Ale Ranieri / BP

No ano passado Max Verstappen realizou uma estratégia de duas paradas e venceu a corrida, enquanto Lewis Hamilton terminou a prova fazendo apenas a troca obrigatória de pneus. Acredita-se que neste ano por conta das condições climáticas, as estratégias mudem, dando mais uma vez preferência pela performance.

Paul Ricard oferece 247 opções de configurações de pista, além de ter recursos (sprinklers) que possibilitam simular uma condição de pista molhada. A versão usada pela Fórmula 1 atualmente conta com quinze curvas e 5.842 km; são completadas 53 voltas no domingo.

Em 2021, 14 das 15 curvas foram remodeladas para colaborar com as disputas ao longo da prova. O traçado é adequado para a avaliação das equipes, não apenas por ser um típico traçado de testes, mas por também contar com uma combinação de curvas de alta, média e baixa velocidade. O pit-lane é um dos mais longos, perdendo apenas para Ímola e Silverstone.

O resfriamento dos freios em Paul Ricard não é tão ruim, pois existem trechos de reta que permitem o resfriamento deles. Outro ponto de alerta para os times são as rajadas de vento, que acabam desestabilizando os carros.

Será interessante observar o comportamento dos carros em Paul Ricard e assim como Barcelona, a pista pode revelar como andam as forças do campeonato e o quanto conseguiram progredir com os seus projetos até aqui, após a conclusão da primeira metade do campeonato.

O Campeonato 2022

A Ferrari venceu as duas últimas corridas, Carlos Sainz esteve no lugar mais alto do pódio na Inglaterra, enquanto Charles Leclerc conseguiu superar Max Verstappen para vencer na casa da Red Bull. O time italiano deseja mais resultados como esse, principalmente para se aproximar da Red Bull e brigar pelo campeonato de 2022.

O grande problema é que a Ferrari está enfrentando vários problemas na confiabilidade dos motores. O GP da França tem tudo para ser uma corrida desafiadora para a equipe, por conta das altas temperaturas. Após abandonar o GP da Áustria, Carlos Sainz pode começar a prova do final do pelotão por conta da troca dos elementos do motor.

Atualmente Verstappen é o líder, contando com 208 pontos, contra 170 conquistados por Charles Leclerc. O monegasco ultrapassou Sergio Pérez, recuperando a segunda posição, desta forma o mexicano é o terceiro colocado com 151 pontos. Sainz ainda está neste bolo, mas conta com 133 pontos, enquanto George Russell já soma 128 pontos.

Programação para o GP da França de Fórmula 1 – Foto: Ale Ranieri / BP

Fórmula 2

A Fórmula 2 disputará mais uma etapa neste fim de semana, partindo então para o nono evento. Felipe Drugovich segue como líder do campeonato somando 154 pontos, com 39 pontos de vantagem para Logan Sargeant. O piloto norte americano ultrapassou Théo Pourchaire na etapa disputada na Áustria – o francês conta atualmente com 114 pontos.

Após o terceiro pódio conquistado em 2022, Enzo Fittipaldi assumiu o quinto lugar no campeonato, contando agora com 75 pontos.

Os pilotos da Fórmula 2 que também usam os pneus da Pirelli em seus carros, vão  usar durante o evento os compostos duros e macios. Para cada um dos pilotos a fornecedora de pneus entre três conjuntos de pneus duros e dois dos compostos macios. A prova Sprint é disputada em 21 voltas, enquanto a prova principal que acontece no domingo conta com 30 voltas.

Horários da Fórmula 2 na França – Foto: Ale Ranieri / BP

W Series

A W Series também atuará como categoria de apoio ao evento da Fórmula 1. As pilotas estão retornando para a pista, disputando a quarta etapa da temporada 2022.

Jamie Chadwick está construindo o seu campeonato com maestria, a pilota conta com quatro vitórias até o momento, desta forma bicampeã da W Series teve 100% de aproveitamento até o momento. São quase 50 pontos à frente de Abbi Pulling.

Horários da W Series na França – Foto: Ale Ranieri / BP
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Um Comentário

  1. Com várias categorias andando neste fds em Paul Ricard a pista deve ficar bem emborrachada. Interessante como não tem ninguém párea para Chadwick na WSeries. Ela precisa dar os próximos passos urgentemente.

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