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Preview GP do Canadá – Circuito Gilles Villeneuve recebe a 9ª etapa do calendário

A Fórmula 1 está retornando ao Canadá após dois anos sem visitar o país por conta da pandemia de Covid-19. Em 2022 a categoria segue ao Circuito de Montreal agora com carros do novo regulamento e um desafio grande pela frente: os saltos vão afetar os carros como em Baku?

No último fim de semana a F1 esteve no Azerbaijão, poucos dias depois todos estão desembarcando no Canadá para mais uma etapa. Cada vez mais esse tipo de conexões, mesmo que distantes são criadas pela categoria para sustentar um calendário longo – quase que uma expedição como em ‘A volta ao Mundo em 80 dias’.

A última prova disputada no Canadá aconteceu em 2019, aquela mesma corrida que ao final da prova Sebastian Vettel inverteu as placas que indicavam a ordem de chegada, pois não achou justa a sua punição. Vettel foi o pole daquela prova e liderou a corrida assiduamente, mas na volta 48 ele escapou entre as curvas 3 e 4 e após análise da FIA, aplicaram uma punição de cinco segundos. Como Vettel não precisou realizar mais nenhuma parada até o final da prova, o tempo foi acrescentado a sua volta final e assim ele perdeu a vitória. Olha, um verdadeiro caos.

Após Sebastian Vettel ser punido o piloto inverteu as placas que indicavam as posições – Foto: reprodução

Os pilotos estão animados para experimentar Montreal usando os novos carros. Antes desse retorno os pilotos treinaram no simulador, tentando se preparar ao máximo para este fim de semana. Os times vão tentar aplicar algumas lições aprendidas no Azerbaijão nesta pista.

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Algumas características de Baku lembram Montreal, como as longas retas e as frenagens bruscas. São três zonas de ativação do DRS nesta pista, então os times acreditam em uma boa dose de ultrapassagens. Provavelmente vamos ver algo que aconteceu no início da temporada se repetir, onde os pilotos precisavam ficar atentos com o uso do DRS, para não sofrer uma ultrapassagem em um momento decisivo da prova. No início deste ano os pilotos estavam estudando os seus adversários durante a prova, principalmente quando mais ativações de DRS foram liberadas.

É claro que o piloto que está atrás precisa ficar abaixo de um 1 segundo para fazer o uso do DRS, mas a realidade é que depois de uma ultrapassagem, o piloto não quer deixar margem para que o adversário possa retomar a posição perdida. Isso deve acontecer mais uma vez no Canadá se os times conseguirem manter a proximidade.

Ter um carro que trabalha bem nas retas é extremamente importante neste circuito, mas tem outro quesito que também é preciso levar em consideração quando os times estão no Canadá: os pneus.

Montreal conta com longas retas, então é preciso ter um carro preparado para enfrentar essas condições – Foto: reprodução

Neste fim de semana a Pirelli fornecerá os pneus mais macios de sua gama, assim como aconteceu em Mônaco e no Azerbaijão. Os pneus disponíveis são: C3 (faixa branca – duro), C4 (faixa amarela – médio) e C5 (faixa vermelha – macio). Os pilotos precisam controlar a temperatura dos compostos por toda a volta, geralmente a corrida no Canadá não conta com altas temperaturas no ambiente e por consequência o asfalto não aquece muito.

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Pneus escolhidos para o GP do Canadá – Foto: Ale Ranieri / BP

Para as equipes que já lidam com problemas para gerenciar a temperatura dos pneus, essa prova deve ser ainda mais difícil. Quando os carros passam pelas longas retas, os pneus são resfriados, isso acaba afetando a aderência dos compostos quando eles chegam à curva e precisam contar com a aderência por conta de uma freada forte.

É claro que as temperaturas mais baixas também afetam o desempenho dos carros, elas são mais benéficas aos motores, sendo mais fácil fugir de um superaquecimento. Por outro lado, como estamos falando do Canadá e da questão da frenagem, pode ser um ponto delicado, os pilotos não podem deixar os frios esfriarem muito até o momento que precisaram deles nas curvas.

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O traçado tem algumas características que lembram um circuito de rua, pista foi construída em uma ilha artificial, como a pista estreita e as ondulações na pista. Antes de Baku fazer parte do calendário, os times tiveram que pensar em uma asa especial para o circuito de Montreal, na tentativa de gerar o mínimo arrasto possível nas retas, mas obter o máximo de downforce possível nas curvas mais lentas. Assim existe uma correlação dos carros nessas duas pistas.

Confira uma volta completa em Montreal aqui!

O Circuito Gilles Villeneuve é composto por seis curvas à esquerda e oito à direita. As curvas são mais ‘combinadas’ do que em Baku. O pit-lane em Montreal é curto, desta forma os times não perdem muito tempo realizando a troca dos pneus. Também existe uma vantagem para quem passa por ele, pois o piloto acaba evitando de passar pela última chicane e são devolvidos na curva 2; evitando a briga da primeira curva.

Programação para o GP do Canadá de F1 – Foto: Ale Ranieri / BP
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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